Autor: Augusto dos Anjos (espírito)
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Da morte estranha que devora as vidas,
Eis-me longe dos rudes estertores,
Sem guardar os micróbios homicidas
De eternos atavismos destruidores.
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Tenho outro ser talhado pelas dores
De minhas pobres células falidas,
Que se putrefizeram consumidas
Com os seus instintos atordoadores.
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Não sou o homúnculo da hominal espécie,
Da terrígena raça que padece
Das mais pungentes heteromorfias.
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Mas contérmino à carne, que me aterra,
Envolvo-me nos fluidos maus da Terra,
E sou o espectro das anomalias.
Nota
A poesia acima, psicografada por Francisco Cândido Xavier, faz parte do livro Parnaso de Além-Túmulo
Obra completa: https://www.febeditora.com.br/parnaso-de-alem-tumulo