Autora: Eugênia Pickina
Uma ocasião,
Adélia Prado
meu pai pintou a casa toda
de alaranjado brilhante.
Por muito tempo
moramos numa casa,
como ele mesmo dizia,
constantemente amanhecendo.
A criança precisa do pai. E a mãe, por sua vez, precisa do pai para se tornar, pouco a pouco, uma “mãe suficientemente boa”. Ademais, homens que se tornam pais tendem a ficar menos agressivos, mais sensíveis e altruístas.
A mãe tem um papel, o pai tem um papel. Quem negaria que é a partir da interação com o pai que a criança começa a descobrir a relação com o mundo e a desenvolver mais segurança para explorá-lo? Em outras palavras, a autoridade do pai deve ser utilizada para dar orientações seguras e gerar confiança e independência – e isso contará muito no seu processo futuro de autorrealização.
Pai ausente?
A ausência do pai cria uma lacuna de tristeza e baixa autoestima na vida e no desenvolvimento da criança. Ela pode sofrer muito pela ausência do pai e levar para sua vida adulta vários transtornos psicológicos. Por isso, na ausência do pai, é fundamental a família buscar a participação de um avô, um tio ou mesmo um padrasto, que possa ser presença alegre, firme e coerente, para trazer o equilíbrio socioemocional na vida da criança. Na escola, por exemplo, a ausência paterna pode se refletir através da dificuldade de concentração e baixo rendimento escolar.
Para o pai presente, além das tarefas e exigências normais da rotina, o vínculo entre pai e filho pode ser fortalecido por meio das brincadeiras, jogos diversos, brincar livre no parque, esconde-esconde no quintal, andar de bicicleta na pracinha, isto é, brincadeiras simples, mas que tornam a relação entre pai e filho muito mais próxima, leve e amistosa.
Cabe aos homens assumirem seu lugar na educação dos filhos. O modelo masculino é essencial para o desenvolvimento saudável da identidade dos meninos e também das meninas.
Algumas dicas para os pais
- Desde o nascimento do bebê, seja proativo e compartilhe as tarefas com a mãe: dê banho, troque fraldas, coloque para dormir.
- Pode ser que no começo seja mais difícil, pois o bebê está acostumado com a mãe, mas insista com sua presença ativa. Converse com os pediatras, professores e profissionais que atendem sua criança.
- Participe da rotina da criança e das atividades cotidianas e brincadeiras.
- Mantenha um fluxo livre de comunicação: faça perguntas, fale sobre seus sentimentos e sempre preste atenção no que conta.
Notinhas
Diversos estudos afirmam que a ausência da figura masculina pode produzir conflitos no desenvolvimento psicológico e cognitivo da criança e acarretar distúrbios de comportamento.
A complementariedade do pai e da mãe, a capacidade de definirem em conjunto a educação dos filhos, possibilitará um modelo de crescimento saudável, com uma base estrutural para que cada filho seja um adulto maduro e autônomo. Se por algum motivo o pai biológico não puder estar presente, é importante que outra figura masculina ocupe este lugar (avô, tio ou outro adulto).
O consolador – Ano 16 – N 766 – Cinco-marias