Autora: Teresinha Olivier
Aprendemos com a doutrina espírita que o nosso planeta é um mundo ainda bastante inferior, devido à imperfeição da humanidade encarnada e desencarnada ligada a ele.
Por isso enfrentamos situações difíceis, complicadas, as chamadas “vicissitudes da vida corporal”, como dizem os espíritos.
O Espiritismo nos explica que essas vicissitudes são provas que precisamos vivenciar para vencermos limitações morais e intelectuais, ou seja, são desafios que estão na nossa vida para nos fazer crescer.
Entre essas situações, existem aquelas que podemos mudar, e aquelas que não podemos.
Quando temos condições de mudar uma situação difícil, devemos usar todos os recursos que estão ao nosso alcance, dentro do equilíbrio, sem prejudicar a ninguém, sem nos manchar moralmente e, no empenho dessa mudança, estamos exercitando e desenvolvemos qualidades morais e intelectuais.
E quando não podemos mudar uma situação difícil, tendo, às vezes, que vivenciá-la por muito tempo, ou até mesmo por toda uma vida? Temos que nos resignar passivamente? Como fica o nosso livre-arbítrio nesse caso?
Usando o livre-arbítrio, temos algumas opções:
Podemos passar pela prova, nos desesperando, nos revoltando, caindo em depressão, nos envolvendo em vícios, desanimando, pondo a culpa nos outros, culpando Deus, nos sentindo vítimas, coitadinhos, ou seja, podemos ir por alguns desses caminhos.
Ou, como estamos aprendendo com a doutrina, podemos pensar: Esse desafio está na minha vida para me mostrar algo que eu preciso aprender e me modificar em algum aspecto. O que seria? O que preciso aprender com essa prova para crescer como espírito imortal que sou, para dar um novo rumo à minha vida?
Tudo muda quando vemos e compreendemos as dificuldades de um ponto de vista mais elevado, do ponto de vista do espírito imortal em evolução.
Portanto, diante das tribulações da vida, não nos conturbemos intimamente, porque tudo está conforme os desígnios contidos nas leis amorosas e sábias do Criador.
Onde quer que nos encontremos e na situação que estejamos vivenciando, não podemos duvidar que são contingências que escolhemos ou atraímos para nós e que estão em conformidade com as nossas vibrações e com as nossas necessidades evolutivas.
Cada uma das situações vivenciadas por nós guarda uma necessidade de aprendizado e uma oportunidade de superação de fraquezas morais que ainda trazemos conosco.
Situações, pessoas, circunstâncias encerram grandes e pequenos desafios que, se enfrentados com grandeza de caráter e vontade firme, somente nos proporcionarão melhorias íntimas e um maior cabedal de conhecimentos e de qualidades morais que farão de nós espíritos mais fortes e mais sábios, e com uma sensibilidade muito mais aguçada diante da vida e das pessoas.
Muito mais fácil dar vazão aos arrastamentos dos instintos, usando como justificativa as frustrações que se nos apresentam. Porém, muito mais gratificante, a longo prazo, a disciplina da vontade direcionada para a dedicação e para a execução das tarefas a que somos chamados, com amor e respeito no coração.
A Terra é uma grande escola e nós somos alunos em aprendizado e os desafios fazem parte do currículo do curso que estamos fazendo. Podemos vivenciar cada dia como uma aula de formação do espírito imortal. A vida na Terra é pedagógica
“Mesmo quando tudo parece desabar, cabe a mim decidir entre rir ou chorar, ir ou ficar, desistir ou lutar; porque descobri, no caminho incerto da vida, que o mais importante é o decidir.” Cora Coralina
