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COMEAM 2009

Autor: Augusto Renan

Eventos, encontros e confraternizações entre casas espíritas, que temos como nosso maior exemplo aqui em Manaus a COMEAM, que acontece durante o feriado de carnaval, são realmente incríveis. Todos sorrindo, se confraternizando, definitivamente o que impera nos cinco dias que dura o evento é um sentimento sublime de amor ao próximo, compreensão, alegria. Podemos sentir, por esses dias, como é estar em um planeta mais evoluído que a terra, um planeta onde reina a lei de amor, onde vamos dormir cantando músicas belas, alegres e reconfortantes e todos acordam de bom humor lhe dando bom dia com um belo sorriso. Sem falar que serve também como enormes hospitais a nível espiritual. A sensação é de imenso prazer e em alguns momentos mais marcantes podemos sentir um sopro da felicidade da qual somos herdeiros e que um dia iremos saborear por completo. Não se tem vontade de voltar para o mundo, pais, irmãos e amigos. A vontade que se tem é leva-los para aquele local, para que possam sentir-se envolvidos, também, pelos mais sublimes sentimentos, assim como nós. Saímos de lá, ao final dos dias do evento, sentindo-se leves, com a sensação de estar andando e pisando em nuvens e vendo focos de luzes em todos os lugares.

Porém, passa-se um dia, dois, uma semana, um mês, e você não anda mais em nuvens,  você tem sim novos compromissos com você mesmo e está se esforçando para cumpri-los, mas onde está todo aquele sentimento que nos faz parecer que acabamos de chegar de viagem direto do Nosso Lar?

a, até que percebi. Acontece que voltamos a vida normal, ao mundo normal, voltamos para a escola, faculdade, trabalho, ônibus lotado, situações  familiares, violência na TV, desigualdade nas ruas, ou seja, voltamos para a correria de nossas vidas, acordando cedo e dormindo tarde, nos deixamos ser levados pela rotina do dia a dia, e quando menos percebemos estamos sem tempo até de ir ao centro espírita no fim de semana. Percebi então, com uma série de coisas que aconteceram no último semestre, que a palavra da vez era RENOVAÇÃO.

“Renovação, ato ou efeito de renovar; Renovar, tornar novo; dar aparência de novo, mudar ou modificar; recompor; substituir; recomeçar; reformar; corrigir; melhorar; restaurar; revigorar-se”.

O dicionário exprime bem o sentido que essa palavra tem para a doutrina espírita. Cada um de nós deve fazer isso por nós mesmos, renovar-se. Não podemos tornar-nos reféns da rotina eletrizante que é viver em sociedade, fazemos parte dela, temos obrigações e deveres para com os que nos cercam, mas acima de tudo temos obrigações com os nossos ideias como espíritas, e por que não dizer como membros da sociedade, construindo um mundo melhor. E estando bem cosigo mesmo é o primeiro passo. Assim, precisamos estar nos renovando com relação aos sentimentos altamente satisfatórios que o trabalho no bem nos proporciona. Sim, já temos a frequência na casa espírita, a evangelização infantil, mas será que estes também já não se tornaram parte da rotina? Pude participar da realização de um evento que foi muito bem sucedido e me senti renovado, me senti de novo como se estivesse andando em nuvens, isso porque saí da rotina, tive a oportunidade de fazer algo diferente do que faço todo sábado e domingo.

Renovação, palavra que tem grande significado. Renovar sentimentos, ideias, pensamentos e acima de tudo o nosso compromisso, com isso ganhamos novas inspirações e quem sabe não colocamos em prática aquele antigo plano para a juventude, ou nos sintamos mais fortificados para enfrentar aquele problema em casa. Ao renovarmos-nos quebramos barreiras.

Participando da organização de um pequeno encontro entre juventudes de duas ou três casas, fazendo uma peça para a festa de aniversariante do mês para as crianças, promovendo um jantar como encontro de trabalhadores da sua casa, enfim, sendo ativo e com coisas simples. Para se tomar como exemplo, em Julho o Rodrigo Prado e a Janaina, esposa dele, passaram alguns poucos dias de férias aqui em Manaus, levamos eles para conhecer a história do espiritismo no estado, a história do estado, pontos turísticos históricos da cidade, conhecer algumas casas e alguns trabalhos espíritas, mas entre um carro pra cá e um ônibus pra lá, conversamos, trocamos informações, comemos pizza, rimos de situações engraçadas e discutimos assuntos sérios relacionados aos movimentos espíritas de São Paulo, do Amazonas e até do Brasil, fazendo planos e arquitetando projetos. Isso tudo foi muito bom e ao mesmo tempo simples, e serviu , para mim particularmente, como um acontecimento que renova a vontade de correr atrás do que acredito, conquistando aquela sensação maravilhosa de satisfação que só o trabalho no bem proporciona aos nossos corações.

Fala MEU! Edição 79, ano 2009

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