Autor: B. Lopes (espírito)
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Na alcova desguarnecida,
Sobre uma enxerga, a doente
Soluça como quem sente
O fim nevoento da vida.
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Beija-lhe a filha inocente,
Minúscula, embevecida,
Mirando-a enternecida,
Dizendo-lhe docemente: –
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“Não chores mais mamãezinha:
Vou dar minha bonequinha
À santa lá do altar;
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E com esta minha promessa,
Ela há de vir bem depressa
Para a senhora sarar.”
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O mendigo desprezado
Olha as estrelas e chora,
Pois sente que se enamora
Do firmamento estrelado.
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Ao seu Jesus bem-amado,
Cheio de lágrimas, ora,
E pede, suplica, implora
Perdão para o seu pecado.
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Vêem-se raios formosos,
Dimanando luminosos,
Do clarão da sua fé;
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E lá dos céus abençoa
Sua alma singela e boa,
O Jesus que ele não vê.
Nota
A poesia acima, psicografada por Francisco Cândido Xavier, faz parte do livro Parnaso de Além-Túmulo
Obra completa: https://www.febeditora.com.br/parnaso-de-alem-tumulo