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A Mocidade e a família

Os vínculos familiares, para além das relações consanguíneas, de descendência e afinidade, representam eixos de referência emocional e social para as crianças e jovens, preparando-os e fortalecendo-os para os desafios reencarnatórios assumidos.

Nessa perspectiva, Joanna de Ângelis afirma que:

A família, sem qualquer dúvida, é bastão seguro para a criatura resguardar-se das agressões do mundo exterior, adquirindo os valiosos e indispensáveis recursos do amadurecimento psicológico, do conhecimento, da experiência para uma jornada feliz na sociedade. […] a família é o alicerce sobre o qual a sociedade se edifica, sendo o primeiro educandário do espírito, onde são aprimoradas as faculdades que desatam os recursos que lhe dormem latentes. […] O ser humano é estruturalmente constituído para viver em família, a fim de desenvolver os sublimes conteúdos psíquicos que lhe jazem adormecidos, aguardando os estímulos da convivência no lar, para liberá-los e sublimar-se.

A sociedade contemporânea vem apresentando mudanças e transformações na organização da família, revelando-se sob a forma de diferentes arranjos e configurações familiares, marcados por singulares histórias, valores, modos de comunicação e expressão das emoções e pensamentos. Sob tal realidade, a ênfase na qualidade das relações deve sempre preponderar sobre a estrutura que se apresenta. Em pesquisas realizadas com jovens brasileiros (IBOPE, 2006 e NOVAES e MELLO, 2002), os pais são indicados por eles como tendo alto grau de influência na construção de seus valores. O apoio e a boa relação com a família são considerados como importante fator para a vida do jovem e, na escolha da religião, prepondera a influência da família, seguida pela influência dos amigos.

A família assume relevante função no processo evolutivo das crianças e jovens. A maternidade e a paternidade constituem verdadeiras missões, visto que “Deus colocou o filho sob a tutela dos pais, a fim de que estes o dirijam pela senda do bem”.

O vínculo com a instituição espírita, por meio da evangelização, das atividades da Juventude/Mocidade Espírita e dos grupos e reuniões de família, caracteriza-se como oportunidade de fortalecimento e consolidação do processo de educação moral e espiritual vivenciado no espaço familiar. Nesse sentido, a realização do Evangelho no Lar e as atividades oferecidas pela instituição espírita representam especiais e imprescindíveis momentos de estudo, convivência e aprendizagem em família.

(O PAPEL DA FAMÍLIA, in Diretrizes para Ações da Juventude Espírita do Brasil. CFN-FEB 2014)

Copiamos essas informações do documento Diretrizes para Ações da Juventude Espírita no Brasil (CFN-FEB 2014), do item O PAPEL DA FAMÍLIA, pois acreditamos ser essa a síntese da fundamentação e da importância do envolvimento da família nas atividades da Mocidade.

Porém, não raras vezes presenciamos pais que se queixam de ver os filhos envolvidos em atividades na Centro e no Movimento Espírita: “Já vai sair de novo”, “Não para mais em casa”, “Leva a cama pro Centro de uma vez”, “Vai viajar pra onde nesse final de semana?”.

Entendemos a cobrança dos pais, pois eles também sentem a falta da convivência com os filhos e sabemos que por mais que se queixem, preferem os filhos envolvidos nesse trabalho do que nas baladas, nas ruas ou em qualquer outra atividade que lhe cause preocupação sobre a integridade física e moral dos seus.

Alertamos aqui os filhos. Não substituam o afeto de casa pelo afeto da Mocidade. Os seus amigosirmãos, “filhos de outros pais, criados em outros locais” merecem tanta atenção quanto aqueles que têm o mesmo sangue e divide com você o mesmo teto.

Aos pais, pedimos mais do que compreensão. Pedimos também participação. Busquem conhecer os trabalhos e até mesmo colaborar (nos encontros, estudos, viagens), buscando também estreitar os laços, se aproximar, conviver.

Ainda o documento Diretrizes para Ações da Juventude Espírita no Brasil (CFN-FEB 2014), recomenda algumas ações junto à família, que são:

  • Promover e organizar momentos voltados à convivência familiar, por meio de encontro entre jovens e familiares, com o intuito de fortalecimento dos laços de família e ao (re)conhecimento afetivo.
  • Promover e organizar grupos de pais e familiares/reuniões de estudos de temas familiares à luz do Espiritismo, oportunizando reflexões e diálogos para aproximação das famílias no Centro Espírita.
  • Sensibilizar as famílias quanto à importância de apoiar e incentivar o jovem a frequentar e se comprometer com as atividades da Juventude/Mocidade Espírita e do Centro Espírita.
  • Sensibilizar e incentivar as famílias para a participação de seus membros na reunião de Evangelho no Lar.

Ainda aqui acrescentamos um pedido às Casas Espíritas: cuidem da família que está tão desprovida de orientação quanto os filhos que saem dela, buscando movimentos religiosos ou outros menos recomendados. As famílias precisam de ajuda!

Entendemos que não é só fazendo confraternização da “família espírita” para os frequentadores da Casa Espírita que ajudaremos os pais. Neste particular a família espírita que trabalha desarticulada em seus inúmeros mas nem sempre proveitosos trabalhos, abandona os seus para “rezar” nos Centros, ser gentil com os outros, e retorna ao lar com sentimento de dever cumprido, porquanto rezou por eles. Nós da juventude levantamos essa bandeira e queremos viver em casa o ambiente compartilhado no Centro Espírita.

Dica

Material extraído do livro abaixo. Leia o ebook de forma gratuita:

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