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Humanização no Centro Espírita!

Autor: Wellington Balbo

Costumo dizer que o processo de espiritualização passa necessariamente pelo processo de humanização da criatura. Em outras palavras: necessitamos antes de pensar em “plano espiritual” refletir sobre a importância de sermos humanos, solidários e benevolentes uns com os outros antes de olhar para os Céus. Nosso campo de trabalho por enquanto é aqui na Terra, ou seja, devo atender bem os amigos que estão aqui na Terra, os companheiros da “boa luta” que fazem parte do meu cotidiano e que são meus próximos mais próximos.

Outro dia recebi um e-mail com o seguinte conteúdo: o dirigente de minha reunião mediúnica é educado e gentil com os Espíritos que se manifestam, todavia, quando dirige a palavra para um membro encarnado de nosso grupo, sempre vem bronca e de forma acintosa. Diante do desabafo, indago: Por que tratar bem o Espírito desencarnado e não dar o mesmo tratamento ao Espírito encarnado? Ora, somos todos iguais independentemente da condição em que nos encontramos, ou não?

Então, de que adianta sermos educados com os Espíritos se não o somos com os companheiros aqui da Terra?  É preciso, pois, humanizar-se!

Outro ponto: algumas pessoas dão mais valor ao que vem dos Espíritos do que dos homens. Se um Espírito diz algo, ela acredita piamente, mas, se é alguém encarnado, logo passa pelo crivo da razão. Allan Kardec ensina que os Espíritos são apenas os homens que aqui viveram e deixaram a vestimenta carnal, portanto, não possuem nem todo o saber e nem toda a moral; refletem na espiritualidade suas tendências, manias e outras coisas que os caracterizavam quando encarnados. Diante do ensinamento de Kardec concluímos que os Espíritos não sabem tudo e que palavras boas podem vir tanto dos Espíritos quanto dos homens que ainda estão na Terra. É preciso, pois, humanizar-se!

Dia desses visitei o CE Eterna Amizade de Pederneiras-SP e o C. E. Cairbar Schutel em Matão-SP e notei a recepção calorosa dos amigos aos que chegavam à casa. Designaram voluntários para recepcionar as pessoas e entregar mensagens. Ótima iniciativa. Tem muita gente que chega pela primeira vez ao centro espírita e é necessário receber com carinho essas criaturas. O centro espírita precisa ser um lar também para os que ainda estão aqui na Terra. É preciso, pois, humanizar-se!

Outra coisa interessante foi o que ocorreu em C. E. Eterna Amizade: o mesmo que citei acima. Dia de finados, realizaram uma palestra para abordar o tema: Perda de entes queridos. Entretanto, não se restringiram a divulgar aos frequentadores da casa, foram além, arregaçaram as mangas e divulgaram para toda a cidade. Foi uma noite memorável. Mães e pais, católicos, evangélicos e sem religião recebendo em seus corações o consolo proporcionado pela doutrina espírita. Uma beleza!

Por isso estou sempre batendo nesta tecla: Antes de cogitarmos das bênçãos dos Céus, é necessário trabalhar aqui na Terra. Antes de nos espiritualizarmos, é imprescindível sermos mais humanos.

Pensemos nisso.

 O consolador – Ano 7 – N 317 – Artigos

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