O reino das ciências, que vivia placidamente patinhando em terreno não muito sólido, viu-se, de um momento para outro, surpreendido e molestado com o surgimento da teoria revolucionária de Albert Einstein, geralmente conhecida com o nome de Relatividade.
Einstein foi, sem favor, um dos maiores cérebros matemáticos de nossos dias, tendo sido cognominado de criador do Universo.
Não há dúvida de que foi um Espírito missionário.
Ao atingir a idade estabelecida pelo Alto, foi ele tornando conhecidas suas ideias e seus cálculos matemáticos, cálculos e ideias que, aos poucos também, se lhe iam aclarando, em virtude dos naturais entraves que o corpo somático apresenta à plena expansão do potencial que o Espírito retém, enquanto os diversos órgãos desse corpo não atingem o seu desenvolvimento integral. Os seus amigos e mentores da Espiritualidade jamais o deixaram ao desamparo, e tudo fizeram no sentido de dirimirem as dificuldades criadas, como dissemos, pelos órgãos do corpo físico, no tocante à concatenação das ideias e concepções que palpitavam em seu Espírito.
Einstein foi um menino diferente dos outros. Seus mestres achavam deficiente a sua agilidade mental. Para eles, Einstein era um garoto por assim dizer insociável.
E isto porque seu Espírito, embora revestindo um corpo carnal de poucos anos de idade, sentia já o peso da responsabilidade; seu pensamento estava preso a problemas transcendentais. E porque vivia num estado de alheamento para as coisas que o cercavam, mergulhado em seus sonhos, tidos como absurdos, apelidaram-no de “Pater Langweil”, isto é, Pai Lesma.
Einstein, apesar de filho de pais judaicos, considerava o Velho e o Novo Testamentos como dois belos poemas, embora tristes, tendo em vista os sofrimentos experimentados pelos Profetas e o martírio a que foi exposto Jesus – Cristo.
Era ele profundamente religioso, afirmando mesmo que a vida humana, sem religião, não tinha sentido.
Continuadamente procurava obter respostas satisfatórias às velhas perguntas: – “Quem sou eu?” “Qual minha origem?” “Qual meu destino?” Julgava perfeitamente desnecessária a existência de “uma classe clerical privilegiada para guardar os mistérios ou proclamar as revelações autoritárias, até se corromper, por sua vez, com a sociedade que ela procurava dominar”.
O nome de Einstein está estritamente ligado ao conceito de relatividade, pelo que julgamos oportuno dizer algo sobre o que seja Relatividade e, consequentemente, como nasceu essa teoria. Conforme observou Bertrand Russel, “ninguém ignora que Einstein fez qualquer coisa de assombroso; bem poucos, entretanto, sabem, ao certo, o que foi que ele faz”.
Para as pessoas que não estão familiarizadas com a ciência pura da Matemática, dos cálculos astronômicos etc., utilizamo-nos da explicação, em linguagem acessível a todas as mentalidades, de Sucupira Filho: “a teoria einsteiniana demonstra que os campos gravitacionais do Sol, da Terra ou de qualquer porção de matéria universal provocam uma curvatura no espaço: os planetas giram em torno do Sol; um projétil, atirado para o ar, descreve uma curva e cai ao solo. Desse modo, a força gravitacional não se exerceria a distância, segundo o conceito de Newton, mas seria consequência da modificação do espaço na vizinhança imediata do corpo do qual sofre a ação.
Enquanto Newton via nas órbitas dos planetas o resultado da ação gravitacional, já Einstein explicava o fenômeno de modo diferente: é a curvatura e não a hipotética força da gravidade que obriga o projétil a cair depois de uma trajetória curvilínea. Einstein estabeleceu, por conseguinte, um laço íntimo entre a Física e a Geometria, e esclareceu o segredo da gravitação universal, que permanecia até então como força estranha e misteriosa”.
Estabeleceu, outrossim, que as coisas são mensuráveis em relação a outra coisa, ou seja, percebidas como relativas. Condenou, portanto, os preceitos de tempo, espaço e movimento absolutos.
