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Do que necessitamos para educar

Autor: Marcus De Mario

Quando seu filho corre pela casa e derruba alguma coisa, você normalmente reage com gritos, ameaças e castigos, certo? Errado!

Você tem dois filhos, um de seis anos, que já está na escola, e outro que está com dois anos. Você vai pegar seu filho na escola, levando o outro no colo. Quando chega, o mais velho se põe aos gritos, se joga no chão e grita que a mamãe é apenas dele. O que você faz quando chega em casa? Castigo, para que ele aprenda a não ser manhoso. Certo? Errado!

E assim poderíamos listar outras cenas cotidianas do universo familiar, ilustrando atitudes erradas de pais e mães na educação de seus filhos. Mas, por que estão erradas?

Na primeira cena, não reconhecer que a criança é agitada por natureza, possui muita energia, e que nem sempre ela entende estar fazendo algo ruim, mas apenas uma inocente brincadeira, é dar prova de impaciência, de ser mais importante a arrumação da casa que o próprio filho. Gritos não resolvem porque a criança não compreende porque estão gritando com ela. Ameaças não funcionam porque ou as cumprimos ou elas se tornam mero palavreado sem efeito. Castigos não corrigem porque eles são aplicados sem as devidas explicações, ou seja, sem explicar os porquês.

Na segunda cena, no lugar do castigo, você deveria dar afeto, atenção, amor, pois seu filho está dizendo: “estou com carência afetiva, você carrega meu irmão no colo e não faz mais isso comigo”. E o verdadeiro mal do século é a carência afetiva, e também a falta de amor, a inexistência de diálogo construtivo, a não prática de bons exemplos.

E tudo fica mais agravado quando entendemos que a educação é missão sagrada dos pais, da qual terão de responder quando do retorno para o mundo espiritual, como informam os Espíritos Superiores na questão 208 de O Livro dos Espíritos, a obra básica do Espiritismo.

E do que necessitam pais e mães para serem bons educadores dos filhos? Vamos responder por etapas.

Primeiro enunciado

Necessitam compreender que somos espíritos imortais, que há em nós e, portanto, em cada ser humano, um componente a mais do que o corpo biológico, ou seja, a alma. Compreender a espiritualidade humana é fundamental para melhor educar.

Segundo enunciado

Como decorrência do primeiro enunciado, compreender que a criança, e também o adolescente e o jovem, é um espírito, ou uma alma. Ela não é um brinquedo, uma boneca e nem mesmo um adulto em miniatura. É gente como a gente, para utilizar a expressão do educador brasileiro Paulo Freire, portanto, deve ser respeitada na sua condição intelectual e moral.

Terceiro enunciado

Para melhor educar é preciso amar esse ser que Deus confiou aos pais. Não existe verdadeira educação fora do amor. Mas não esse amor que se dissipa um minuto depois, quando passam a tratar o filho de “coisa” que atrapalha a vida. O amor, acima de tudo, compreende e renuncia.

Quarto enunciado

A melhor educação é aquela realizada através dos próprios exemplos. Se você fuma, fala palavrão, grita, fofoca a vida alheia, é egoísta, age com violência, e tantas outras coisas que caracterizam vícios do caráter e maus hábitos, como pode querer que seu filho seja diferente?

E, finalmente, deixe seu filho ter suas próprias experiências. Não faça as coisas no lugar dele. Interaja com ele e delegue tarefas. Deixe ele compreender o que são limites, responsabilidades, deveres. Se você sempre limpar onde ele sujou, sempre guardar as roupas que ele espalhou, sempre desculpar os erros que ele cometeu, a deseducação estará instalada.

Lembre-se que a missão de educar significa formar o caráter, fazer com que o filho adquira o senso moral, saiba distinguir entre o bem e o mal, pois ele é um espírito imortal, e a única bagagem trazida do mundo espiritual, quando do nascimento, e que será levada de volta ao mesmo mundo espiritual, quando da morte, é a bagagem das conquistas morais e intelectuais com a respectiva aplicação da mesma. Não importa para Deus o diploma universitário a ser apresentado, mas sim a caridade desenvolvida, o amor ao próximo praticado. O espírito reencarnante necessita dos pais para melhora do seu caráter, para bom encaminhamento das suas tendências inatas.

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