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Albrecht Dürer

Plutarco asseverou que a pintura deve ser uma poesia silenciosa, e a poesia uma pintura que fala.

Isto significa, portanto, que a arte nada será, desde que não tenha alma.

Só o gênio é capaz de transmitir alma às suas produções, porque todos os homens de gênio, no dizer do encantador Léon Denis, voluntária ou involuntariamente, conscientemente ou não, se acham em relação com o Além, dele recebem poderosos eflúvios, e inspira dores invisíveis os assistem e colaboram em suas obras. 

Basta relancearmos os olhos pelas páginas da história profana e religiosa de todos os tempos, para verificarmos como os fenômenos mediúnicos influenciaram e continuam influenciando profetas, santos, sábios, oradores, artistas etc.

Em 1471, na cidade alemã de Nuremberg, nasceu Albrecht Dürer, que desde logo deu provas de um talento precoce. Foi ao mesmo tempo pintor, gravador, escultor e arquiteto.

Na Alemanha, foi ele o maior pintor de imaginação rica. Filho de hábil ourives, aprendeu sem dificuldade o ofício paterno e, com quinze anos de idade, conseguiu, pleno de alegria, frequentar, por espaço de três anos, as aulas do pintor e gravador Michel Wohlgemuth.

Contava 23 anos quando se consorciou é com Agnês Frey, mulher de grande beleza, mas de caráter egoísta e muito ciumenta, pelo que transformou a vida do esposo em verdadeiro tormento.

Isso, porém, não impediu que ele se entregasse com amor e alma à arte pictórica, além das de gravador, escultor e arquiteto.

Foi infatigável no trabalho. Conta-se que certa feita encontrava-se seriamente preocupado, pelo que passara a noite velando e meditando. 

“Queria ele pintar os quatro evangelistas e, tendo retocado esboços, que não exprimiam a seu gosto o ideal que imaginara, atirou os pincéis, abriu a janela e pôs-se a contemplar as estrelas. A inspiração lhe veio nesse momento de tristeza. A luz projetava sua claridade nos monumentos e nas agulhas das catedrais de Nuremberg. E ele disse então: “Permitistes a homens transformar, aí, lascas de pedra em construções harmônicas, de majestosas linhas. Consenti-me transportar, para a tela, o que eu trago na alma.” 

“Viu, a seguir, a igreja de São Sebald avermelhar-se em fogo, e nuvens azuis formarem um fundo em que se desenhavam as imponentes figuras dos quatro evangelistas.  Dürer exclamou maravilhado: – Eis os rostos que inutilmente tenho procurado fixar.” 

Fonte: Grandes Vultos da humanidade e o espiritismo.

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