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Epes Sargent

Nascido no dia 27 de setembro de 1813, na cidade de Gloucester, Massachusetts, Estados Unidos, e desencarnado a 30 de dezembro de 1880. Era filho do mestre-de-navios Epes Sargent e de Hannah

Dane Coffin e pertencia à linhagem de William Sargent, a quem o governo havia concedido a posse de terras na região de Gloucester, no ano de 1678. Seus ancestrais foram John Winthroup e Joseph Dudley, antigos governantes da colônia inglesa de Massachusetts.

Transferindo seu domicílio de Gloucester para Roxbury, nas vizinhanças de Boston, no ano de 1818, o genitor de Epes Sargent ali se dedicou ao comércio, no que não foi muito feliz, retornando à sua antiga cidade, onde se dedicou novamente à pesca, como fazia anteriormente. Esse descontrole financeiro, no entanto, não afetou o aculturamento dos filhos, principalmente por ver em Epes Sargent um jovem superdotado de inteligência. Por isso matriculou-o na “Escola Latina de Boston”, onde ele revelou invulgar tendência para a literatura, tendo-se graduado em 1829. Nessa época visitou a Rússia em companhia de seu pai.

Atingindo a idade dos trinta anos, fez parte do corpo redatorial de importantes periódicos editados na época. Posteriormente tornou-se correspondente político do “Boston Daily Atlas”, em Washington. 

Na capital norte-americana, teve a oportunidade de contrair a amizade de numerosos políticos, especialmente de membros do Partido Liberal Whig, aproveitando o ensejo para publicar, em 1848, o seu notável livro “A Vida e os Serviços Públicos de Henry Clay”. Logo a seguir lançou a obra “A Noiva de Gênova” e a tragédia “Velasco”, escrita também em 1837 e lançada em 1839. 

Nessa época partiu para Nova Iorque, onde permaneceu durante oito anos, trabalhando no célebre jornal “The New York Mirror”, fazendo parte, logo a seguir, no “The New World” e do “New Monthly Magazine”. Não demorou muito e lançou o seu próprio jornal “Sargenfs New Monthly Standard”, que teve vida efêmera. 

Retornando a Boston, em 1847, participou do corpo redatorial de numerosos órgãos publicitários, dentre eles o “Boston Evening Transcript”, “The School Monthly”, “The Knickerbocker Magazine” e “The Atlantic Monthly”. Justamente no ano em que regressou a Boston, deu à publicidade o seu melhor volume de versos, intitulado “Canções do Mar, com outros Poemas”.

Sargent casou-se a 10 de maio de 1848, com Elisabeth W. Weld, de Roxbury, não tendo tido descendentes diretos. 

As suas atividades no campo educacional foram de grande relevância. Escreveu uma quantidade apreciável de obras destinadas a estudantes e professores, tendo mesmo sido catalogado como educador emérito, tornando-se famoso em toda a América do Norte, na segunda metade do século passado. A sua obra “The Standard Speaker”, publicada em Filadélfia no ano de 1852, alcançou mais de sessenta edições. De 1852 a 1873 escreveu numerosos compêndios e manuais de instrução, os quais foram largamente adotados nos colégios e escolas dos Estados Unidos. Paralelamente publicou, no ano de 1858, outra coleção de “Poemas”, com 300 páginas e, em 1870, a narrativa em versos, com o título “The Women who dared”, sem contar outras obras de inquestionável valor. 

Em 1859 traduziu e publicou no jornal “The Press”, o escrito de Tomás Celano, notável escritor franciscano, sob o título “Dies Irae”.

Além do elevado número de obras por ele divulgadas, devese acrescentar que muitos dos seus escritos foram publicados anonimamente, deixando por isso de ser registrados em enciclopédias.

Nos últimos vinte ou trinta anos de sua fértil existência, Epes Sargent se interessou pelo Espiritismo, estudando-o profundamente após ter sido um dos que combateram e repudiaram os insólitos fenômenos ocorridos em Hydesville e Rochester, por meio das médiuns Leah, Margareth e Katherine Fox. 

Manteve correspondência epistolar com numerosos dirigentes espíritas dos Estados Unidos e da Europa. Escreveu elevado número de artigos para as publicações que então se ocupavam da matéria. Foram também de sua autoria as seguintes obras versando sobre Espiritismo: “Revelações do Grande Mistério Moderno — Pranchetas, com teorias sobre as mesmas” (Boston, 1869), “Prancheta, ou o Desespero da Ciência face ao Espiritismo” (Boston e Londres, 1869), “A Prova Palpável da Imortalidade” (Boston, 1875). Nessa última obra, ele descreve os fenômenos de materialização e tece comentários, analisando o Espiritismo em face da Teologia, da Moral e da Religião. 

Finalmente, escreveu a sua obra mais importante: “Bases Científicas do Espiritismo” (Boston, 1880), tratado de inegável valor sobre o aspecto científico da doutrina.

Em 1868 havia contraído uma afecção brônquica de que nunca mais ficou livre. No ano de 1872 visitou a Europa, permanecendo algum tempo no sul da França. Como que pressentindo o seu próximo desenlace, pois sua saúde se agravava continuamente, trabalhou de forma intensa no afã de terminar “The Scientific Basis of Spiritualism”. Finalmente foi acometido de um câncer na boca, o qual se propagou rapidamente, impedindo sua manifestação oral e debilitando sua saúde. No dia 30 de dezembro de 1880, seu Espírito partiu rumo à verdadeira pátria, consciente de ter desempenhado relevante obra na face da Terra.

Epes Sargent foi um homem dotado de talento fora do comum. Sua operosidade foi das mais marcantes, tendo merecido de Edgar Allan Poe, que havia tomado conhecimento dos seus escritos anteriores a 1849, as seguintes palavras: “É um dos mais preeminentes membros da extensíssima família Americana – a dos homens de engenho, talento e tato.” 

Fonte: Personagens do Espiritismo.

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