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Argumentos contra Satã

Autor: Hugo A. Novaes

Consulte um livro de “História Universal” que fale do “Galuto Diáspora”[1]  ou da primeira Diáspora. Não se prenda à Bíblia, a qual nos conta fábulas inventadas pela Igreja Católica Apostólica Romana, a fim de melhor dominar seus incautos fiéis.

De forma alguma, não existe diabo, satanás e etc., muito menos o inferno ou seus castigos sem-fim. Esses são mais um ardil de nossa tão querida ICAR.[2]

É de maneira curiosa a presença de Satanás na Bíblia. Como digo e afirmo, sem sombra de dúvidas, fundamentado no próprio Volume Sagrado; satanás aparece na Bíblia pela primeira vez no livro de Jó e surge como um promotor celestial, que entra no Céu e desafia a Deus para punir o “servo mais prudente da Bíblia”.[3]

Entretanto, no momento em que analisamos mais criteriosamente, desde Gênesis, até o livro de Jó, a figura de satanás não aparece, mas, sim, o que vimos é a serpente. Por quê? Bem, até então, era ela, que era considerada como “o bicho mais sagaz entre os animais” e que era a figura opositora à Misericórdia, à Mensagem da Criação Divina. Não ao invés de satanás, pois este não existia.

Agora, por um instante, deixemos a Bíblia e busquemos a História. Você vai ver que, depois que Nabucodonosor destruiu o primeiro templo e promoveu aquilo chamado “Galuto Diáspora”, levou os Judeus para a Babilônia, onde eles ficaram 50 anos. E, depois que ele foi destruído ou derrotado por Ciro, o rei persa fez com que os Judeus retornassem a Jerusalém, construiu o segundo templo e devolveu seus tesouros roubados. Naquela época, o rei Ciro passou a ser muito respeitado e querido, a ser tratado com muito carinho pelos Judeus; por sua bondade e tudo que ele promoveu para o povo daquela nação.

O supracitado monarca persa trouxe também de seu país o Zoroastrismo. O Zoroastrismo é a religião da dualidade, ou seja, nela, existem duas potências, ou, no caso, dois deuses, o deus do bem e o deus do mal. E foi do deus do mal persa, de nome: “Ahriman”, o qual entrou no judaísmo na figura de satã, que a Igreja, posteriormente, apresentou satã ao mundo, com um caráter antropomórfico, com chifres, garras, garfo, caldeirão de fogo, inferno de fogo, tudo isso para, através do medo, melhor dominar os fiéis imprudentes, ingênuos, destituídos de malícia, ou aqueles que não possuíam cautela etc., além de arrancar deles seu dinheiro e construir o império que hoje vemos espalhado por todo esse Planeta Terra.

Todavia, notamos que a palavra “satã”, em hebraico, quer dizer opositor. Qualquer pessoa que se oponha a uma ideia, é um satã.

Basta que leiamos no Evangelho de Mateus, quando Jesus está em Cesareia de Filipe, e diz: “o Filho do Homem precisa ir a Jerusalém e ser condenado e crucificado”. Pedro, tomando a palavra disse:  “Senhor, não vamos permitir isso”. E o Meigo Nazareno então falou: “Afaste-se de mim, satanás” (Mt 16,21-23).

Ora, O Divino Jardineiro não se referiu ao apóstolo Pedro chamando-o de satanás subjetivamente. Mas disse sim, ao seu discípulo, que ele estava tendo uma ideia opositora ou oposta àquilo que, em breve, se realizaria.

Em outras palavras, a figura de satã dentro da cultura persa é igual à imagem que conhecemos do moleque saci no folclore brasileiro e que foi criada para assumir o erro do homem.

Por exemplo: quando você faz uma coisa boa, todo mundo elogia e sabe que aquilo foi você quem fez. Mas quando se comete um erro, geralmente se quer escondê-lo. O que acontece muitas vezes é que vários dentre nós falam que aquilo é coisa do capeta, demônio, satã, satanás, coisa Ruim, ou como queiram chamá-lo.

