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Marcelo M. de Albuquerque: Grupo Arte Nascente GAN

Entrevistador: Luis M. Arnaut

Formado em 1988, o Grupo Arte Nascente “GAN” acaba de completar 20 anos. E são bons anos de pura arte. Com o objetivo de valorizar a vida, o grupo consegue se expressar através de palestras, teatros, músicas, artes plásticas e a dança.

Com o tempo o GAN virou ONG e conseguiu em julho de 2006 obter o título de Utilidade Pública do Estado de Goiás.  É com uma trajetória interessante que o grupo consegue até hoje tocar as pessoas e passar sua mensagem motivadora. No diálogo entre o repórter , Luis Arnaut, e Marcelo Machado de Albuquerque, do GAN, que você conhece agora um pouco mais desta Arte Nascente:

Como nasceu o GAN e como é o trabalho do grupo?

GAN – O grupo nasceu da iniciativa de um número reduzido de jovens que tinham como objetivo trabalhar com a arte dentro do centro espírita de uma forma mais ativa, autônoma, para que não ficasse restrita aos momentos de prece ou outros eventos da casa como: abertura da Reunião Pública, seminários, congressos, confraternizações etc. (situações tapa buraco, tipo o orador está atrasado: toca uma ‘musiquinha’ aí enquanto ele não chega). Pensamos em uma arte que tivesse a mesma importância e seriedade de qualquer trabalho dentro ou fora da casa espírita e que deveria ser construído com responsabilidade e com qualidade. Começamos de uma forma tímida e despretensiosa, pois nunca passou pela nossa cabeça o estrelismo,e sim, sempre vimos a arte como uma ferramenta bela, elegante, simpática de divulgar a Doutrina. Elegemos um dia da semana e um horário (sábado a entre 15h30 e 20h) e iniciamos em agosto de 1988 e permanecemos até o momento.

O GAN tem uma projeção nacional no movimento espírita. A que você atribui isso?

Tempo de atuação, já são 20 anos, participação em vários congressos espíritas, parcerias com segmentos voltados para divulgação da doutrina como: programas de TV, jornais, seminários, rádios, palestras, enfim, criamos oportunidades para inserir a mensagem onde acreditamos que seja viável e salutar. Trabalho muito trabalho, fazemos questão de atender os convites que nos são solicitados, mesmo quando não podemos atender com todos os integrantes, em torno de 30, desenvolvemos estratégias para atender aqueles companheiros que por inúmeras razões não conseguem levar o grupo inteiro, então oferecemos opções tais como: apresentação somente da Banda – Apresentação voz e violão- Apresentação do Teatro- Palestras. etc.

Os trabalhos do GAN são restritos ao movimento espírita?

Como ultrapassar fronteiras e apresentá-los à Sociedade? O foco do trabalho do GAN extrapola as paredes e quintais dos Centros Espíritas. Como trabalhamos temas como: ABORTO, DROGAS, AUTO-ESTIMA,etc., visamos logo no início do trabalho em difundir essa mensagem fora do meio espírita, pois sabemos que o espírita já tem acesso a essas informações, então buscamos levar a mensagem para aqueles segmentos em que mensagens dessa natureza dificilmente tem esse alcance como: escolas, empresas, centros comunitários, universidades, centros acadêmicos. Verificamos que divulgamos e atuamos muito mais fora do meio espírita, o que gerou uma repercussão interessante ao ponto de recebermos do Ministério Público do Estado de Goiás o reconhecimento de UTILIDADE PÚBLICA pelos serviços prestados à comunidade goianiesse como voluntários.

Qual a maior preocupação do grupo hoje em termos de trabalho espírita?

Manter a fidelidade dos princípios da Doutrina, para evitarmos o personalismo, a contaminação do trabalho que reconhecidamente não é nosso. Somos aquele que nesse momento se preocupa com essa responsabilidade e que devemos criar uma base sólida para que o trabalho se perpetue independente dos que aqui estão hoje.

Porque o grupo optou pela arte para fazer este trabalho espírita?

Primeiro, porque já tínhamos um envolvimento, apesar de tímido com a arte, que aos poucos fomos identificando o quanto essa ferramenta tinha um alcance que, para nós, era inimaginável. Segundo, porque acreditamos muito no poder que a arte tem de sensibilizar, evangelizar, consolar, edificar, ou seja, de realizar tudo o que a doutrina tem feito por nós.

Como você vê a importância da música hoje no movimento espírita?

Como uma ferramenta extraordinária na evangelização das crianças, jovens e adultos, sem contar que música exerce a sua influência nos dois planos da vida. Temos recebido inúmeras manifestações em nossas reuniões mediúnicas da repercussão da música no plano espiritual e os seus efeitos libertadores de irmãos que há muito se encontravam em processos obsessivos. Outro fator importante é a influência da música (arte de um modo geral) como fator agregador na vida dos jovens, muito dos quais se fixam nas casas espíritas e assumem trabalhos que extrapolam as atividades artísticas. Percebo também um processo de amadurecimento nas interpretações e na evolução das composições e dos arranjos. Um dos fatores que tem contribuído para esse avanço é os Festivais, Mostras e Fórum de Arte Espírita, principalmente agora com a Associação Brasileira de Artistas Espíritas (ABRARTE) que se formalizou possibilitando aos artistas do nosso querido Brasil um maior intercâmbio e trocas de experiências com trabalhadores admiráveis que levam a arte com muita responsabilidade e qualidade.

Vocês tem levado a arte espírita por várias regiões do Brasil. Existem regiões onde a arte é melhor aceita nos centros espíritas? Onde a resistência é maior?

Acredito que a questão da resistência não é geográfica, pois nas viagens e trocas de experiências com nossos irmãos de outros estados e Países, percebemos que temos muito em comum quando se fala em limitações, preconceitos, resistências, etc.; só muda o espaço geográfico. Nós do GAN levamos muitos anos para desmitificar e romper com as amarras do preconceito, sofremos várias retaliações que só foram diluindo com o tempo e as demonstrações de um trabalho sério e comprometido com a causa.

Quem são os participantes do GAN e como eles se preparam para o trabalho?

Somos todos voluntários, frequentadores de casas espíritas diferentes, muitos já são trabalhadores de outras áreas além da arte. O grupo é bem heterogêneo e temos: professores universitários, médicos, advogados, engenheiros, arquitetos, psicólogos, juízes, etc.. Quando entramos, ainda éramos acadêmicos. O Grupo é composto por 30 pessoas nas áreas : Teatro, Música, Dança, Palestras, Produção, etc.

Qual a importância do trabalho do GAN para os jovens espíritas?

Prevenção, qualidade e valorização da VIDA.

Deixe uma mensagem do GAN para o jovens

Faça o seu trabalho já! Jamais se afaste da doutrina para resolver as questões pessoais e cuidado, muitos jovens foram e não retornaram. Encontro alguns nas avenidas da vida e percebo o quanto os desejos e posses materiais entorpecem a mente daquele que um dia foi um trabalhador da Boa Nova. Busque na Doutrina seguir o exemplo dos trabalhadores admiráveis. Siga as pegadas de luz.

PARA SABER MAIS:

www.gan.com.br

[email protected]

Fala MEU! Edição 69, ano 2008

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