Publicação: U.S.E Departamento de Estudos Sistematizados
A quem se destinam os estudos?
Dissemos que o Espiritismo é toda uma ciência, toda uma filosofia. Quem, pois, seriamente queira conhecê-lo deve, como primeira condição, dispor-se a um estudo sério […]. (Kardec, Allan. O Livro dos Médiuns. Do método. Parte 1ª, Cap. III, Item 18)
Os centros espíritas devem possibilitar oportunidades para que seus trabalhadores e frequentadores estudem a Doutrina Espírita.
Kardec recomenda começar os estudos pelo princípio, partindo do conhecido para o desconhecido. Inicialmente os participantes têm uma visão panorâmica da doutrina e em seguida passam para um aprofundamento, partindo das ideias mais básicas e simples, seguindo, progressivamente, para as ideias mais complexas e desconhecidas.
Nesse sentido a USE recomenda começar pelo Programa Introdução ao Estudo do Espiritismo (IEE) ou Estudo da Obra Básica (EOB) ou Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita (ESDE). Com essa base parte-se para os Programas de Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita (EADE) ou Mediunidade – Estudo e Prática (MEP).
A Instituição Espírita poderá criar seu próprio programa de estudo, levando em consideração que o conteúdo programático esteja alicerçado nas obras fundamentais da codificação espírita e seja metódico, partindo do simples para o complexo.
Poderá ainda optar pelo estudo direto nas obras da codificação, neste caso sugerimos que o estudo siga a sequência proposta pelo Codificador, iniciando pelo livro O que é o Espiritismo, para uma visão panorâmica, ou pelo O livro dos espíritos, a Base da Doutrina Espírita.
Organização administrativa
De acordo com sua estrutura administrativa, recomenda-se ao centro espírita, que vai iniciar ou já disponibiliza um ou mais grupos de estudos, a criação de um setor/departamento com a finalidade de planejar os estudos e integrá-los às demais atividades.
A equipe de trabalho deve ser constituída por pessoas com conhecimento doutrinário, que podem se preparar para a tarefa de coordenação de grupos de estudo em eventos ou atividades promovidas com esse fim pelo movimento espírita. A equipe será formada por um coordenador, monitores e pessoal de apoio, devendo ser ampliada à medida que se criar mais grupos de estudo.
Um ou mais grupos de estudo podem ser formados dependendo da disponibilidade dos espaços físicos e horários do centro espírita. Levando-se em conta o tempo de desenvolvimento do programa de estudo, sugere-se que seja feito o planejamento para as turmas que virão na sequência, preparando-se para, periodicamente, iniciar-se uma turma nova do mesmo programa de estudo e/ou de outros.
Inicialmente pode-se começar com um monitor para cada turma, mas é melhor ter dois monitores e que ao menos um deles seja fixo durante todo o programa de estudo, pois o vínculo com o monitor é um dos fatores de permanência do participante.
O ideal é que cada grupo de estudo conte com uma sala arejada e iluminada, com cadeiras móveis, quadro branco, uma mesa para material de apoio e recursos multimídia. No entanto, na ausência de espaço ou de recursos, a reunião de estudo poderá ser feita na sala de costura, biblioteca ou em ambiente compartilhado com outras atividades, em diferentes dias e horários.
O tamanho de cada grupo vai depender da quantidade de inscritos e do estudo programado. Para a IEE, por exemplo, sugere-se grupos menores, de até 15 pessoas. Para os demais estudos, recomenda-se que tenham até 30 participantes, o que favorece o processo de aprendizagem. Nada impede que grupos menores ou maiores sejam constituídos, com adaptações das técnicas e recursos a serem utilizados. Número excessivo deve ser evitado, pois é uma das causas da evasão de participantes.
A equipe deve planejar e divulgar previamente as atividades.
Divulgação
Propagar a proposta para participantes do centro espírita e público externo (espíritas e não espíritas) em eventos públicos como palestras, feira do livro, reunião de dirigentes etc.; com uso de cartazes, panfletos, banners, artigos em jornais; em rádio, páginas na internet, redes sociais (e-mail, whatsapp, facebook, instagram) e no boca-a-boca.
Primeiras tarefas
1. Fazer Pré-Inscrições:
Anotar nomes e contatos dos interessados em cada programa de estudo; se houver mais interessados que vagas, fazer lista de espera.
2. Programar as atividades em um calendário anual:
Os monitores são responsáveis por elaborar o cronograma. Um roteiro de estudo para cada reunião, geralmente semanal, com duração de 1h30. O ideal é fazer o calendário do programa todo, definindo seu início e término.
3. Planejar o Primeiro Encontro:
O vínculo entre monitores e participantes começa a ser formado a partir do primeiro encontro. Preparar para este dia, as seguintes atividades:
- Apresentação dos participantes, de preferência com uma dinâmica;
- Apresentação do programa de estudo e orientações sobre o material bibliográfico;
- Preenchimento de ficha de inscrição, que deve conter dados do participante, tais como: nome, data de nascimento, endereço, telefones, e-mail, atividade profissional etc.;
- Crachás, que serão usados até que os participantes memorizem os nomes;
- Distribuição do calendário anual constando férias e feriados;
- Lista de presença.
Encontros de estudo
Ensinar implica criar condições para o aprendizado. Este trabalho exige disciplina, organização e reflexão sobre os passos do aprendizado. Os roteiros dos programas fornecem um auxílio aos monitores nesse sentido, proporcionando informações e orientações sobre como proceder para o bom andamento do estudo. Mesmo adotando um programa de estudo sistematizado, que contenha orientações sobre como conduzir o estudo de cada roteiro, o monitor deverá preparar a reunião de estudo, levando em conta as características do grupo, o espaço físico e os recursos disponíveis.
É muito importante ter em mente o objetivo de cada reunião de estudo, pois ele nos mostra aonde se propõe a chegar, evitando devaneios ou distrações pelo caminho para que seja possível seguir, de forma sistemática, a proposta do estudo.
Dica
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