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Fechou o Centro?

Autor: Orson Peter Carrara

Infelizmente fechou. Já faz muitos anos. Fechou e não abriu até hoje. Foram mais de 30 anos de dedicação ao próximo, de divulgação espírita, de atendimentos, passes e trabalhos. Um fato, porém, impressionante, fruto de nossas fraquezas humanas, determinou o fechamento da instituição.

Tudo estava sob supervisão do dedicado dirigente. Estava em suas mãos todo o complexo de atividades, concentrando e centralizando em si mesmo a direção de todas as atividades, embora movimentasse numerosa equipe de colaboradores. Um dia, no fato natural da vida humana, ocorreu a desencarnação de sua mãe.

Ele revoltou-se e literalmente “brigou” com Deus. Em brados de revolta gritou aos céus: “Estou aqui há mais de trinta anos trabalhando e o Senhor leva minha mãe? Pois vou fechar o Centro”. E fechou mesmo! Pode? E nunca mais abriu.

A pequena história realça o que é o entendimento da Doutrina Espírita. Ele, o entendimento, está sujeito aos nossos estágios de maturidade para bem compreender seus fundamentos. Ora, a desencarnação de qualquer um de nós é um fato natural, corriqueiro digamos no aspecto geral da evolução dos Espíritos.

O fato é que pequenos equívocos de entendimento, tentativas de adaptação aos nossos caprichos e melindres que nos permitimos alteram totalmente a realidade dos fatos e levam a prejuízos e caminhos nem sempre recomendáveis…

Isso em tudo. Toda vez que deixamos de raciocinar, toda vez que deixamos de analisar com isenção de ânimo, e sempre que nos fechamos em pontos de vista individuais e fechados corremos o risco de colocar a perder grandes oportunidades de progresso e auxílio ao próximo. Tudo porque nos trancamos em ideias exclusivistas e estacionárias.

Melhor arejar a mente para perceber as maravilhas que nos cercam e os motivos de entusiasmo para direcionar nossos esforços no bem geral e de nós mesmos.

Uma boa dica para bem entender essa ampla questão é ler os livros Despedindo-se da Terra e Esculpindo o Próprio Destino, ambos na psicografia do médium André Luiz Ruiz e ditados pelo Espírito Lúcius, com edição do Instituto de Difusão Espírita.

Com profundos esclarecimentos sobre a complexa questão das escolhas, do livre-arbítrio, dos condicionamentos que criamos a nós mesmos, da ausência de raciocínio diante dos desafios, do desespero que nos permitimos, e mesmo da imaturidade perante diferentes questões da vida humana, referidas obras oferecem vasto material de reflexão. Não deixe de ler. Entenderemos com mais precisão a postura fechada de determinados posicionamentos, sempre tão prejudiciais e onerosos à paz e harmonia que procuramos.

Afinal, como indica a resposta à questão 970 de O Livro dos Espíritos, os sofrimentos dos Espíritos são tão variáveis quanto as causas que os produziram. Tanto que dizem os Espíritos na referida resposta: “(…) Podem se resumir assim: invejarem tudo o que lhes falta para serem felizes e não poderem obtê-lo; verem a felicidade e não poderem atingi-la; desgosto, ciúme, raiva, desespero daquilo que os impede de ser feliz; remorso, ansiedade moral indefinível. Eles têm o desejo de todos os prazeres e não podem satisfazê-los, e é o que os tortura”.

Para não alongar a abordagem, considerando a abundância de reflexões que  referida resposta comporta, sugiro ao leitor ampliar mentalmente as considerações devidas à velha e sempre questão dos relacionamentos humanos e seus desdobramentos.     

 O consolador – Ano 2 – N 90 – Artigos

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