Autora: Eugênia Pickina
Temos de ensinar nossas crianças a ter empatia pelos outros e pelo mundo
Daniel Goleman
Creio que todos nós queremos que nossos filhos cresçam tolerantes e empáticos. E a empatia, como uma habilidade essencial à boa convivência, necessita ser ensinada a nossos filhos.
O conceito de empatia vem do grego empathos e quer dizer “sofrimento com o outro”, ou seja, a empatia se manifesta sempre que escolhemos experimentar os sapatos do outro, ainda que esses sapatos não sejam nossos…
Sempre comento nas escolas, para pais e educadores, que a empatia necessita de “um outro” para desenvolver-se. Em termos simples: o filho aprende a andar de bicicleta, por exemplo, porque existe alguém que o ensina a andar de bicicleta. A criança aprende a escrever porque há alguém – sua professora, sua mãe, seu pai – há alguém que com paciência ensina essa criança a escrever. Com a empatia se dá o mesmo. Os seres humanos necessitamos de outras pessoas – “outros” – para nos tornar empáticos.
Como podemos fazer com que nossos filhos sejam sensíveis, sejam empáticos? Do mesmo modo que conseguimos que uma criança aprenda a nadar ensinando-a a nadar, precisamos, como pais, ser modelos de empatia para ensinar a eles a cultivar carinho e compaixão em relação aos outros. E isso de um modo simples diz respeito a de fato estar pronto para ajudar.
À medida que a habilidade de se colocar no lugar do outro não depende apenas de genética, porque os fatores ambientais têm influência maior, comportamentos parentais muito autoritários ou permissivos prejudicam o desenvolvimento da empatia. Com isso, os pais que procuram criar filhos empáticos devem priorizar no dia a dia o diálogo, a explicação das regras e de como elas são importantes para o bem comum e, sobretudo, serem empáticos e pacientes com os próprios filhos, pois desenvolver a empatia leva tempo…
Notinhas
A empatia (do grego: em = em + pathos = emoção, sentimento) é uma habilidade que nos permite colocar-nos no lugar do outro, reconhecer seus sentimentos, ainda que estes sejam distintos nos nossos. Além da compreensão, a empatia parte do pressuposto do não julgamento.
De acordo com a neurociência, os circuitos cerebrais para desenvolvermos a autocontrole e a empatia são desenvolvidos ao longo da infância e da adolescência.
As crianças que têm pais empáticos e que, por isso, estão pouco a pouco a aprender a empatia, expressam melhor seus sentimentos, são menos agressivas e se relacionam melhor com o seu entorno.
Como favorecer a empatia na infância? Entre outras coisas, seja você mesmo um exemplo de empatia; procure considerar a opinião do seu filho; elogie/reforce suas boas ações; pergunte com frequência como seu filho se sente; ofereça consolo/apoio quando seu filho estiver chateado ou triste.
O consolador – Ano 12 – N 595 – Cinco-marias