Autora: Teresinha Olivier
O dois de novembro é o chamado Dia de Finados.
No ano de 998, o Dia de Finados começou a ser comemorado nos mosteiros beneditinos da França e tornou-se Data Oficial, em 1915, o Dia dos Mortos.
É o dia em que muitas pessoas acorrem aos cemitérios, a fim de levar sua homenagem àqueles que deixaram o mundo dos vivos.
Este dia é comemorado segundo as crenças individuais, de acordo com a visão que cada um tem da morte, da vida futura e do destino que nos espera, após a vida física.
De maneira geral, neste dia os mortos são lembrados com tristeza e saudade; flores são depositadas em seus túmulos; os mortos queridos são lembrados e chorados e preces são feitas em intenção do bem-estar de suas almas.
São pais e mães queridos, irmãos, amigos, companheiros, filhos que nos são arrebatados inexoravelmente e levados para o desconhecido…
Isso para aqueles que acreditam, de alguma forma, na continuidade da vida, porque, para muitos, a porta do túmulo leva para o nada. Para estes, o ser amado simplesmente deixou de existir – o que provoca uma angústia muito maior!
Para o Espiritismo, a morte é uma passagem para outro plano, onde a vida continua atuante e rica em trabalho e aprendizado. No processo a que chamamos morte, o Espírito deixa o seu envoltório físico, que já não lhe serve mais e parte para outras dimensões da vida, sem, contudo, desligar-se dos que aqui ficaram e com os quais continuam em comunhão de pensamentos e sentimentos, se o afeto que os une teria sido sincero e profundo…
Para o espírita, aquele que já deixou o envoltório material não se acha no cemitério. Ali encontram-se, apenas, os seus despojos, o envoltório material que o Espírito deixou, por não lhe ser mais necessário. O corpo físico agora está entregue ao grande laboratório da natureza, que se encarregará de transformar os seus componentes químicos em novos elementos.
Os Espíritos sentem alegria quando são lembrados carinhosamente pelos que aqui ficaram. Recebem as vibrações de nossos pensamentos e sentimentos e, por isso, é muito importante lembrarmos-nos deles, com pensamentos de paz, de harmonia, de esperança e de otimismo e não com angústia, inconformação ou revolta. Nossos pensamentos e sentimentos chegam até eles em forma de energias positivas, que poderão ajudá-los na sua caminhada no plano espiritual, fortalecendo-os e estimulando-os a conquistarem mais e mais conhecimentos e realizações, ou, pelo contrário: na forma de vibrações negativas, que dificultam o seu equilíbrio espiritual.
É meritório que nos lembremos dos nossos entes queridos que já partiram para a espiritualidade, no dia consagrado para eles; é mais meritório ainda, que lembremo-nos deles sempre, nas nossas orações, em nosso lar, porque eles são atraídos pelos pensamentos e sentimentos que irradiamos para eles e não pelo local em que nos encontramos.
No Livro dos Espíritos, Allan Kardec fez algumas perguntas ao Espírito da Verdade referente a este assunto:
Pergunta 320: “Os Espíritos são sensíveis à saudade daqueles que amaram e que ficaram na Terra?”
Resposta: “Muito mais do que podeis supor; se são felizes, essa lembrança aumenta sua felicidade; se são infelizes, essa lembrança é para eles um alívio.”
Pergunta 321: “O dia da comemoração dos mortos tem algo de solene para os Espíritos? Eles se preparam para visitar os que vão orar nas suas sepulturas?”
Resposta: “Os Espíritos atendem ao chamado do pensamento tanto nesse dia quanto em qualquer outro.”
Pergunta 323: “A visita ao túmulo dá mais satisfação ao Espírito do que uma prece feita para ele?”
Resposta: “A visita ao túmulo é uma maneira de mostrar que se pensa no Espírito ausente: é a imagem. Já vos disse, a prece é que santifica o ato da lembrança; pouco importa o lugar, quando se ora com o coração.”
Diante disso, não vamos pensar naqueles que já não estão mais ao nosso lado, como mortos, mas sim como Vivos. A nossa saudade deve ser permeada pela esperança e pela certeza de um reencontro, algum dia! Deus, na sua infinita bondade, não nos destinaria a amar e depois separar, irrevogavelmente, daqueles que são objetos do nosso Amor, do nosso Carinho, dos nossos mais profundos sentimentos. Isso seria negar toda bondade do Criador.
Respeitando as crenças e as formas de todos os nossos irmãos homenagearem os seus mortos, lembremo-nos deles com tranquilidade, rememorando as boas lembranças que nos suscitaram, o bem que fizeram, os bons momentos vividos juntos…
Eles não estão presos às tumbas, são espíritos libertos, dedicando seu amor e seu carinho aos que mais amaram enquanto encarnados, com certeza!
A prece refrigera a alma e expõe a luz dos bons pensamentos que endereçamos a eles. Isto, durante o ano inteiro!
Dica
A autora participa semanalmente dos grupos de estudos online, abaixo. Se tiver interesse em participar também, são abertos para todos os públicos.
Reuniões: Estudo do livro O Céu e o Inferno (primeira edição autêntica)