Autora: Teresinha Olivier
Aprendemos com o Espiritismo que as almas são criadas simples e ignorantes, isto é, sem inteligência desenvolvida e sem conhecimento do bem e do mal, ou seja, sem senso moral, mas com igual aptidão para tudo.
Nessas primeiras encarnações, que acontecem em mundos primitivos, o ser humano age pelos instintos. Está ainda próximo dos animais, sem perfeita consciência de sua existência. Luta pela sobrevivência, segurança, pela preservação da espécie. Praticamente iguais aos animais.
Nessa fase, ele tem sensações: medo, raiva, dor, prazer. Como os animais.
Conforme sua inteligência e o seu senso moral vão se desenvolvendo, durantes as muitas encarnações, vai desenvolvendo também o livre-arbítrio, seu poder de escolha, o uso da sua vontade. E começa então a desenvolver, pela sua própria escolha, virtudes e imperfeições morais e, como consequência, a responsabilidade dos seus atos.
Conforme vai evoluindo, através das sucessivas experiências reencarnatórias, vai desenvolvendo sentimentos, e entre eles, o amor, que é o sentimento maior.
Nós chegamos nesse nível, nós sentimos amor, porém, para alcançarmos o verdadeiro sentido do amor, como Jesus ensinou, precisaremos ainda de muitas encarnações.
Estamos numa fase da nossa evolução, que apesar de sentirmos amor, esse sentimento é ainda permeado de egoísmo, de posse, de domínio; queremos modificar aqueles que amamos; não os aceitamos do jeito que são, eles têm que ser do jeito que queremos, enfim, o amor que sentimos ainda é bastante imperfeito, porque somos ainda espíritos longe da perfeição.
Mas estamos em evolução, em aprendizado. Estamos aprendendo a amar através daqueles seres mais chegados a nós, estamos exercitando o amor através deles.
Além disso, o nosso amor é restrito àqueles que são nossos próximos mais próximos: Nossos filhos, nosso marido, nossa esposa, nossos pais, nossos amigos mais íntimos. É um amor ainda bastante deficiente, limitado, restrito.
Jesus ensinou a amarmos o próximo como a nós mesmos.
Mas, a maioria das pessoas tem dificuldade de ver como seu próximo pessoas diferentes delas. Pessoas de outra etnia, pessoas que têm uma religião diferente, que têm uma cor de pele diferente e assim por diante. Até mesmo times de futebol e partidos políticos geram inimizades e até mesmo violência.
Fazemos parte da mesma humanidade, da mesma espécie, a espécie humana. Somos todos filhos do mesmo Pai, que é Deus, portanto somos todos irmãos. Mas temos muita dificuldade de entender, e principalmente, de sentir essa verdade. Estamos longe ainda de ver a todos os seres como nossos próximos.
Num certo sentido, isso é natural, porque não somos perfeitos, estamos em aprendizado, em evolução. Por isso precisamos de muitas encarnações, que é mais uma prova do amor de Deus pelas suas criaturas, porque através das experiências reencarnatórias, vamos aprendendo e nos melhorando.
Quando os homens aprenderem a se amar no verdadeiro sentido da palavra amor, não mais existirão as misérias sociais, porque aquele que terá mais não se sentirá feliz enquanto houver alguém sem o necessário.
O verdadeiro amor acabará com as doenças do corpo e com as angústias da alma, porque na falta do amor, há o egoísmo, o orgulho, a ganância que geram energias negativas, que causam desequilíbrios e doenças.
Enquanto houver misérias, doenças, guerras, violências, vícios no mundo, é sinal que não aprendemos a amar verdadeiramente ainda.
Já temos a centelha do amor dentro de nós, porque Deus é amor, como disse o apóstolo João. O amor está na base da criação divina, o amor é a matéria prima da criação.
Da mesma forma que o sol se levanta todas as manhãs e ilumina e aquece bons e maus, perfeitos e imperfeitos, ilumina e aquece indistintamente todos os seres da natureza, o amor de Deus se estende do minúsculo verme, a todos os seres da criação, à imensidão dos astros que circulam no universo infinito. Estamos constantemente mergulhados no amor divino. Todos!
Sendo o amor a base de toda a criação, temos o gérmen do amor verdadeiro dentro de nós, precisamos desenvolvê-lo. De que forma?
Através da compreensão das leis divinas que regem as nossas vidas e da nossa vontade em crescer como Espíritos imortais que somos. Assim, vamos fazendo com que essa centelha vá brilhando cada vez com mais intensidade dentro de nós.
“Que brilhe a vossa luz,” disse Jesus.
É pela nossa vontade em aprender e a crescer que vamos fazer brilhar a nossa luz.
Somos filhos de Deus e Deus é amor. Nosso Pai, nosso criador é amor. Portanto, como seus filhos, fomos criados para amar.
Estamos caminhando para isso.