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Cromos

Autor: B. Lopes (espírito)

*

Na alcova desguarnecida,

Sobre uma enxerga, a doente

Soluça como quem sente

O fim nevoento da vida.

*

Beija-lhe a filha inocente,

Minúscula, embevecida,

Mirando-a enternecida,

Dizendo-lhe docemente: –

*

“Não chores mais mamãezinha:

Vou dar minha bonequinha

À santa lá do altar;

*

E com esta minha promessa,

Ela há de vir bem depressa

Para a senhora sarar.”

*

O mendigo desprezado

Olha as estrelas e chora,

Pois sente que se enamora

Do firmamento estrelado.

*

Ao seu Jesus bem-amado,

Cheio de lágrimas, ora,

E pede, suplica, implora

Perdão para o seu pecado.

*

Vêem-se raios formosos,

Dimanando luminosos,

Do clarão da sua fé;

*

E lá dos céus abençoa

Sua alma singela e boa,

O Jesus que ele não vê.

Nota

A poesia acima, psicografada por Francisco Cândido Xavier, faz parte do livro Parnaso de Além-Túmulo

Obra completa: https://www.febeditora.com.br/parnaso-de-alem-tumulo

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