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Educando para o futuro

Autor: Marcus De Mario

Este texto tem duas abordagens: a primeira para os pais, a segunda para os jovens.

Iniciemos então com uma palavra aos pais: todos nós sabemos que as gerações se sucedem, o tempo passa, e a humanidade continua seu progresso. Todos nós sabemos que a existência é limitada, que um dia enfrentaremos a morte, e que filhos e netos formarão a nova sociedade humana. Então, diante dessa verdade, está na hora de nos preocuparmos com a educação que fornecemos àqueles que aqui vão nos substituir e continuar. E essa preocupação torna-se ainda mais grave e profunda quando sabemos que um dia iremos depender daqueles que hoje são crianças, os quais receberam de nós a educação. Como gostaríamos que eles nos cuidassem?

Analisando assunto tão grave e essencial que é a educação, encontramos nela diretrizes seguras, e a primeira diretriz é a da autoeducação, ou seja, que para bem educarmos é preciso primeiro que nos eduquemos. E como educação é conjunto de hábitos adquiridos, devemos iniciar a autoeducação corrigindo vícios e tendências, esforçando-nos para dar bons exemplos, pois de que adianta falar, pedir, orientar, se não fazemos aquilo que falamos?

Muitos de nós damos aos filhos, netos e sobrinhos grandes sermões, e ainda utilizamos de castigos, fazendo-os perder o direito de alguma coisa, entretanto, fazemos, de nossa parte, o contrário do que solicitamos que eles façam. Entendendo: queremos educá-los e que eles sejam educados, mas somos a deseducação em pessoa. Como pedir para falar baixo se conversamos aos gritos? Como castigar pelo uso de um palavrão, quando utilizamos essas palavras cotidianamente? Como pedir sempre a verdade, quando vivemos mentindo, inventando desculpas?

Por tudo isso a educação deve pensar o futuro, trabalhando a moralização e espiritualização do ser, o desenvolvimento de seu senso moral, das suas virtudes, tendo sempre o amor como base de todo o processo. E é por amor a nós mesmos que devemos nos educar. Comecemos agora, sem mais perda de tempo, pois o amanhã só depende de nós, e, com certeza, vamos querer uma sociedade melhor, tendo filhos e netos que vão nos proteger, amparar e cuidar com carinho.

Voltando agora meu olhar para os jovens, recordo um filme que, provavelmente, você que é jovem, não conhece. Refiro-me ao filme Juventude Transviada, de 1955, tendo como protagonista o ator James Dean, que veio a falecer cedo, logo após o lançamento do filme, numa vida de agitação social, alcoolismo e velocidade máxima, fascinado por corridas de automóveis, o que lhe custou a vida aos 24 anos de idade. No filme ele faz o papel de um jovem encrenqueiro vivendo de forma agitada em nova cidade, bem o retrato dele mesmo. Tanto no filme quanto na vida real ele não se dá bem, e é sobre isso que quero conversar com você: será que vale a pena viver como se o dia de amanhã não existisse?

Nos dias atuais muitos jovens se esgotam em baladas intermináveis, deixando-se alcoolizar e consumindo drogas. Disputam o pegar e ficar com outro, sem se darem conta da promiscuidade sexual de que são vítimas, considerando o outro e a si mesmos como objetos, e não como seres humanos. Se revoltam contra a sociedade por meio da violência ou da depressão, considerando-se totalmente independentes, como se não convivessem com os outros, e, em muitos e muitos casos, largando a vida na flor da juventude, esgotados, cansados e equivocados.

Talvez você pense que nada sei, que sou um educador com aquele discurso sobre moral e coisas do tipo, mas não se trata simplesmente disso, e sim de lhe provocar reflexão sobre o significado da vida, afinal não é possível que aqui estejamos só para gozar, gozar e mais nada.

Pense seriamente em ser útil a si mesmo e ao próximo, em ser um transformador, para melhor, da sociedade em que vive.

Encerrando minhas divagações educacionais, peço a pais e jovens que reflitam sobre minhas palavras, mesmo discordando delas, pois nada melhor do que o exercício do pensar olhando a vida que todos temos pela frente.

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