Autora: Eugênia Pickina
A educação desde o início da vida poderia realmente mudar o presente e o futuro da sociedade.
Maria Montessori
Hábito ou insegurança?
Muitas crianças preferem dormir na cama dos pais, pois têm dificuldade para pegar no sono ou simplesmente têm medo do escuro.
Pensemos no sono infantil. Segundo os especialistas, somente a partir dos 10 anos de idade é que as crianças alcançam a independência do sono.
Consideremos o cotidiano de muitas famílias. O meninozinho tem seu quarto, sua cama, mas insiste em dormir na cama dos pais. Como proceder? Sem esquecer a paciência e o contínuo diálogo, os pais podem, por exemplo, fazer a transição apoiando-se no próprio quarto do filho: colocar um colchão ao lado da cama, permanecer ali junto até o filho pegar no sono, deixando uma luz acesa e a porta do quarto aberta.
Com calma e persistência, certas atitudes podem colaborar para que a criança possa incorporar com tranquilidade o hábito de dormir na própria cama.
Crie uma rotina
Criar uma rotina noturna ajuda a criança entender o que vem pela frente e com isso ir aumentando sua sensação de segurança: banho, pijama, escovar os dentes, fazer xixi, deitar e ouvir uma história. Criar um clima acolhedor, com a cama confortável, o bichinho de pelúcia, uma luz acesa, uma prece, tudo isso ajuda.
Faça combinados, estipulando exceções
É bom combinar com a criança em quais circunstâncias será permitido o sono na cama dos pais: quando o pai ou a mãe estiver viajando; em uma noite de feriado ou festividade etc.
Estimule a autonomia
Maria Montessori dizia: “Nunca ajude uma criança em algo que ela acredita que pode fazer sozinha”. Motivar as crianças a realizarem atividades próprias para a idade delas, como comer, vestir o pijama etc., ajuda o próprio processo de aumentar as reservas de autoconfiança para dormirem sozinhas.
A construção da independência é a construção do eu e a formação do ser humano. O papel dos pais é estimular a independência, e isso é crucial na vida de uma criança. Ficamos por perto, participando como pais, como adultos, como responsáveis, da experiência com nossa presença, depois com a voz. Até que, claro, não ficamos mais. O filho cresce e segue o próprio caminho.
Notinha
Neste momento, a pandemia precisa ser levada em consideração, à medida que alterou hábitos, rotina, relações. Mas continue insistindo para que a criança caminhe em direção à autonomia: vestir o pijama, dormir na própria cama…
O consolador – Ano 14 – N 688 – Cinco-marias