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Cobranças para entrar nos eventos espíritas

Autor: Wellington Balbo

Qual o resultado que essa discussão traz?

Um tema corriqueiro no movimento espírita é a cobrança para participação nos eventos espíritas.

Há opinião para todos os gostos.

Tem uma turma que diz que isso é elitizar o Espiritismo e, portanto, deixar o povo de fora da mensagem espírita. Citam Chico Xavier e o “dai de graça o que de graça recebestes” para apoiar a tese.

Outro pessoal fala que tudo tem um custo e que não dá para fazer nada sem cobrança, o que é, realmente, um argumento válido.

Eu fico a pensar que é uma discussão que leva do nada ao lugar nenhum e perde-se a essência do que deveria estar em pauta no movimento espírita: que é a divulgação do Espiritismo e o seu ensino.

Enquanto ficamos nessa “vibe” de se pode ou não pode cobrar para entrar nos eventos, se está elitizando ou não, se o A falou isso ou o B falou aquilo, deixamos o que é, ao menos em meu entendimento, mais importante de fora: a divulgação espírita.

Porque, convenhamos, alguém acha, mesmo, de verdade, que se divulga o Espiritismo nesses congressos, sejam pagos ou não?

Penso que esses eventos, somos nós falando para nós mesmos, ali pode ter de tudo menos divulgação do Espiritismo.

O que há nesses eventos é mais uma confraternização entre os espíritas (o que não deixa de ser legal e importante) do que divulgação ou mesmo ensino do Espiritismo.

Divulgação do Espiritismo bem legal seria se tivéssemos, por exemplo, alguém escrevendo uma coluna espírita na parte nobre de um jornal como a Folha de São Paulo, ou qualquer outro veículo que gente “não espírita” acesse regularmente. Ou, então, um programa espírita na rádio mais acessada da sua cidade.

Aí, sim, falaríamos para um outro público, um público que não conhece o Espiritismo e, portanto, cumpriríamos um significativo papel no quesito divulgação espírita.

Mas, sinceramente, em termos de divulgação espírita acredito que os resultados desses congressos são pífios.

Aliás, alguém já fez pesquisa sobre a porcentagem de gente que não conhece o Espiritismo e que comparece nesses congressos?

Melhor faremos se juntarmos esforços para fazer com que o Espiritismo alcance outros corações.

Bem, é isso.

Creio que desagradei gregos e troianos, e, se consegui isso, atingi meu objetivo, porque gosto de ser chato.

O consolador – Ano 13 – N 658 – Artigos

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