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Exorcismo eclesiástico ou mutiladores da vida eterna

Autor: Victor Passos

Prezados leitores, após ler tanta aberração e ignorância num artigo do jornal de Notícias do dia 9 de julho, tendo como título “Portugal precisa de mais exorcistas”, na defesa do bom senso e contra o dogmatismo proselítico, não poderia deixar de dar aqui este recado e esclarecimento. Sendo aviso de um exorcista do Vaticano, não poderia deixar sem resposta acerca das circunstâncias espirituais, que apenas tentam confundir o marasmo como determinadas Instituições estão a funcionar e a sua incapacidade de soluções, na problemática do psiquismo e entendimento espiritual. Vejo-me no nome da verdade a ter que dar o meu ponto de vista, nada que com isto me ache o dono do mundo e da verdade, mas porque é preciso defender a lógica e razão dos valores que Cristo nos veio trazer, como prova de amor e alusão à reconciliação constante, e o bom senso é preciso quando se faz determinadas alusões. Assim sendo, aqui fica a minha resposta.

As igrejas dogmáticas deste Plano Terreno possuem erradas noções acerca do diabo, mas, inegavelmente, os diabos existem. Somos nós mesmos, quando, desviados dos desígnios propostos, pervertemos o coração e a inteligência, na satisfação de criminosos caprichos.

As fórmulas e rezas de exorcismo não têm qualquer eficácia sobre os maus Espíritos. Estes últimos riem e se obstinam, quando veem alguém tomar isso a sério.

Há meios de expulsar os maus Espíritos, porém, a mais das vezes, o que fazem, para isso, os atrai, em vez de os afastar. O melhor meio de expulsá-los consiste em atrair os bons. Atraí, pois, os bons Espíritos, praticando todo o bem que puderdes, e os maus desaparecerão, visto que o bem e o mal são incomportáveis. Sede sempre bons e somente bons Espíritos tereis junto de vós.

Há, no entanto, pessoas muito bondosas que vivem às voltas com as tropelias dos maus Espíritos. Se essas pessoas são realmente boas, isso acontece como prova, para lhes exercitar a paciência e exaltá-las a se tornarem seres melhores. Sabemos, porém, de que não são os que continuamente falam das virtudes quem as mais possui, porque o proselitismo fala mais alto. Aquele que é possuidor de qualidades reais por norma não fala de si.

Ao falar de exorcismos, para expelir dos lugares mal-assombrados os maus Espíritos, esses senhores perceberam, por eles próprios, quando se dizem carregados, que é ocasião de verificar a eficácia desse processo? Não tens visto, ao contrário, as tropelias redobrarem de intensidade, depois das cerimônias do exorcismo? É que os Espíritos que as causam se divertem com o serem tomados pelo diabo. Tudo que seja paramentos, ritos, os fazem sorrir de tanta ignorância. Uma coisa com isto provamos, a existência de Espíritos, e que existem de toda índole. Também os que não se apresentam com intenções malévolas podem manifestar sua presença por meio de pancadas, ruídos de vária ordem, e até tornando-se visíveis, mas nunca praticam desordens, nem incômodos. Em norma são Espíritos sofredores, cujos sofrimentos podeis aliviar orando por eles. Noutras circunstâncias, são mesmo Espíritos benfazejos, que vos querem provar estarem junto de vós, ou, então, Espíritos levianos que brincam. Como quase sempre os que perturbam o repouso são Espíritos que se divertem, o que de melhor têm a fazer, os que se veem perseguidos, é rir do que lhes sucede. Os perturbadores se cansam, verificando que não conseguem meter medo, nem impacientar.

Resulta das explicações acima haver Espíritos materialistas que se prendem a certos lugares, preferindo permanecer neles, sem que, entretanto, tenham necessidade de manifestar sua presença por meio de efeitos sensíveis. Qualquer lugar pode constituir moratória, ou local inerente à sua visão de exclusividade de um Espírito, embora mau, sem que jamais qualquer manifestação se produza.

Na maioria, estes Espíritos que se prendem à matéria até são comensais, desde que se interessem pelas pessoas.

Foi feito um Curso de quatro meses para reforçar o exército católico contra aquilo que intitulam de forças do mal na Terra, tendo como título “Exorcismo e a oração da libertação”, oferecido pela Universidade Pontífica Regina Apostolurum, de Roma, entre Outubro de 2005 e Janeiro 2006. Estiveram presentes cerca de 120 alunos, ouviram-se palestras, de conceito pastoral, teológico, litúrgico, médico, jurídicos e criminais de satanismo e da possessão demoníaca.

