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Dificuldade financeira do orador espírita

Autor: Wellington Balbo

Com seu verbo inflamado, percorria diversas cidades levando com alegria o esclarecimento da Doutrina Espírita. E para esse mister não media esforços, colocando-se sempre à disposição das diversas Casas da região onde residia.

No entanto, em determinado período de sua existência, passou por complicada situação financeira. Perdera o emprego, e contas avolumavam-se em suas gavetas, exigindo pagamento imediato.

Todavia, à medida que as contas chegavam, os convites para palestras também.

As Casas Espíritas que visitava faziam questão de reembolsá-lo quanto às despesas de combustível e alimentação, algo justo e natural. Mas eis que para tudo há uma primeira vez. E, assim, em determinada ocasião, o orador viajou a uma cidade distante e não recebeu o reembolso referente ao combustível.

Os responsáveis pelo evento nada comentaram, e, constrangido, restou-lhe o ônus de arcar sozinho com as despesas.

Em face disso, teve que deixar de pagar a conta de energia de sua casa, o que gerou sérios problemas familiares…

É verdade que o orador deveria ter aberto o jogo com a Casa Espírita. No entanto, também é verdade que a Casa Espírita deveria ter a sensibilidade de perguntar a ele quanto às suas condições econômicas. Nada de melindres, perguntar não ofende.

As dificuldades financeiras são espinhosas; espinhosas e democráticas, porquanto apoquentam até mesmo o orador espírita, além do que, assim como todos, ele também está sujeito às contas no final do mês.

E elas, as contas, não perdoam ninguém e, como sempre, de 30 em 30 dias surgem intrépidas: água, energia, escola, mercado, impostos…

Por isso, é de suma importância que a Casa Espírita, ao promover o evento, manifeste-se com relação às despesas do orador espírita. Nada além disso, haja vista que o trabalho é realizado de forma voluntária, razão pela qual o orador espírita não cobra nada pela sua palestra, apenas necessita do reembolso justo.

Em minhas andanças pelo Estado de São Paulo, não tenho enfrentado problemas com relação ao reembolso das Casas Espíritas, pois a maioria delas costuma entender essa problemática. Entretanto, em alguns lugares por onde passei nada perguntaram e, portanto, fiquei a “ver navios”. Conheço confrades que também passaram por isso. Acredito que não seja proposital, tratando-se, pois, de pura falta de atenção dos dirigentes das Casas.

Talvez este artigo seja um tanto quanto antipático e cause melindre em algumas pessoas, todavia, é um lembrete importante e justo, porquanto no final do mês as contas vencem, e as do orador espírita também.

Dica

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