Autor: Gebaldo José de Sousa
Nas primeiras décadas do século passado, um nobre amigo, ainda muito jovem, com o propósito de integrar-se ao trabalho, foi a uma comunidade espírita de Belo Horizonte (MG), onde se realizavam sessões com materializações de Espíritos e curas de pessoas enfermas.
Foi recusado, talvez por sua idade e inexperiência.
Como a cidade fica a pouca distância de Pedro Leopoldo (MG), onde residia o médium Francisco Cândido Xavier, foi até lá e assistiu à reunião em que havia psicografias de mensagens.
Teve a felicidade de receber dirigida a ele – sem que houvesse solicitado – carta de Bezerra de Menezes, na qual o orientava, no sentido de trabalhar na Doutrina Espírita.
Retornando ao Centro de Belo Horizonte, foi admitido, eis que recebera o aval do nobilíssimo Espírito.
Naquela Casa, entre outras atividades, buscou angariar recursos destinados à construção da sede da Instituição – tarefa que desenvolveu ao longo de sua vida, em favor de inúmeras edificações espíritas.
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Nos dias em que havia sessões de materializações, recomendava-se aos médiuns que a integravam não comer carne.
Mas, certo dia em que andava pela cidade, à procura de donativos, desceu do bonde em frente a uma pastelaria, onde o odor dos pastéis a fritar se espalhava por toda parte, atraindo irresistivelmente a clientela.
Nosso jovem amigo olhou para os lados, cuidadosamente, e não vendo ninguém da Comunidade que frequentava, entrou no local e, bem depressa, comeu alguns pastéis.
À noite, no decorrer da reunião, um Espírito materializado falou a cada um dos integrantes, estimulando-os a perseverarem no trabalho em benefício dos semelhantes.
Dirigindo-se, ao final, ao nosso amiguinho, disse a ele:
– Nós o acompanhamos pelas ruas, a buscar meios para ampliar nossas atividades junto aos sofredores. Prossiga, meu amigo. O trabalho é necessário. Mas… quando quiser comer pastéis, não precisa queimar a boca!
O consolador – Ano 17 N 825 – Artigos