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Flores silvestres

Autor: Casimiro Cunha (espírito)

*

Já viste, filho, a floresta

Varrida pelas tormentas?

Partem-se troncos anosos,

Caem copas opulentas.

*

Mil árvores grandiosas

Esfacelam–se nos ares

Tombam gigantes da selva,

Venerandos, seculares.

*

Mas as florinhas silvestres

São apenas baloiçadas,

Continuando graciosas

A tapetar as estradas.

*

Zune o vento? geme a selva?

Não sabe a pequena flor,

Que perfumando o caminho

Compõe um hino de amor.

*

Flores silvestres!… Imagem

Dos bons e dos pequeninos,

Que sobre o mundo derramam

As graças dos dons divinos.

*

Na selva da vida humana

Caem grandes, poderosos:

Arcas repletas de ouro,

E frontes ébrias de gozos.

*

Mas, os humildes da Terra,

Dentro da fé que os conduz,

Não caem… São refletores

Da bondade de Jesus.

*

Flores silvestres da vida,

Não sabem se há tempestade

De ambições e se há no mundo

Leis de ódio e iniquidade.

*

Nos dias mais tormentosos,

Sê, filho, como esta flor:

Chore o homem, grite o mundo,

Palmilha a estrada do amor.

Nota

A poesia acima, psicografada por Francisco Cândido Xavier, faz parte do livro Parnaso de Além-Túmulo

Obra completa: https://www.febeditora.com.br/parnaso-de-alem-tumulo

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