Autor: Marcus De Mario
É cada vez maior o número de escolas particulares conveniadas com grandes sistemas de ensino. Isso é preocupante porque esses sistemas de ensino são empresas que visam dois objetivos essenciais: muito lucro e preparação dos alunos para se darem bem nos exames de acesso a outros segmentos de ensino e nos concursos públicos. Seu material didático-pedagógico é todo formatado, não dando muito espaço para a criatividade e, é bom saber, vários dos atuais sistemas de ensino começaram como cursos pré-vestibulares, cresceram e acabaram entrando pelo ensino fundamental e médio.
Temos hoje uma verdadeira máquina empresarial de formar alunos para o vestibular e concursos, utilizando-se da mídia para espalhar pomposos resultados: primeiro lugar no curso tal da universidade tal. E os jovens, enganados, pensam que só estudando num colégio com a marca deste ou daquele sistema de ensino poderão se dar bem no famigerado concurso para ingresso no ensino superior ou no emprego público.
E, ainda mais preocupante, é ver as escolas, particulares e públicas, trabalhando para preparar seus alunos para os exames nacionais de avaliação do Ministério da Educação (MEC) e para o vestibular. O ensino está preso a se dar bem nas estatísticas das provas e exames.
Desde quando exames previamente anunciados, formatados sem levar em conta as diferenças regionais, que levam os estudantes a se prepararem especialmente para eles, podem avaliar o ensino? Não é uma avaliação, mas uma pseudo avaliação, que está levando as escolas a perderem seu foco na educação do ser ao priorizarem bons resultados nas avaliações oficiais e no vestibular.
A entrada no ensino superior deveria estar atrelada ao desempenho do aluno durante o ensino médio, mas isso condenaria cursinhos e sistemas de ensino à falência, o que não agrada o legislativo público, pois muitos deputados e senadores são sócios de empresas educacionais, assim como alguns membros do Conselho Nacional de Educação do MEC. Essa é a verdade. Nada estamos dizendo que reportagens nas mídias de comunicação não tenham esclarecido.
Alguns sistemas de ensino utilizam nomes de educadores famosos, em flagrante contradição com as teorias e práticas desses educadores, mas quem quer saber disso? O lucro gerado pela fábrica de vestibulandos é o que mais importa. É assim que o sistema capitalista neo liberal funciona.
Pobre educação, diminuída a ensino memorizado a serviço do vestibular. E dizem os organismos internacionais que já somos país desenvolvido…