A maioria dos Padres queria saber como lidar com o diabo se encontrasse um algum dia…

Um dos presentes e professor era o Padre Gabriele Nanni, o qual relacionou quatro sinais de que se trata de possessão demoníaca e não problemas psicológicos: “Quando alguém fala ou entende línguas que normalmente não conhece; quando a sua força física é desproporcional ao seu corpo e idade; quando se torna de repente conhecedor de práticas ocultas; quando tem uma aversão física a coisas sagradas, como hóstia ou orações”.

Meus Amigos, Kardec, o Codificador, nos deixou bem claro o trato com entidades vinculadas ao mal; apenas a autoridade moral e sinceridade deste podem levar à aceitação e proximidade pelas vibrações de amor. São estes o foco que leva ao entendimento e clarificação de suas fragilidades e nunca a hostilidade.

Nós não expulsamos Espíritos, atenuamos corações feridos pela mágoa e dor de vidas deletérias e nas quais se aprisionam pela revolta e ódios interiores; nós oferecemos uma oportunidade de recuperação e de se juntar ao seu desenvolvimento e crescimento, valorizando seus valores de positividade, com amor e respeito, colocando-os no caminho da mansidão pela compreensão e tolerância, e, disciplinando as suas fraquezas, muitas das vezes se tornam almas de apoio aos necessitados pelo halo da gratidão e da paz que recebem.

Agora, a questão dos demônios?! Se houvesse demônios, seriam obra de Deus. Mas, porventura, Deus seria justo e bom criando seres destinados eternamente ao mal e a permanecerem eternamente desgraçados? Se existem demônios, eles se encontram no mundo inferior em que habitais e em outros semelhantes. A ignorância e hipocrisia dos que acham que o Mundo está a seus pés, como se pudessem substituir o Criador, fazem dum Deus justo um deus punitivo, e pensam ser dignos dele, usando atitudes de abominação praticadas em seu nome.

“A palavra demônio não implica a ideia de Espírito mau, senão na sua acepção moderna, porquanto o termo grego daïmon, donde ela derivou, significa gênio, inteligência, e se aplica aos seres incorpóreos, bons ou maus, indistintamente.” 

Por demônios, segundo a acepção correta da palavra, se entende os seres essencialmente malfazejos. Logo, foram criados, como todas as coisas, por Deus. Portanto, Deus, que é infinitamente justo e bom, não poderia ter criado seres propensos, pela sua natureza, ao mal e agrilhoá-los por toda a eternidade. Se não fossem obra de Deus, existiriam, como Ele, desde toda a eternidade, e então haveria muitas potências soberanas.

A primeira condição de toda doutrina é ser lógica. Ora, à dos demônios, no sentido absoluto, falta esta base essencial. Concebe-se que povos primitivos, os quais, por desconhecerem os atributos de Deus, admitissem na sua crença divindades maléficas, também demônios; mas é ilógico e contrário que quem faz da bondade um dos atributos essenciais de Deus suponha haver Ele criado seres destinados ao mal eternamente, porque isso Lhe nega o atributo da bondade. Os exorcistas dos demônios apoiam-se nas palavras do Cristo. Não temos que os julgar nem lhes dar a autoridade de seus ensinos, que preferíamos ver mais no coração do que na boca dos homens; porém, estarão os purgadores, e com que direito, certos do sentido que Jesus dava a esse vocábulo? Não é sabido que a forma alegórica constitui um dos caracteres distintivos da sua linguagem? Dever-se-á tomar ao pé da letra tudo o que o Evangelho contém? Não precisamos de outra prova além da que nos fornece esta passagem: 

“Logo após esses dias de aflição, o Sol escurecerá e a Lua não mais dará sua luz, as estrelas cairão do céu e as potências do céu se abalarão. Em verdade vos digo que esta geração não passará, sem que todas estas coisas se tenham cumprido”.

A Ciência nunca contradisse a forma do texto bíblico, no tocante à Criação e ao movimento da Terra? Não se dará o mesmo com algumas figuras de que se serviu o Cristo, que tinha de falar de acordo com os tempos e os lugares? Não é possível Ele ter dito em consciência uma falsidade. Assim, como existem palavras d`Ele que parecem confundir a razão, é que não as compreendemos bem, ou ainda não temos capacidade para as interpretar melhor.

Os homens tomaram os demônios o que também fizeram com os Anjos. Sempre quiseram acreditar na existência de seres perfeitos desde toda a eternidade, divisaram que os Espíritos inferiores seriam perpetuamente maus. Devemos entender uma vez por todas que, como demônios, se deve entender os Espíritos impuros, mas com a diferença de ser transitório o estado deles. Estes Espíritos fragilizados, que se revoltam contra as provas e expiações que lhes servem e que, por isso, as sofrem mais alongadamente, porém, a seu tempo, seguirão o seu rumo, dependendo apenas deles mesmos. Poder-se-ia, pois, aceitar o termo demônio com esta restrição. Satanás é a personificação do mal sob forma alegórica, visto que não se pode admitir que exista um ser mau a lutar com Deus e que a única preocupação fosse contrariar os seus desígnios. Os escribas, há séculos, sempre gostaram de criar ênfase com figuras e imagens que atemorizassem a mente. Dessa forma impunham pelo medo a disciplina e obtinham o poder.

