Autor: Antônio Torres (espírito)
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Tive um sonho de amor e de inocência,
Cheio de luz das coisas invulgares,
Do qual perdi a luminosa essência
Na cristalização dos meus pesares.
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Tarde reconheci minha falência,
Terminados os múltiplos azares,
De minha quase inútil existência,
No silêncio das cinzas tumulares.
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E da morte, no abismo indefinido,
Tombei exausto, amargurado e cego,
– Abismo tenebroso que eu transponho.
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Infeliz do meu ser irredimido,
Pois triste e atordoado inda carrego
O negro esquife do meu próprio sonho.
Nota
A poesia acima, psicografada por Francisco Cândido Xavier, faz parte do livro Parnaso de Além-Túmulo
Obra completa: https://www.febeditora.com.br/parnaso-de-alem-tumulo