NARRADOR 1
Quando a mãe, como qualquer mãe, soube que um bebê estava a caminho, fez todo o possível para ajudar o seu outro filho, com oito anos de idade, a se preparar para a chegada.
NARRADOR 2
Os exames mostraram que era uma menina, e todos os dias o menino cantava perto da barriga de sua mãe.
MENINO
Afinal, ele já amava a sua irmãzinha, antes mesmo dela nascer.
MÃE
A gravidez se desenvolveu normalmente.
PAI
No tempo certo, vieram as contrações. Primeiro, a cada cinco minutos; depois a cada três; então, a cada minuto uma contração.
NARRADOR 1
Entretanto, surgiram algumas complicações e o trabalho de parto da mãe demorou horas. Enfim, depois de muito tempo de sofrimento, a filha nasceu.
MÃE
Só que ela estava muito mal.
PAI
Com a sirene no último volume, a ambulância levou a recém-nascida para a UTI.
NARRADOR 2
Os dias passaram. A menininha piorava. O médico disse aos pais para se prepararem para o pior.
MÃE
Havia poucas esperanças. A mulher e seu marido começaram, com muita tristeza, os preparativos para o funeral.
PAI
Há apenas alguns dias antes estavam arrumando o quarto para esperar pelo novo bebê. E agora, os planos eram outros.
NARRADOR 1
Enquanto isso, o filho pedia todos os dias aos pais que o levassem para conhecer a sua irmãzinha.
MENINO
Eu quero cantar pra ela.
NARRADOR 2
A segunda semana de UTI entrou e não se sabia se o bebê sobreviveria até o fim.
MENINO
Eu quero cantar pra ela.
PAI
O menino continuava insistindo com seus pais para que o deixassem cantar para sua irmã, mas crianças não podiam entrar na UTI.
MENINO
Deixa eu cantar pra ela.
MÃE
Mas a mãe, decidiu: levaria o filho ao hospital de qualquer jeito. Ele ainda não tinha visto a irmã e, se não fosse naquele dia, talvez não a visse viva.
NARRADOR 1
Ela o vestiu e rumou para o hospital. A enfermeira não permitiu que ele entrasse e exigiu que ela o retirasse dali. Mas a mãe insistiu: “Ele não irá embora até que veja a sua irmãzinha!”
NARRADOR 2
Diante da insistência e sofrimento daquela mãe, a enfermeira levou o menino até à incubadora.
MENINO
(Canta) Ó meu amor, tudo espera por você.
MÃE
Naquele momento, o bebê pareceu reagir. A pulsação começou a baixar e se estabilizou. A mãe encorajou o filho a continuar cantando.
MENINO
(Canta) Ó pai do céu, cuida bem do meu amor.
PAI
Enquanto o menino cantava, a respiração difícil do bebê foi se tornando suave.
MÃE
Continue, querido!
MENINO
(canta)
NARRADOR 1
O bebê começou a relaxar. O menino cantava.
MENINO
(Canta)
NARRADOR 2
No dia seguinte, a irmã do menino já tinha se recuperado e em poucos dias foi para casa.