Publicação: U.S.E Departamento de Estudos Sistematizados
O esplendor da Doutrina Espírita está na transformação moral da humanidade, que seu estudo proporciona. Ela traz o consolo necessário ao homem que queira encontrar respostas claras e objetivas aos seus principais anseios.
Para que haja essa transformação e a compreensão das demandas a respeito de temáticas espíritas, o estudo faz-se necessário. Mas a grande questão é: Por onde começar? Quais leituras realizar?
Conforme Kardec afirma, o meio de evitar inconvenientes é começar pela teoria:
O estudo prévio da teoria tem ainda a vantagem de mostrar imediatamente a grandeza do objetivo e o alcance desta Ciência (Kardec, Allan. O Livro dos Médiuns, capítulo III, item 32).
Assim, para estudarmos o Espiritismo nada melhor que começarmos pela base, pelo ponto de partida da doutrina, pelas obras codificadas por Allan Kardec.
Como orienta Kardec, todos que querem conhecer uma ciência devem estudar tudo sobre ela. A quem quiser, de início, uma ideia mais sintética sobre a doutrina, ele aconselha a começar lendo O que é o Espiritismo.
Nos dizeres do próprio Kardec:
As pessoas que só têm conhecimento superficial do Espiritismo são, naturalmente, inclinadas a formular certas questões, cuja solução podiam, sem dúvida, encontrar em um estudo mais aprofundado dele; porém, o tempo e, muitas vezes, a vontade lhes faltam para se entregarem a observações seguidas. Antes de empreenderem essa tarefa, muitos desejam saber, pelo menos, do que se trata e se vale a pena ocupar-se com tal coisa.
Por isso, achamos útil apresentar resumidamente as respostas a algumas das principais perguntas que nos são diariamente dirigidas; isto será, para o leitor, uma primeira iniciação, e, para nós, tempo ganho sobre o que tínhamos de gastar a repetir constantemente a mesma coisa. (Kardec, Allan. O que é o Espiritismo, Preâmbulo)
Para o conhecimento aprofundado dos ensinos dos Espíritos, pela codificação de Kardec, faz-se necessário o estudo das obras fundamentais da Doutrina:
1 – O Livro dos Espíritos (1857)
Dentre as cinco obras que compõe a codificação do Espiritismo, este é o primeiro. Vemos nele os princípios da Doutrina Espírita “[…] a imortalidade da alma, a natureza dos Espíritos e suas relações com os homens, as leis morais, a vida presente, a vida futura e o porvir da Humanidade, segundo os ensinos dados por Espíritos superiores com o concurso de diversos médiuns. Recebidos e coordenados por Allan Kardec.” (Folha de rosto de O Livro dos Espíritos)
2 – O Livro dos Médiuns (1861)
Contém o ensino “[…] especial dos Espíritos sobre a teoria de todos os gêneros de manifestações, os meios de comunicação com o mundo invisível, o desenvolvimento da mediunidade, as dificuldades e os tropeços que se podem encontrar na prática do Espiritismo.” (Folha de rosto de O Livro dos Médiuns)
3 – O Evangelho Segundo o Espiritismo (1864)
Oferece a “[…] explicação das máximas morais do Cristo em concordância com o Espiritismo e suas aplicações às diversas circunstâncias da vida.” (Folha de rosto de O Evangelho segundo o Espiritismo)
4 – O Céu e o Inferno ou A Justiça Divina Segundo o Espiritismo (1865)
Apresenta um “[…] exame comparado das doutrinas sobre a passagem da vida corporal à vida espiritual sobre as penalidades e recompensas futuras, sobre os anjos e demônios, sobre as penas etc.; seguido de numerosos exemplos acerca da situação real da alma durante e depois da morte.” (Folha de rosto de O Céu e o Inferno)
5 – A Gênese (1868)
Os milagres e as Predições Segundo o Espiritismo (1868): a “[…] Doutrina Espírita é resultado do ensino coletivo e concordante dos Espíritos. A Ciência é chamada a constituir a Gênese de acordo com as leis da Natureza. Deus prova a sua grandeza e seu poder pela imutabilidade das suas leis e não pela ab-rogação delas. Para Deus, o passado e o futuro são o presente.” (Folha de rosto de A Gênese).
