O Livro dos Espíritos
Fonte: Parte Segunda – Do mundo espírita ou mundo dos espíritos
Capítulo IV – Da pluralidade das existências
Nota Juventude Espírita: As perguntas abaixo foram feitas por indivíduos encarnados e respondidas por espíritos.
Ideias inatas
218. Encarnado, conserva o Espírito algum vestígio das percepções que teve e dos conhecimentos que adquiriu nas existências anteriores?
“Guarda vaga lembrança, que lhe dá o que se chama ideias inatas.”
a) — Não é, então, quimérica a teoria das ideias inatas?
“Não; os conhecimentos adquiridos em cada existência não mais se perdem. Liberto da matéria, o Espírito sempre os tem presentes. Durante a encarnação, esquece-os em parte, momentaneamente; porém, a intuição que deles conserva lhe auxilia o progresso. Se não fosse assim, teria que recomeçar constantemente. Em cada nova existência, o ponto de partida, para o Espírito, é aquele em que, na existência precedente, ele ficou.”
b) — Grande conexão deve então haver entre duas existências consecutivas?
“Nem sempre tão grande quanto talvez o suponhas, dado que bem diferentes são, muitas vezes, as posições do Espírito nas duas e que, no intervalo de uma a outra, pode ele ter progredido.” (216.)
219. Qual a origem das faculdades extraordinárias dos indivíduos que, sem estudo prévio, parecem ter a intuição de certos conhecimentos, como o das línguas, o do cálculo, etc.?
“Lembrança do passado; progresso anterior da alma, mas de que ela não tem consciência. Donde queres que venham tais conhecimentos? O corpo muda, o Espírito, porém, não muda, embora troque de roupagem.”
220. Pode o Espírito, mudando de corpo, perder algumas faculdades intelectuais, deixar de ter, por exemplo, o gosto das artes?
“Sim, se conspurcou a sua inteligência ou a utilizou mal. Além disso, uma faculdade pode permanecer adormecida durante uma existência, por querer o Espírito exercitar outra, que nenhuma relação tem com aquela. Fica, então, em estado latente, para reaparecer mais tarde.”
221. Dever-se-ão atribuir a uma lembrança retrospectiva o sentimento instintivo que o homem, mesmo quando selvagem, possui da existência de Deus e o pressentimento da vida futura?
“É uma lembrança que ele conserva do que sabia como Espírito antes de encarnar. Mas o orgulho amiúde abafa esse sentimento.”
a) — Serão devidas a essa mesma lembrança certas crenças relativas à doutrina espírita, que se observam em todos os povos?
“Esta doutrina é tão antiga quanto o mundo; tal o motivo por que em toda parte a encontramos, o que constitui prova de que é verdadeira. Conservando a intuição do seu estado de Espírito, o Espírito encarnado tem a consciência instintiva do mundo invisível, mas os preconceitos bastas vezes falseiam essa ideia e a ignorância lhe mistura a superstição.”
Este conteúdo faz parte de “O Livro dos Espíritos” e reúne os ensinos dos Espíritos Superiores através de médiuns de várias partes do mundo. Independentemente de crença ou convicção religiosa, a leitura de “O Livro dos Espíritos” será de imenso valor para todos, porque trata da existência de Deus, da imortalidade da alma, da natureza dos Espíritos, de suas relações com os homens, das leis morais, da vida presente, da vida futura e do porvir da Humanidade, assuntos de interesse geral e de grande atualidade. Para conhecer mais Clique Aqui