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À morte

Autor: Antero de Quental (espírito)

*

Ó Morte, eu te adorei, como se foras

O Fim da sinuosa e negra estrada,

Onde habitasse a eterna paz do Nada

As agonias desconsoladoras.

*

Eras tu a visão idolatrada

Que sorria na dor das minhas horas,

Visão de tristes faces cismadoras,

Nos crepes do Silêncio amortalhada.

*

Busquei-te, eu que trazia a alma já morta,

Escorraçada no padecimento,

Batendo alucinado à tua porta;

*

E escancaraste a porta escura e fria,

Por onde penetrei no Sofrimento,

Numa senda mais triste e mais sombria.

Nota

A poesia acima, psicografada por Francisco Cândido Xavier, faz parte do livro Parnaso de Além-Túmulo

Obra completa: https://www.febeditora.com.br/parnaso-de-alem-tumulo

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