Autor: Marcus De Mario
Quando assistimos um filme de época, ou seja, principalmente os que retratam a vida social de antes da metade do século vinte, muitas vezes nos escandalizamos com o tratamento que era dado às crianças e jovens, tanto na família como na escola. Consideradas meras miniaturas dos homens e mulheres, as crianças eram espancadas, tinham de suportar metodologias educacionais torturantes, eram subservientes ao pai, e as escolas não eram construídas para elas, mais se assemelhando a verdadeiras prisões.
O tempo passou, novas ideias surgiram, a sociedade mudou, criou-se a pedagogia e, dizem, não há mais termos de comparação da atualidade com o passado. Bem, não é tanto assim. Em alguns países europeus, às voltas com a violência dentro da escola, estão sendo adotadas medidas coercitivas contra os alunos, como proibição de celulares, detectores de metais, revistas nas mochilas, policiamento ostensivo, vigilância com câmeras e, até mesmo, cogita-se da volta da palmatória ou outro instrumento equivalente. Nos Estados Unidos qualquer diretor de escola pode chamar a polícia para prender o aluno que desacatar um professor ou desobedecer às normas escolares.
Aqui no Brasil as coisas não estão muito diferentes. Violência na escola e no seu entorno já nem dão mais audiência de tão comum o fato. Escolas que verdadeiramente massacram seus alunos com estudos preparatórios para os exames de toda ordem, destacando-se o Enem e o vestibular, fazem parte do cotidiano do sistema de ensino, tanto público como particular, talvez com mais intensidade neste último. Atividade que provoque barulho em sala de aula é, para muitos diretores e coordenadores, sinônimo de perda de autoridade por parte do professor.
E temos também outras questões muito graves: autoritarismo da direção escolar, melindres e desunião entre os professores, cobrança radical sobre os pais, rotulagem sumária do aluno não enquadrado no sistema, tudo isso colaborando para termos uma escola que na prática coloca-se distante do discurso pedagógico.
É por tudo isso que sentimos a necessidade da humanização da escola. O diretor, o professor, o funcionário, o aluno, o pai, a mãe, enfim, todos os que estão envolvidos, direta ou indiretamente, no processo escolar, são humanos, são gente. Possuem sentimentos e saber. Ninguém é objeto, ou número, ou máquina.
Precisamos tornar mais humanas as relações entre as pessoas e também as relações pedagógicas. Um pouco de afetividade não faz mal a ninguém, pelo contrário, sensibiliza o coração e faz com que entendamos que os problemas enfrentados pela escola não têm solução na ação policial ou em atos de segurança institucional.
Ambiente prazeroso onde todos podem desenvolver seu potencial é do que necessita a escola, e não estamos falando apenas de ambiente adaptado para os alunos, mas de ambiente prazeroso para todos, pois os que fazem da escola seu ambiente de trabalho também necessitam ter prazer em ali estar.
Escola humanizada não é sonho. Escola humanizada é necessidade.
Entretanto, somente mudando as pessoas e os modelos de gestão das mesmas poderemos mudar a instituição social chamada escola.
Pensando nisso o Instituto Brasileiro de Educação Moral (IBEM) possui o Projeto Escola do Sentimento, que pode ser solicitado gratuitamente através do e-mail [email protected]