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A nossa reencarnação sob outro prisma

Autor: Rodrigo Prado

“Ao nascer, traz o homem consigo o que adquiriu, nasce qual se fez; em cada existência, tem um novo ponto de partida. Pouco lhe importa saber o que foi antes: se vê punido, é que praticou o mal. Suas atuais tendências más indicam o que lhe resta a corrigir em si próprio e é nisso que deve concentrar-se toda a sua atenção, porquanto, daquilo de que se haja corrigido completamente, nenhum traço mais conservará. As boas resoluções que tomou é a voz da consciência, advertindo-o do que é bem e do que é mal e dando-lhe forças para resistir às tentações.” – O Evangelho Segundo o Espiritismo – Cap. 5, item 11

Numa noite de sexta-feira, durante a realização do evangelho no lar, enquanto minha mãe e eu conversávamos, ou melhor, mais ela falava do que eu – pois no evangelho costumo ficar calado, rola uma certa timidez, talvez seja vergonha das lembranças das besteiras feitas durante toda a semana… – mas voltando, naquela ocasião me veio à mente um pensamento sobre o porquê do comportamento imoral de vários políticos, talvez devido aos constantes escândalos vinculados na mídia. A leitura do Evangelho me fez refletir um pouco mais afundo sobre essa questão, me permitindo perceber certos ângulos sobre o comportamento humano, à luz do espiritismo, que eu não tinha analisado ainda.

A questão é que, como espíritas, aprendemos sobre o que é a reencarnação. Os Espíritos e Allan Kardec foram muito claros a esse respeito em seus ensinamentos, sendo assim, considero que todos que já têm um certo tempo de vivência na doutrina, principalmente os que estudam, compreendem muito bem a teoria não só sobre a reencarnação, mas como sobre outros diversos pontos esclarecidos pelo espiritismo.

E eis então o ponto que quero expor, caros leitores, a teoria versus a prática… saber sobre as coisas é relativamente fácil na maioria das vezes, mais ainda quanto maior for o intelecto da pessoa, que com certeza conta com uma mente mais recheada de informações e facilidade de raciocínio. Mas conhecimento é apenas uma parte, a outra metade e que não depende muito de inteligência é a prática, ah…. bendita prática, como somos ainda receosos para agirmos de acordo com o que aprendemos.

Todos os dias temos fantásticas oportunidades de colocarmos em prática os encantadores, ou melhor, consoladores ensinamentos espíritas nas ações do cotidiano, mas muitas vezes, diante do desafio presente ali em nossa frente, parece que congelamos e de repente quando percebemos… já foi, damos aquela “pisada na bola”.

Mas quantas vezes paramos para pensar no porquê tomamos ou deixamos de tomar as atitudes corretas? E quando digo isso, me refiro aos reais motivos que nos levaram a agir daquela forma, pois é comum através do nosso orgulho, camuflarmos nossas reais intenções, onde criamos muitas vezes um “eu” imaginário, bem diferente do que realmente somos.

Não quero com esse artigo levantar vários pontos negativos de nós mesmos e com isso evidenciar que somos umas porcarias, nem levar ninguém a ficar se martirizando pelas “besteiras” que faz. A ideia é levar cada um, inclusive eu mesmo, a refletir sobre nossas atitudes, e com isso praticar o tal do vigiar, como bem nos orientou Jesus, que também em uma outra passagem bíblica, disse “que atire a primeira pedra quem não tiver pecados”, o que nos lembra que o erro faz parte da nossa evolução, mas que ao vigiarmos a nós mesmos, voltamos a atenção para as nossas atitudes, e então temos a oportunidade de perceber quando nossas ações nos prejudicaram ou prejudicaram aos que amamos ou ainda àqueles que não gostamos.

Voltando à questão dos políticos, e quando se fala neles, muitos torcem o nariz ou não querem nem ouvir falar nisso, mas como disse, me veio à mente o porquê de alguns desses irmãos se comportarem egoisticamente e sem nenhum escrúpulo agirem somente para visar o seu benefício em detrimento da grande massa da população que tanto sofre. Não quero defendê-los, quero apenas que vejamos além, independente de cargo ou partido, vejamos o ser. Quem são esses espíritos que hora se encontram como nossos representantes? Qual é a história de cada um? Que tal usarmos a empatia? Se estivéssemos no lugar deles, e víssemos a vida como eles veem, faríamos diferente?

Para finalizar questiono : Se nós que conhecemos a lei de causa efeito, de que nada passa despercebido, e de que a reencarnação é uma verdade inquestionável, isto é, somos hoje o resultado das vidas passadas, e seremos no futuro as consequências dessa vida, se nós que sabemos tudo isso, de que seria melhor praticarmos todos esses ensinamentos, ainda cometemos enganos, por que então ficarmos tão revoltados com esses irmãos que muitas vezes não tem nem a metade dos esclarecimentos que possuímos?

A evolução é individual, porém coletivamente, e ao percebermos isso, que depende de nós nos melhorarmos, e de que ninguém pode ser feliz, prejudicando ao outro, aí sim daremos um grande salto em nossa evolução.

Enquanto isso, reflitamos com Kardec : “Nascer, morrer, renascer, ainda, e progredir sempre! Tal é a lei”.

Fala MEU! Edição 54, ano 2007

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