Falando de manifestações espontâneas, nem sempre elas se limitam a ruídos e pancadas. Provocam, por vezes, verdadeiros estrondos e outras perturbações…

  • Movimento de móveis e objetos diversos derrubados;
  • Coisas são atiradas da rua para a casa;
  • Portas e janelas são abertas e fechadas, sem ninguém lhes ter tocado fisicamente;
  • E objetos que se quebram, sem motivo aparente, mas que não são situações ilusórias.

No entanto, nem tudo são Espíritos, é necessáriotestar isso.

Ouvem-se vozes, barulhos de louça que cai e se quebra com estrondo, passos que sentem pelo assoalho. Quando as pessoas vão verificar, encontra-se tudo calmo e em ordem. Mal saem, recomeça de novo.

As manifestações desta espécie não são raras, nem novas. Existem imensos relatos pelo mundo que confirmam histórias desta natureza. Com o auxílio do medo e da superstição, estas casas foram rotuladas como assombradas pelos Espíritos e daí, é claro, as histórias de aproveitamento. 

Ninguém mais terá medo dos Espíritos quando todos estiverem familiarizados com eles e perceberem que também são Espíritos, só que noutra condição (encarnados), sendo assim, também somos demônios.

Ora, é logico que existem situações destas e muitas outras nas quais se tem pretendido aflorar como atacados de alucinações, e ficam logo rotulados de dementes, e por aí afora… A Medicina compreende estas coisas porque não quer admitir as causas que as formulam, senão uma visão opaca material; donde, erros frequentemente destituem a natureza real da personalidade da pessoa.

Admitirei perfeitamente que alguns casos são obras da malícia. Porém, é necessário averiguar, e comprovando que não são da ação do homem, dever-se-á convir que são obra, ou do diabo, como dirão uns, ou dos Espíritos, como dizemos nós. Mas de que Espíritos?

Em alguns casos, mais louvável é a intenção a que cedem: procuram chamar a atenção e pôr-se em comunicação com certas pessoas, quer para lhes darem um aviso proveitoso, quer com o fim de lhes pedir qualquer coisa para si mesmos. Muitos temos visto que pedem preces; outros que solicitam o cumprimento, em nome deles, de situações que não puderam cumprir; outros, ainda, que desejam, no interesse do seu descanso, reparar algo que cometeram quando no corpo físico.

Qualquer que seja o caso, a prece nunca deixa de dar bom resultado. As fórmulas e rituais graves de exorcismo, essas os fazem rir; nenhuma importância lhes ligam. Sendo possível entrar em comunicação com eles, deve-se sempre desconfiar dos qualificativos grotescos, ou apavorantes, que dão a si mesmos, para se divertirem com a credulidade dos que os acolhem, como verdadeiros, tais qualificativos.

Entretanto, cada um deve estar em guarda, não somente contra narrativas que possam ser, quando menos, acoimadas de exagero, mas também contra as próprias impressões, cumprindo não atribuir origem oculta a tudo o que não compreenda. Uma infinidade de causas muito simples e muito naturais pode produzir efeitos à primeira vista estranhos, e seria verdadeira superstição ver por toda parte Espíritos ocupados em derrubar móveis, partir louças, provocar, enfim, as mil e uma perturbações que ocorrem nos lares, quando mais racional é atribuí-las ao desazo.

A obsessão apresenta três graus principais bem caracterizados, senão vejamos:

Obsessão simples

O médium tem perfeita consciência de que não obtém nada de bom e não se ilude sobre a natureza do Espírito que se obstina em se manifestar por ele e do qual tem o desejo de se desembaraçar. Esse caso não oferece nenhuma gravidade: não é senão um simples desgosto, e o médium a ele cede por deixar momentaneamente de escrever. O Espírito, cansando-se de não ser escutado, acaba por se retirar.

Fascinação

É muito mais grave, no sentido de que o médium se ilude completamente. O Espírito que o domina ganha sua confiança ao ponto de paralisar seu próprio julgamento na análise das comunicações e lhe faz achar sublimes as coisas mais absurdas. O caráter distintivo desse gênero de obsessão é:

  • de provocar nos médiuns uma excessiva suscetibilidade;
  • de levá-lo a não achar bom, justo e verdadeiro senão o que ele escreve, a repelir e mesmo tomar pelo lado mau todo conselho e toda observação crítica;
  • a romper com seus amigos antes de convir que está enganado;
  • a ter inveja de outros médiuns, cujas comunicações são julgadas melhores que as suas;
  • a querer se impor nas reuniões espíritas, das quais se afasta quando não pode aí dominar.