Há ainda outras obras de Kardec. Destaca-se a relevância da Revista Espírita, uma publicação mensal de 1858 a 1869, que acompanhou o surgimento das mais variadas questões doutrinárias da época, refutações, instruções dos Espíritos, questionamentos, mostrando o processo do desenvolvimento do Espiritismo. “Nela se desenham as diferentes fases do progresso da ciência espírita” (Revista Espírita, novembro, 1864).
Existe na atualidade uma infinidade de outros livros, de autores encarnados e desencarnados, que podem ser boas fontes de estudos, desde que coerentes com as obras da codificação. Por isso a importância de se começar o estudo pelas obras de Kardec, pois isso dará criticidade ao leitor e guiará com segurança suas outras leituras no caminho do aprendizado da Doutrina Espírita.
A construção do conhecimento, em qualquer campo, é de responsabilidade individual. Nesse sentido, a pesquisa, a leitura, o estudo e o debruçar-se com afinco sobre o objeto a ser conhecido, são imprescindíveis.
A verdadeira Doutrina Espírita está no ensino que os Espíritos deram, e os conhecimentos que esse ensino comporta são por demais profundos e extensos para serem adquiridos de qualquer modo, que não por um estudo perseverante, feito no silêncio e no recolhimento. (Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Introdução, item XVII)
Isso posto, a instituição espírita tem um importante papel na orientação dos estudos da Doutrina, tanto incentivando a leitura individual como propondo atividades de estudo no centro espírita.
Atividades de estudo no Centro Espírita
Os centros espíritas, com o objetivo de acolher as pessoas que buscam esclarecimento, orientação e amparo para seus problemas espirituais e morais, têm dentre suas principais atividades as reuniões públicas com explanações à luz da Doutrina Espírita e as reuniões de estudo da Doutrina Espírita.
Reuniões públicas
Essa importante atividade do centro espírita, que em geral recebe um bom número de participantes, pode atender pessoas em busca de acolhimento, consolo, esclarecimentos, oferecendo informações que possibilitam entender algum aspecto de si mesma como um ser espiritual.
Então, o dirigente espírita e os expositores devem considerar que este também é um momento de aprendizado, que pede, portanto, planejamento.
Algumas instituições optam por seguir uma sequência de temas evangélicos, outras programam temas da atualidade à luz da Doutrina Espírita. Deixar sempre os palestrantes livres para escolherem os temas que mais lhe inspirem pode propiciar uma repetição ou desencontro de temáticas, denotando improviso ou falta de organização. Daí a importância de um plano, de forma que todos os frequentadores sejam atendidos em suas diferentes necessidades. É muito importante que a qualidade do conteúdo de cada reunião seja garantida, mantendo a coerência com os ensinos da codificação espírita.
Reuniões de estudo da Doutrina Espírita
Geralmente, são atividades desenvolvidas de forma programada, metódica e sistematizada, destinadas às pessoas de todas as idades e todos os níveis culturais e sociais, possibilitando um conhecimento abrangente e aprofundado do Espiritismo em todos os seus aspectos. Para que essas atividades tenham êxito, devem ser planejadas, com objetivos bem definidos, com conteúdo sistematicamente organizado e recursos adequados.
Nesses grupos incluem-se a Evangelização Infanto-juvenil, a Mocidade e Grupos de estudos doutrinários. Tais grupos visam o Ensino da Doutrina Espírita.
Como os centros espíritas podem se preparar para oferecer e conduzir reuniões de estudo, para ensinar o Espiritismo?
Dica
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