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A sepultura

Autor: Cruz e Souza (espírito)

*

Como a orquídea de arminho quando nasce,

Sobre a lama ascorosa refulgindo,

A brancura das pétalas abrindo,

Como se a neve alvíssima a orvalhasse;

*

Qual essa flor fragrante, como a face

Dum querubim angélico sorrindo,

Do monturo pestífero emergindo,

Luz que sobre negrumes se avistasse;

*

Assim também do túmulo asqueroso,

Evola-se a essência luminosa

Da alma que busca o céu maravilhoso;

*

E como o lodo é o berço vil de flores,

A sepultura fria e tenebrosa

É o berço de almas – senda de esplendores.

Nota

A poesia acima, psicografada por Francisco Cândido Xavier, faz parte do livro Parnaso de Além-Túmulo Obra completa: https://www.febeditora.com.br/parnaso-de-alem-tumulo

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