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Filhos precisam ter espaço e autonomia

Autor: Marcus De Mario

Para nossa reflexão trago uma narrativa feita por uma nossa amiga, a respeito de sua irmã e seus filhos. Narra nossa amiga que um dos filhos de sua irmã se casou e foi morar em bairro mais distante. Seu aniversário se aproximava e a mãe anunciou que faria a comemoração do mesmo, solicitando-lhe a presença, a qual ele negou, alegando que ela sabia que ele não gostava de festas e comemorações e, ademais, estava agora casado, e ele já havia solicitado à esposa que nada fizesse alusivo a essa data, e, se tivesse que haver alguma festa, esta seria em sua nova morada, com ele a convidar familiares e amigos. A mãe se desgostou a ponto de ficar choramingando pelos cantos e deixando entrever que considerava a atitude do filho um gesto de ingratidão.

Cremos que os sentimentos da mãe em comemorar o aniversário do filho eram legítimos, entretanto totalmente fora de propósito por dois motivos: primeiro, porque ela sempre soube que ele detestava festas de aniversário e que, por isso, sempre que podia se esquivava delas, inclusive em sua data; segundo, porque, casado e morando em outro bairro, a mãe não poderia, à revelia do filho, realizar sua festa de aniversário exigindo-lhe a presença, como se ele ainda estivesse solteiro e habitando o lar materno.

As mães, e os pais, precisam entender que devem educar os filhos para a vida, preparando-se para o dia em que eles vão tomar decisões e iniciar sua própria caminhada existencial, seja com o casamento, seja com a profissão ou por qualquer outro motivo. Compete aos pais dar autonomia com responsabilidade, serem bons exemplos e ensinarem a empatia, ou seja, que os filhos aprendam a saber se colocar no lugar dos outros. E quando eles partirem, respeitarem essa nova fase.

Isso não quer dizer que os laços de afetividade estarão rompidos, pois o amor será sempre o elo de união entre mãe, pai e filho, mas haverá por parte do pai e da mãe respeito e compreensão pelas escolhas dos filhos, entendendo que todos têm o direito de formar sua própria família, ou de viverem de forma independente.

Saibam os pais, através da educação, darem autonomia com responsabilidade para seus filhos, e a separação será então natural, como deve ser.

Que a irmã de nossa amiga, no seu papel de mãe, compreenda que o fato do filho não estar mais com ela exige de sua parte compreensão, respeito e apoio, para que ele possa dar o voo da alma, do pássaro que aprendeu a voar, graças aos esforços do pai e da mãe, a quem ele nunca deixará de estender sua gratidão e seu amor.

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