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Hora extrema

Autor: Júlio Salusse (espírito)

*

Céu de chumbo a rugir na imensidão remota

Verte em largos bulcões indômita procela.

No tempestuoso mar que se agita e encapela,

Sofro o anseio febril dos náufragos sem rota.

*
Mergulho a vastidão, qual mísera gaivota

Que, em tentando fugir da nau que se esfacela,

Logra apenas ferir-se e tombar junto dela,

Sonho audaz de infinito amargando a derrota.

*
Desço às vascas do fim, no pélago profundo…

Irrompe de improviso a tela de outro mundo,

Sob a luz que transcende os fastos da memória.

*
Faz-se a treva esplendor, raia o dia opulento…

Ante a luz divinal, que banha o firmamento,

Levanto-me do abismo, em suprema vitória.

Nota

Do livro Antologia dos Imortais, obra psicografada pelos médiuns Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira.

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