Autora: Eugênia Pickina
Brincar é viver criativamente no mundo
M. M. Machado
Em dezembro, a criança, liberada da escola (e das aulas on-line), tem a liberdade de fazer coisas que não são possíveis durante o ano letivo.
Este ano, por causa da crise sanitária, muita gente não vai viajar, ou seja, a família ficará em casa e obedecendo às instruções de cuidado em relação à pandemia. No entanto, o brincar continua uma necessidade infantil…
Pais trabalhando ou também de férias, neste período do ano é importante pensar ideias para ajudar as crianças a se divertirem de modo seguro e tranquilo.
No dia a dia, em casa, a brincadeira de faz de conta, por exemplo, é um excelente antídoto contra o tédio e incentivo à criatividade: é assim que cabos de vassoura se tornam cavalos e pedaços de pano, capas e, por sua vez, pedrinhas, comidinha para a hora da casinha.
De outra parte, as brincadeiras aludem também ao acervo cultural a que as crianças rotineiramente têm acesso em casa e orientadas pelos pais ou responsável: ver TV ou pular corda?
O fundamental, sobretudo nas férias, é não esquecer que o brincar, para a criança, é um processo psicológico relevante, fonte de desenvolvimento e aprendizagem. Por isso, listamos aqui algumas atividades/brincadeiras para as crianças que permanecerão em casa neste fim de ano:
Amarelinha
Fazer um brinquedo de sucata (material reciclado/tecidos etc.)
Caça ao tesouro
Criar uma história em quadrinhos
Cozinhar (receitas adequadas para a idade da criança/receitas temáticas: dia dos sanduíches; dia das saladas; dia da pizza)
Fazer pipas
Aprender origami
Brincar de jardinagem/fazer uma horta
Jogar bola na pracinha
Passear no parque
Piquenique no quintal
Fazer fantoche
Ler livro/contação de história
Pular corda
Pular elástico
Cantar e dançar
Fazer acampamento em algum cômodo da casa
Desenhar e pintar
Fazer uma pista de obstáculos dentro de casa/quintal
Lavar os brinquedos
Fazer um mapa do bairro.
Notinhas
A brincadeira é a atividade principal da infância. O brincar permite à criança apropriar-se de códigos culturais e de papéis sociais. As primeiras brincadeiras do bebê, por exemplo, que são caracterizadas pela observação e posterior manipulação de objetos, oferecem à criança o conhecimento e a exploração do seu entorno através dos órgãos dos sentidos. Logo que a criança começa a falar, os jogos de exercícios começam a diminuir e dão espaço aos jogos simbólicos e, por isso, pelo faz de conta, a criança testa e experimenta os diferentes papéis existentes na sociedade (pai, mãe, filho, professora etc.). A brincadeira é também fonte de comunicação, pois até mesmo na brincadeira solitária a criança, pelo faz de conta, imagina que está conversando com alguém ou com seus próprios brinquedos. Com isso, a linguagem é desenvolvida com a ampliação do vocabulário e o exercício da pronúncia das palavras e frases.
Como a experimentação própria da criança é o brincar, é sobretudo na natureza que encontramos um dos estímulos mais ricos e completos. A interação entre a criança e os elementos naturais promove o desenvolvimento saudável e integral. Por isso, diversos estudos apontam que crianças que brincam em diferentes ambientes naturais são mais ativas fisicamente, mais conscientes sobre sua alimentação e mais cuidadosas com o outro.
Cf. O brinquedo sucata e a criança. Machado, M. M. Edições Loyola, 2003.
O consolador – Ano 14 – N 701 – Cinco-marias