Quando se fala em poetas, logo nos vêm à mente criaturas que sabem “ouvir e entender estrelas”! Nessa alegoria de “ouvir e entender estrelas” existe muita verdade, e isto porque o poeta, na lata acepção do termo, é um médium e daí o ouvir as vozes dos seus amigos do Além, e, inspirado por eles, transportar para o papel deliciosos poemas que tanto tocam nossas almas sôfregas de amor, de paz e de luz!
E é fácil distinguir-se, entre as produções poéticas, aquelas que foram inspiradas pelos Espíritos e as que são frutos exclusivos da imaginação dos próprios poetas.
Na Alemanha, em 1799, nasceu, de pais judeus, Henri Reine que, depois de várias tentativas no comércio, na política e na advocacia, se entregou à arte poética. Foi o inspirador dos poetas da então jovem Alemanha.
Para bem realçarmos a interferência dos Espíritos nas produções poéticas de Reine, basta que transcrevamos o prefácio de sua tragédia intitulada “William Radclíff” escrevi “William Radcliff” em Berlim, sob as tílias, nos derradeiros dias de 1821, enquanto o Sol com seus enlanguescidos raios iluminava os tetos cobertos de neve e as árvores despojadas de suas rolhas. E ao passo que escrevia, parecia-me ouvir por cima da cabeça como um ruflar de asas. Quando referi esse fato aos meus amigos, jovens poetas berlinenses, eles se entreolharam de um modo singular e me declararam unanimemente que, escrevendo, nada de semelhante a isso haviam jamais observado.”
Cabe-nos, a título de melhor esclarecimento para os que desconhecem o enredo dessa obra, dizer que é vazada de acordo com os princípios do Espiritismo não só o desenrolar dos seus vários episódios, senão também o seu desenlace, evidenciam de maneira clara o intercâmbio entre os Espíritos desencarnados e os que da mourejam sob o jugo carnal!
Fonte: Grandes vultos da humanidade e o espiritismo.