A distância mais curta entre dois pontos num espaço bidimensional (o plano), como demonstrou a geometria euclidiana, é a linha reta. Mas, para uma superfície curva, deixa isso de ser exato. Uma curva, ou um arco de um círculo máximo, é que, aí, descreve o caminho mais curto. Porque o Universo consiste em uma série de colinas curvas e todos os corpos do Universo caminham em redor das ladeiras curvas dessas colinas.
Um raio de luz, que viaje de uma estrela remota em direção à Terra, é desviado ao passar pela ladeira do espaço que rodeia o Sol. Einstein calculou matematicamente o ângulo exato desse desvio.
Quando do eclipse de 1919, os observatórios de Cambridge e Greenwich, cada um trabalhando independentemente, organizaram expedições de astrônomos para fotografar a direção da luz das estrelas durante o eclipse.
Ambos os grupos averiguaram que as fotografias tomadas confirmavam a predição de Einstein, quase até a fração decimal que ele determinara por meio de suas fórmulas matemáticas.
Dimitri Marianov, escritor russo, que se consorciou com uma filha adotiva do sábio, escreveu uma biografia de Einstein, da qual extraímos o seguinte e interessante trecho:
“Ao ser levado ao grande sábio a notícia de que a I Sociedade Real de Londres, em 6 de novembro de 1919, proclamara, à vista das provas, a exatidão de suas teorias, Einstein não se mostrou emocionado, limitando-se a dizer:
– Eu não tenho necessidade de provas.
– E como chegaste a essa teoria?
– Perguntou-lhe um de seus amigos.
– Por meio de uma visão – retrucou Einstein.
E contou que certa noite, desesperado, em face dos mistérios insondáveis, pretendia abandonar seus trabalhos, quando, então, a coisa se produziu. Com impressionante precisão, diante de seus olhos espirituais, delineou-se a imagem perfeita do Universo, com sua complexa estrutura, no tempo e no espaço. Quando menos esperava contemplou, maravilhado, a visão perfeita de um plano monstro do cosmos. A partir desse momento, disse ele, readquiri a paz, a convicção, a certeza de que andava em caminho certo. Imediatamente escrevi, explicando minuciosamente essa visão, e a seguir organizei mapas onde desenhei com a máxima exatidão todas as figuras astronômicas em suas diferentes movimentações, de maneira a que qualquer pessoa pudesse tudo compreender.
Confirma-se, assim, a sua mediunidade como vidente.
Albert Einstein, quando menino, era, como já afirmamos, muito diferente dos demais de sua idade. E’ que seu Espírito sentia ânsias de expandir-se nesse ambiente árido para a maioria das criaturas – o ambiente da Matemática e em especial aquele que se relaciona mais particularmente com os assuntos atinentes a tempo, velocidade, espaço, dimensão, astros, estrelas. Para isso, todavia, carecia de uma base, ainda que grosseira, em que pudesse firmar-se para, então, alçar voa a ambiências mais consentâneas com a verdade.
Como adeptos da Terceira Revelação, sabemos que os Espíritos, quando ligados a um corpo físico, sofrem uma acentuada restrição de todas as suas faculdades, restrição essa que se vai diminuindo, à proporção que os diferentes órgãos físicos se vão desenvolvendo. Acontece que a força potencial do Espírito de Einstein era de tal envergadura que superava, em grande parte, os naturais entraves de seus órgãos materiais e, daí, o porquê de sua incontida paixão, desde criança, pelas obras da Natureza.
Essa sua inclinação se patenteou aos olhos do pai, atônito, quando certo dia o filho, então com apenas quatro anos de idade, estava enfermo, acamado. E’ que seu genitor lhe trouxera um brinquedo novo, isto é, uma bússola. Ingenuamente acreditou ele que essa agulha movediça seria motivo de diversão para o enfermo, tal como divertiam as outras crianças os soldadinhos de chumbo. O menino Albert, ao receber a pequena bússola, embora febril, arregalou os olhinhos, pôs-se a virar e a revirar nas mãos o pequeno instrumento, atentando ansiosamente nos movimentos giratórios da agulha magnética, para, logo a seguir, deixar seu pai atormentado com uma série infindável de perguntas, aliás, sensatas, deixando o pobre homem em sérias dificuldades para a elas responder.