Chega, enfim, a sofrer uma tal dominação, que o Espírito pode compeli-lo aos meios mais ridículos e os mais comprometedores.

Subjugação, designada outrora sob o nome de possessão, é um constrangimento físico sempre exercido por Espíritos da pior espécie e que pode ir até à neutralização do livre-arbítrio. Ela se limita, frequentemente, a simples impressões desagradáveis, mas provoca, algumas vezes, movimentos desordenados, atos insensatos, crises, palavras incoerentes ou injuriosas, as quais aquele que dela é objeto compreende por vezes todo o ridículo, mas da qual não pode se defender. Esse estado difere essencialmente da loucura patológica, com a qual se confunde erradamente, porque não há nenhuma lesão orgânica; a causa sendo diferente, os meios curativos devem ser outros. Aplicando-lhe o procedimento ordinário das duchas e dos tratamentos corporais, chega-se, muitas vezes, a determinar uma verdadeira loucura, aí onde não havia senão uma causa moral.

Na loucura propriamente dita, a causa do mal é interior; é preciso procurar restabelecer o organismo ao estado normal.

Na subjugação, a causa do mal é exterior e é preciso desembaraçar o doente de um inimigo invisível, opondo-lhe, não remédios, mas uma força moral superior à sua.

A experiência prova que, em semelhante caso, os exorcismos não produziram jamais nenhum resultado satisfatório, e que, antes, agravaram do que melhoraram a situação. Só o Espiritismo, indicando a verdadeira causa do mal, pode dar os meios de combatê-lo. É preciso, de certa forma, educar moralmente o Espírito obsessor; por conselhos sabiamente dirigidos, chega-se a torná-lo melhor e a fazê-lo renunciar voluntariamente ao tormento do doente, e, então, este está livre”.

(O Livro dos Médiuns, nº 279 – Revista Espírita, fevereiro, março e junho de 1864. A jovem obsedada de Marmande.)

A subjugação obsessiva, o mais ordinariamente, é individual; mas, quando uma falange de Espíritos maus se abate sobre uma população, ela pode ter um caráter epidêmico. Foi um fenômeno desse gênero que ocorreu ao tempo do Cristo; só uma poderosa superioridade moral podia domar esses seres malfazejos, designados então sob o nome de demônios, e devolver a calma às suas vítimas. (1)

(1) Uma epidemia semelhante castigou por vários anos uma aldeia da Haute-Savoie.

(Ver: a Revista Espírita, abril e dezembro de 1862; janeiro, fevereiro, abril e maio de 1863: Os possessos de Morzines.)

Um fato importante a considerar é que a obsessão, qualquer que seja sua natureza, é independente da mediunidade, e é encontrada em todos os graus, principalmente a última, em uma multidão de indivíduos que jamais ouviram falar de Espiritismo. Com efeito, os Espíritos, tendo existido de todos os tempos, deviam de todos os tempos exercer a mesma influência; a mediunidade não é uma causa, mas apenas um modo de manifestação dessa influência; de onde se pode dizer, com certeza, que todo médium obsedado deve suportar de uma maneira qualquer, e, frequentemente, nos mais vulgares atos da vida, os efeitos dessa influência; que sem a mediunidade ela se traduziria por outros efeitos, atribuídos muitas vezes a essas moléstias misteriosas que escapam a todas as investigações da medicina.

  • Pela mediunidade, o ser malfazejo traiu sua presença;
  • sem a mediunidade era um inimigo oculto do qual não se desconfiava. Allan Kardec.

Meus Irmãos, o exorcismo é um ato de rebeldia e horror em relação ao que Jesus nos ensinou; “Sem caridade não existe salvação”, “Amar o próximo como a ti mesmo”, “Não faças aos outros aquilo que não queres que te façam a ti” – Jesus… – está é a lei do Amor e não de reprovação.

Conclusão

Os demônios somos todos nós, o inferno somos nós que o criamos, bem como criamos o nosso céu, mas pelas nossas ações, pensamentos, sentimentos e emoções.

Espíritas, Cristãos, Irmãos! Amai-vos, eis o primeiro ensinamento. Instruí-vos, eis o segundo.

Bibliografia 

O Livro dos Médiuns, nº 279.

Revista Espírita, fevereiro, março e junho de 1864. A jovem obsedada de Marmande.

(Ver: a Revista Espírita, abril e dezembro de 1862; janeiro, fevereiro, abril e maio de 1863: Os possessos de Morzines.)

O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec.

Livro O Evangelho segundo o Espiritismo.

Livro O Céu e o Inferno, de Allan Kardec.

O Livro dos Médiuns.

Livro Obras Póstumas, Allan Kardec.

Site: http://www.guia.heu.nom.br/index.html

Revista Espírita

O consolador – Artigos

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