Os persas criaram “Ahriman” (que era o deus do mal), o qual no judaísmo teve o nome de satã, para substituir o erro do homem.  Quando o homem acerta, foi ele próprio; quando erra, foi Satanás.  Isso continua nos tempos atuais, pois tudo que fazemos de errado, dizem: isso aconteceu porque Satanás tentou, como se nós não tivéssemos vontade própria e fôssemos marionetes nas mãos de uma força negativa.

A Igreja, para melhor iludir os seus seguidores, cria um deus do mal, figura opositora de todas as nossas atitudes, e ainda de um ponto de vista curioso: satã pega os filhos de Deus e os prende por toda eternidade. Eles, filhos de Deus, ficam lá presos, no inferno, mas ele, satã, fica livre; indo e vindo para onde bem quer; sem nenhum problema. Tranquilo… tranquilo…

Isso é uma condição que os meus neurônios bipolares não aceitam.

Tanto isso é verdade que, em 2Sm 24,1, Satanás ainda não tinha sido criado, então, na passagem bíblica citada anteriormente, Deus instruiu Davi a fazer o senso em Israel.

Logo após é que o rei Ciro da Pérsia trouxe com ele o Zoroastrismo e, com ele, a Igreja criou a figura de Satanás.

Então, em 1Cr 21,1, não é mais Deus, e sim Satanás quem fala a Davi para ele fazer o senso em Israel.

Isso mostra a enorme influência que o Zoroastrismo teve na cultura judaica.

Nenhum teólogo explica coerentemente como é que Deus, em 2Sm 24,1, se transformou em satanás, em 1Cr 21,1.

Trocando em miúdos: tudo isso, é só uma questão de tradução, interpretação e conhecimento.

Mas como sempre digo e repito para todos: “cada um é cada um e cada qual é cada qual”.

Referências

[1] Primeira diáspora (Galut Bavel)

De acordo com a Bíblia, a Diáspora é fruto da idolatria e rebeldia do povo de Israel e Judá para com Deus, o que fez com que este os tirasse da terra que lhes prometera e os espalhasse pelo mundo até que o povo de Israel retornasse para a obediência a Deus, onde seriam restaurados como uma nação soberana e senhora do mundo. De acordo com a Moderna História, a diáspora judaica aconteceu pelo confronto do povo judaico com outros povos que desejavam subjugar sua cultura e dominar o seu território.

Geralmente se atribui o início da primeira diáspora judaica ao ano de 586 a.C., quando Nabucodonosor II — imperador babilônico — invadiu o Reino de Judá, destruindo Jerusalém e o Templo; e deportando os judeus para a Mesopotâmia. Mas esta dispersão se inicia antes, em 722 a.C., quando o reino de Israel, ao norte, é destruído pelos assírios e as dez tribos de Israel são levadas como cativas à Assíria. Judá passou a pagar altos impostos para evitar a invasão, o que não seria possível negociar com Nabucodonosor II.

Diáspora na Babilônia: Com a conquista de Judá, cerca de quarenta mil judeus foram deportados para a Babilônia, onde floresceram como comunidade e mantiveram suas práticas e costumes religiosos, associados a outros costumes herdados dos babilônios. A assimilação fez com que o hebraico perdesse sua importância em função do aramaico que se tornou a língua comum. Com a queda do poder babilônico e a ascensão do imperador persa Ciro I, este permitiu que algumas comunidades judaicas retornassem para a Judeia, mas a grande maioria da população judaica preferiu permanecer em Babilônia onde tinham uma sociedade constituída, do que retornar às vicissitudes da reconstrução de um país. 

[2] Igreja Católica Apostólica Romana.

[3] Fala-se muito a expressão: “paciência de Jó”.

O consolador – Artigos

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