Teria sido obra do acaso o fato de o pai lhe ter dado esse brinquedo? Absolutamente não. O acaso não existe.
Seu genitor, por insinuação espiritual, foi levado a comprar essa bússola, porque ela, como realmente sucedeu, faria avivar no espírito do pequeno Albert a lembrança do incalculável papel que a Física representa no estudo acerca dos mundos que giram pelo espaço afora!
Alguns anos mais tarde, houve novamente a intervenção desse suposto acaso. Um de seus professores, Talmey, vislumbrando uma trajetória para o seu destino sem par, presenteou-o com um exemplar da “Geometria” de Spieker. Escusado será dizer que o rapaz absorveu-se na leitura de suas páginas. Esse presente de Talmey constituiu, por assim dizer, o início de sua brilhante vida de cientista, foi o verdadeiro “abre-te Sésamo” junto às portas de seus prodigioso gênio.
Em seu cérebro surgiam, como um cascatear de águas límpidas, as reminiscências dos estudos feitos em vidas anteriores. Basta que se diga que ele, sozinho, sem qualquer auxílio, atingiu o Cálculo Integral e Diferencial, a Álgebra Superior e a Geometria Analítica. Essas suas reminiscências eram de tal ordem que colocavam os professores em posição humilhante perante os demais alunos, na classe, dando margem a um fato, talvez único na História, e que é o seguinte: Um dos embasbacados mestres, chamando-o à parte, rogou-lhe que não o expusesse à vergonha propondo-lhe questões que ele, professor, não estava preparado para resolver.
É oportuno dizer que a história da Humanidade está repleta de casos notáveis de reminiscências, dentre os quais citaremos, por exemplo: Jacques Chrischton, denominado “o gênio monstro”, pois que aos quinze anos discutia em latim, grego, hebraico e árabe sobre qualquer assunto. Henrique Heinecken falou quase ao nascer; aos dois anos sabia três línguas. Com dois anos e meio fêz exame de Geografia e História antiga e moderna.
Van de Kerkhove desencarnou aos 10 anos e onze meses, deixando 350 pequenos quadros magistrais.
Mezzofanti, o cardeal que discursava em 70 línguas.
Longe iríamos, se pudéssemos alinhar os casos de reminiscência registrados pela História.
O obscurantismo não ficou alheio às grandes revelações de Einstein, e se faz sentir por meio da palavra do Cardeal O’ Connell, chefe católico de Bóston, que, no zelo de defender os interesses da Igreja, proclamou ao mundo que a teoria de Einstein era profana, falsa, ateística e imoral.
Acreditamos perfeitamente ser dispensável qualquer Comentário acerca de tão absurda e intempestiva afirmação desse príncipe da Igreja.
O fato, no entanto, é que o mundo, como dizia Peletan, marcha, e marcha apesar dos gritos, protestos e ameaças daqueles que só se sentem felizes nos porões de suas insubsistentes concepções.
Li, calmo, livre dessas importunações a que continuamente estava exposto, em virtude da projeção que seu nome alcançara. Seus amigos e mentores da Espiritualidade dificilmente conseguiam, agora, manter com ele, por meio da sua mediunidade, também de inspiração e auditiva, as trocas de ideias, sugestões e esclarecimentos indispensáveis à concretização daquilo a que ele se propusera, não obstante as antenas mediúnicas de Einstein serem supersensíveis, tanto assim que antes mantinha sempre conversações, em voz alta, com Entidades espirituais, acerca de seus trabalhos. Para os outros dava a impressão de estar conversando consigo mesmo.
