Autor: Casimiro Cunha (espírito)
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Já viste, filho, a floresta
Varrida pelas tormentas?
Partem-se troncos anosos,
Caem copas opulentas.
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Mil árvores grandiosas
Esfacelam–se nos ares
Tombam gigantes da selva,
Venerandos, seculares.
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Mas as florinhas silvestres
São apenas baloiçadas,
Continuando graciosas
A tapetar as estradas.
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Zune o vento? geme a selva?
Não sabe a pequena flor,
Que perfumando o caminho
Compõe um hino de amor.
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Flores silvestres!… Imagem
Dos bons e dos pequeninos,
Que sobre o mundo derramam
As graças dos dons divinos.
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Na selva da vida humana
Caem grandes, poderosos:
Arcas repletas de ouro,
E frontes ébrias de gozos.
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Mas, os humildes da Terra,
Dentro da fé que os conduz,
Não caem… São refletores
Da bondade de Jesus.
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Flores silvestres da vida,
Não sabem se há tempestade
De ambições e se há no mundo
Leis de ódio e iniquidade.
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Nos dias mais tormentosos,
Sê, filho, como esta flor:
Chore o homem, grite o mundo,
Palmilha a estrada do amor.
Nota
A poesia acima, psicografada por Francisco Cândido Xavier, faz parte do livro Parnaso de Além-Túmulo
Obra completa: https://www.febeditora.com.br/parnaso-de-alem-tumulo