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As cores da chuva

Autora: Isabel d’Andrade Marques

Quando o céu estiver em cinza, a derramar-se em chuva, medite na colheita farta que chegará do campo e na beleza das flores que surgirão no jardim

André Luiz, no livro “Sinal Verde”

Em toda a história da humanidade, o homem foi atingido muitas vezes, no decurso da sua evolução, por flagelos destruidores que pareciam querer aniquilar a espécie humana. Nessas alturas, tal como agora, ouvimos muitas pessoas perguntar se Deus está zangado connosco ou se, eventualmente, se esqueceu de nós.

Vale a pena relembrar a pergunta que Kardec fez e que ficou registada n’ O Livro dos Espíritos com o nº 737:

“Com que objetivo Deus golpeia a humanidade, através de flagelos destruidores?”

“ – Para fazê-la progredir mais depressa. Não dissemos que a destruição é necessária para a regeneração moral dos Espíritos que, em cada nova existência, sobem um novo degrau na escala da perfeição? É preciso ver o objetivo para apreciar os resultados. Como os avaliais apenas do vosso ponto de vista pessoal e, por causa do prejuízo que vos causam, vós os chamais de flagelos; mas essas perturbações são frequentemente necessárias para que mais depressa uma melhor ordem de coisas possa acontecer e, em alguns anos, se realize o que teria exigido muitos séculos.”

Não é novidade para os espíritas que a Terra se encontra num momento de transição, porque temos vivido num mundo de provas e expiações e estamos a um passo de entrar num mundo de regeneração onde aqueles que promovem o bem vão ser em número superior àqueles que ainda se dedicam ao mal.

Também sabemos que é nestas alturas de transição que os flagelos se vão intensificando de maneira a acelerar o processo para receber o novo mundo.

Sabemos que os tempos que agora atravessamos são como aqueles dias cinzentos que são um prenúncio da tempestade que se avizinha. O céu fica triste e, por fim, não se contém mais e derrama as suas lágrimas sobre nós, permitindo que a chuva venha limpar o ar e levar para longe os miasmas que estavam a impedir o nosso progresso. E surge então, depois da chuva, o arco-íris.

Sabemos que a luz branca do sol é refratada sobre as gotas de água e, deste modo, dividida nas sete cores que compõem o arco-íris. Assim, o efeito do arco-íris pode ser observado sempre que existirem gotas de água no ar e sobretudo quando a luz do sol incidir acima do observador. Esta é a explicação científica.

Mas vamos lembrar-nos da passagem que se encontra na Bíblia, no Génesis (9:8-17), quando, depois do dilúvio, Deus, Noé, e todos os seres que sobreviveram, formaram uma aliança; nela, Deus prometeu que não voltaria a inundar a Terra, e transformou o arco-íris no símbolo dessa aliança, garantindo que depois da chuva este iria aparecer no céu.

Não podemos esquecer que Deus nunca nos desampara e, que depois da chuva, aparece o arco-íris resplandecente para nos relembrar o Amor incondicional que nos dedica, por sabermos que Ele plantou em todos nós a centelha divina que nos levará à perfeição. O arco-íris irradia a sua beleza através das suas sete cores, que nos incentivam à nossa transformação íntima:

A cor vermelha dá-nos a energia necessária para prosseguirmos no nosso caminho evolutivo; a laranja dá-nos a força para enfrentarmos as tempestades da vida; a amarela, que tal como a luz do Sol, nos faz olhar com otimismo e alegria as provas que nos vão desafiando a progredir; a verde, ligada à Natureza, traz-nos a esperança no amanhã; com a azul do céu, vem a harmonia e a serenidade interior; a turquesa, significa o respeito e a sinceridade, com que a violeta nos incentiva a abraçar o novo Eu cada vez menos material e mais espiritual. Olhemos para a chuva com os olhos do amanhã, especialmente se, tal como agora, passamos por um momento mais difícil.

Vamos perceber que as cores que a chuva nos traz significam o fim do sofrimento, e pensemos nelas como uma mensagem do Pai de que tudo tem o seu propósito, mas que tudo passa, que tudo vai ficar bem, porque Deus não nos abandona e está sempre a velar por nós.

Não nos esqueçamos disto!

Revista Verdade e LuzPortugal – O jovem na Casa Espírita

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