No propósito de dirimirem essas dificuldades, só um recurso havia, o de segregarem-no de toda e qualquer agitação, insulando-o completamente do convívio de seus amigos e admiradores, de maneira a que seu Espírito pudesse reencetar essas confabulações, com aquela facilidade de tempos atrás.
E os Espíritos outro recurso não encontraram senão o de, por meio da projeção de fluidos adequados, simularem uma doença de fundo cardíaco, pois que só desse modo seria ele forçado a um repouso absoluto, indispensável.
Assim é que, em princípios de 1928, Einstein caiu gravemente enfermo, atacado, como diagnosticaram os médicos, de violenta cardiopatia, obrigando-o, portanto, a permanecer quatro meses no leito.
Durante um período de cerca de um ano experimentou grande abatimento. Essa fraqueza, no entanto, era puramente física, pois que seu Espírito não perdera a agudeza e o interesse pelos problemas que o preocupavam.
A todos causava surpresa o fato de Einstein não considerar um infortúnio essa enfermidade tão prolongada.
É que a paz e o sossego de seu quarto de doente lhe permitiam meditar e empreender suas viagens cósmicas, livre de perturbações estranhas. Foram assim reiniciadas suas confabulações com o Além, o que lhe propiciou rápidos avanços na dedução completa da teoria geral então idealizada.
Einstein, ao beirar a casa dos 50 anos de idade, idealizava uma teoria geral, como arremate para sua vida, no tocante às leis da gravitação e do eletromagnetismo.
Acontece que para essa realização carecia de ambiente calmo, livre dessas importunações a que continuamente estava exposto, em virtude da projeção que seu nome alcançara. Seus amigos e mentores da Espiritualidade dificilmente conseguiam, agora, manter com ele, por meio da sua mediunidade, também de inspiração e auditiva, as trocas de ideias, sugestões e esclarecimentos indispensáveis à concretização daquilo a que ele se propusera, não obstante as antenas mediúnicas de Einstein serem supersensíveis, tanto assim que antes mantinha sempre conversações, em voz alta, com Entidades espirituais, acerca de seus trabalhos. Para os outros dava a impressão de estar conversando consigo mesmo.
No propósito de dirimirem essas dificuldades, só um recurso havia, o de segregarem-no de toda e qualquer agitação, insulando-o completamente do convívio de seus amigos e admiradores, de maneira a que seu Espírito pudesse reencetar essas confabulações, com aquela facilidade de tempos atrás.
E os Espíritos outro recurso não encontraram senão o de, por meio da projeção de fluidos adequados, simularem uma doença de fundo cardíaco, pois que só desse modo seria ele forçado a um repouso absoluto, indispensável.
Assim é que, em princípios de 1928, Einstein caiu gravemente enfermo, atacado, como diagnosticaram os médicos, de violenta cardiopatia, obrigando-o, portanto, a permanecer quatro meses no leito.
Durante um período de cerca de um ano experimentou grande abatimento. Essa fraqueza, no entanto, era puramente física, pois que seu Espírito não perdera a agudeza e o interesse pelos problemas que o preocupavam.
A todos causava surpresa o fato de Einstein não considerar um infortúnio essa enfermidade tão prolongada, que a paz e o sossego de seu quarto de doente lhe permitiam meditar e empreender suas viagens cósmicas, livre de perturbações estranhas. Foram, assim, reiniciadas suas confabulações com o Além, o que lhe propiciou rápidos avanços na dedução completa da teoria geral então idealizada.
As pessoas não familiarizadas com a Doutrina Espírita desconhecem, sem dúvida, o poder extraordinário que os fluidos exercem sobre os Espíritos encarnados, eis porque nos abalançamos em dizer que “eles não possuem qualidades sui-generls, mas as que adquirem no meio onde se elaboram; modificam-se pelos eflúvios desse meio, como o ar pelas exalações, a água pelos sais das camadas que atravessa. Conforme as circunstâncias, suas qualidades são, como as da água e do ar, temporárias ou permanentes, o que os torna muito especialmente apropriados à produção de tais ou tais efeitos.
