Autora: Tania Paupitz
Acredito que para tudo na vida há uma explicação plausível e, quando procuramos pelas respostas, elas aparecem, seja através de um livro que surge em nossas mãos, um amigo que vem nos dizer alguma coisa, justamente no momento em que mais precisávamos ouvir; os exemplos são muitos, porém, uma coisa é certa – somos a causa de tudo o que nos acontece, seja bom ou ruim.
A cada dia, percebo que todos os acontecimentos de minha vida, estão de alguma forma relacionados com algum fator interno dentro de mim. O corpo é o primeiro a acusar a forma como estou lidando com estes acontecimentos, pois cada parte dele reflete uma emoção.
Estarmos bem sintonizados, tanto emocional, espiritual como fisicamente, significa que estamos pensando e agindo em concordância com a nossa natureza individual ou temperamento, ou seja, estamos em sincronia com nossa essência interna.
Ao dar início a este artigo, lembrei de um fato que me aconteceu recentemente: uma série de sintomas como dor de garganta, tosse, me levaram a procurar um especialista, onde foi diagnosticada uma “faringite”. Não fosse ir ao médico, o problema poderia ter se transformado numa coisa mais séria como uma pneumonia; mas é claro, tendo um pouco mais de consciência do quanto nos encontramos vulneráveis com a quantidade de novos vírus circulando por aí, devo confessar que não foi difícil, tentar relembrar as várias situações onde poderia ter pegado o tal vírus…
Automaticamente surgiu a lembrança daquela amiga a quem dei “carona” e tossia tanto, que mal conseguia articular a palavra; depois outra com quem por acaso, cruzei num aniversário – ela me deu dois beijinhos e sem disfarçar me disse que estava muito “gripada” e por esse motivo, não ficaria muito tempo comigo, o que confesso foi um alivio, já que não queria pegar a tal “gripe”.
Após alguns questionamentos internos sobre como ou onde poderia ter adquirido a tal “faringite”, um livro que se encontrava na minha estante surgiu diante de meus olhos e para minha surpresa o assunto em questão era sobre doenças psicossomáticas. Lendo sobre o assunto, passei a compreender que o diferencial para se considerar uma doença como psicossomática é entender que a causa está ligada ao emocional da pessoa, à sua mente, aos sentimentos, que se refletem no corpo.
Nesse momento, não foi difícil num relance momentâneo, perceber que a minha faringite tinha, no fundo, uma explicação emocional e, como curiosa que sou, acabei encontrando outro livro – “Metafísica da Saúde” (Gasparetto/Valcapelli), que comentava o seguinte:
“Acatar a consciência metafísica é abandonar o pretexto de atribuir às coisas externas nossas frustrações, tornando-nos vítimas, reconhecendo em si mesmo o referencial manifestador que cria a realidade, atraindo para si tudo de bom ou ruim que nos acontece na vida”. Esta frase me fez pensar que realmente somos o que pensamos e nossas atitudes com relação a uma doença tanto podem fortalecer quanto enfraquecer ainda mais o nosso sistema imunológico. Se nos queixamos, sentindo pena de nós mesmos ou nos ressentimos com a doença, ela se torna mais forte. Por outro lado, há pessoas que aproveitam destes momentos para crescer, podendo ter insights que talvez nunca tenham experimentado antes. Podem também ter acesso ao seu conhecimento e contentamento internos, aproveitando para aprender dentro de todo este processo, que com certeza, a levará para cura, muito mais rapidamente do que uma pessoa negativista.
Dando sequência à leitura do livro, não poderia deixar de mencionar o capítulo específico sobre o tema Faringite: ” é uma inflamação que ocorre quando ficamos irritados com os sapos que engolimos nas situações corriqueiras. Quando não aceitamos as situações do meio em que vivemos ou as atitudes das pessoas de nosso convívio e nos irritamos, nos tornamos vulneráveis a inflamação da faringe”.
Convém lembrar que, se tudo o que os outros nos fazem ou nos falam podem provocar irritação, é porque tem a ver com nosso interior. O fato de não engolirmos algo denota o desconhecimento de nós próprios.
Pude então após essa leitura, me dar conta de uma recente situação vivenciada com algumas pessoas, onde não estava de fato e verdadeiramente, me sentindo a vontade; pelo contrario, dentro do contexto havia feito um enorme esforço para, no mínimo, parecer agradável e educada, o que acabou me causando um imenso mal estar.
Descobri que no fundo não eram as pessoas que estavam comigo, as responsáveis pelo meu estado íntimo de desconforto e, sim, eu mesma que havia me colocado nessa situação. Constatei, de certa forma, aliviada que eu havia repetido um padrão de pensamento negativo sempre que encontrava estas pessoas, e que, na verdade, não eram elas que me incomodavam, e, sim, tratava-se de uma situação criada por minha própria recusa em aceitar que essas mesmas “falhas”, que eu costumava ver nelas, também existiam em mim.
Finalmente, consegui aprender que em todas as situações, por mais desagradáveis que sejam, existem sempre três lados: o lado negativo, o positivo, e o terceiro lado que corresponde à MENSAGEM do momento, que nada mais é do que a LIÇÃO a ser aprendida.