“Sob o aspecto físico, são eles excitantes, calmantes, penetrantes, adstringentes, irritantes, dulcificantes, soporíficos, narcóticos, tóxicos, reparadores, expulsivos; tornam-se força de transmissão, de propulsão etc.
“Sendo o perispírito dos encarnados de natureza idêntica à dos fluidos espirituais, ele os assimila com facilidade, como uma esponja se embebe de um líquido.
Esses fluidos exercem sobre o perispírito uma ação tanto mais direta, quanto, por sua expansão e sua irradiação, o perispírito com ele se confunde.
“Atuando esses fluidos sobre o perispírito, este, a seu turno, reage sobre o organismo material com que se acha em contacto molecular.”
No caso a que nos referimos relativamente a Einstein, os Espíritos, seus orientadores, agiram como o médico que muitas vezes, a bem de seus doentes, tem de usar processos violentos de natureza cirúrgica, etc., pois que os Espíritos, em determinados casos, têm de lançar mão de fluidos que são projetados com certa violência, de modo a atuarem em determinados órgãos do corpo humano, a fim de causarem os efeitos que se tornam necessários para os fins caridosos então visados.
Einstein, como todo Espírito evoluído e missionário, tinha repugnância a tudo que pudesse ser levado à conta de orgulho, vaidade e ambição, tanto assim que ao receber, em 1921, o Prêmio Nobel de Física, a mais alta honra que a Ciência internacional pode conferir, destinou à caridade os 50 mil dólares desse prêmio, sem guardar para si um centavo sequer.
Sua crença era que a riqueza, com raríssimas exceções, leva o homem ao egoísmo. São palavras suas: “estou plenamente convencido de que toda e qualquer riqueza terrena impede a Humanidade de avançar. Só o exemplo das grandes e belas personalidades pode levar-nos a ideias nobres e alevantadas. Será crível que se possa imaginar Moisés, Jesus ou Ghandi sobraçando sacos de dinheiro de um Carnegie?”
Neste particular, seu ponto de vista se casa perfeitamente com o do Espiritismo, que diz: “sem dúvida, pelos arrastamentos a que dá causa, pelas tentações que gera e pela fascinação que exerce, a riqueza constitui uma prova muito arriscada, mais perigosa do que a miséria. E’ o supremo excitante do orgulho, do egoísmo e da vida sensual.
É o laço mais forte que prende o homem à Terra e lhe desvia do Céu os pensamentos.
Produz tal vertigem que muitas vezes aquele que passa da miséria à riqueza esquece de pronto a sua primeira condição, os que com ele a partilharam, os que o ajudaram, e faz-se insensível, egoísta e vão. Mas, do fato de a riqueza tornar difícil a jornada, não se segue que a torne impossível e não possa vir a ser um meio de salvação para o que dela sabe servir-se, como certos venenos podem restituir a saúde, se empregados a propósito e com discernimento”.
Certo jornal alemão propôs-lhe republicar uma de suas importantes conferências, pelo que lhe oferecia mil marcos por essa concessão. Einstein recusou, o que todavia não impediu a que o redator voltasse ao assunto, alegando não lhe ser lícito fazer qualquer oposição no sentido de seus trabalhos serem mais amplamente divulgados.
Em face dessa argumentação, Einstein capitulou, impondo, porém, uma condição, de só receber 600 marcos!
O êxito obtido por esse editor foi de tal ordem que um jornal da América do Norte tomou a iniciativa de acenar-lhe com uma soma fabulosa por um só artigo, cujo assunto ele o escolheria livremente. Diz um de seus biógrafos que essa proposta quase fez o cientista chorar.
Considerou-se insultado. “Estará esse impudente pensando que eu sou uma estrela de cinema ou algum caçador de prêmios?” A verdade é que ele não escreveu o artigo e nem se dignou responder ao autor dessa proposta.
Einstein, muito embora não tivesse feito estudos aprofundados, era, no entanto, exímio violinista, e muitos “virtuoses” talvez não se igualassem a ele.
Costumava dizer: “sinto pessoalmente a felicidade, em seu mais alto grau, graças às grandes obras de arte. Delas recebo dons espirituais de tal poder que não os posso receber iguais de qualquer outra fonte.”
O Prof. MeIo e Souza, em seu livro “Histórias e Fantasias da Matemática”, escreveu: “quase que se pode dizer que o senso musical de Einstein é uma das muitas modalidades do seu gênio matemático. A mesma força rítmica que governa a Matemática e a Física parece orienta-lo quando executa em seu esplêndido Amati uma página plangente de Sibélius ou as sequência encachoeiradas do “Moto Perpétuo” de Paganini. A sua execução tem alguma coisa de transcendente e não se apresenta como simples passatempo. Orienta-o e inspira-o a convicção de que a lógica construtiva da Matemática é idêntica à do ritmo da música.”
“Na música, disse Garbedian, Einstein encontrava tanto alívio quanto inspiração; o piano e o violino ajudavam-no a levantar o espírito e o coração do peso produzido pelos trabalhos intelectuais e pelas loucuras humanas.”
Einstein foi também um grande poeta, poeta das estrelas, com elas falava e entendia-as, porque poeta é igualmente aquele que sabe tecer madrigais e poemas deslumbrantes só compreensíveis por quem não ignora que a vida verdadeira está nesse Além, que não se vê com os olhos do corpo carnal, nesses mundos infindáveis, que em suas rotações espalham hinos de amor e que só Espíritos, como o de Einstein, podiam sentir.
Os mensageiros espirituais, em seus comunicados, são acordes em declarar que “religião, para todos os homens, deveria compreender-se como sentimento divino, que clarifica o caminho das almas e que cada espírito apreenderá na pauta do seu nível evolutivo.
“Nesse sentido, a Religião é sempre a face augusta e soberana da Verdade, porém, na inquietação que lhes caracteriza a existência na Terra, os homens se dividiram em numerosas religiões, como se a fé também pudesse ter fronteiras, como as pátrias materiais, tantas vezes mergulhadas no egoísmo e na ambição de seus filhos.
“Religião é o sentimento divino, cujas exteriorizações são sempre o Amor, nas expressões mais sublimes.”
É dentro dessa conceituação que Einstein se externa, ao declarar que “os desentendimentos entre judeus e cristãos foram exageradamente ampliados por fanáticos de ambos os lados. Vivemos todos submetidos ao beneplácito de Deus e possuímos quase as mesmas capacidades espirituais. Judeus ou arianos, livres ou escravos, todos somos criaturas de Deus. Se não aceitamos suas crenças, ou eles não seguem as nossas, num sentido mais estrito e minucioso, não há razão para que não lutemos juntos para a finalidade comum de todas as vidas: servir ao próximo e à Humanidade. Não há ideal maior que esse: o trabalho pelo bem-estar do homem é o mais sublime de todos os credos.
“Estamos todos nesta Terra com a mesma missão de vida. O conforto geral da Humanidade é o encargo dos homens brancos e pretos, ricos e pobres, cristãos e judeus, maometanos e hindus. A religião real paira acima de dogmas mesquinhos, de catecismos, de orações solenes e antagonismos. A verdadeira religião é a vida real – vida com todas as veras da alma, com toda a nossa bondade e integridade. Nós, judeus, deveríamos reconhecer a profundidade de um homem de nossa raça – JESUS, que era judeu também. Os cristãos deveriam reconhecer a ligação íntima que os prende à nossa própria religião.”
Einstein, durante sua vida, portou-se como verdadeiro missionário, como perfeito cristão e em plena consonância com os postulados da Doutrina Espírita.
Que todos os cristãos espíritas procurem imita-lo no seu desprendimento, no seu amor e admirável maneira de compreender e sentir a religião que “é a vida real – vida com todas as veras da alma, com toda a nossa bondade e integridade”.
Fonte: Grandes vultos da humanidade e o espiritismo.