Autora: Eugênia Pickina
A educação exige os maiores cuidados, porque influi sobre toda a vida
Sêneca
Infância é o primeiro contato da criança com as noções de que nem tudo será permitido a ela. A partir dessas noções, ela aprende pouco a pouco que deve respeitar esses limites e com isso desenvolver responsabilidade e autonomia.
Quando os pais gerenciam os limites com clareza e segurança, constroem para seus filhos um ambiente seguro e que permite a eles entender que há coisas que não poderão fazer.
Muita gente me pergunta: mas limite na infância serve para quê?
O limite engloba algumas funções. Em primeiro lugar, ensina a criança a lidar com a frustração. É na infância que esse treino deve ser feito, para evitar que esse processo se torne doloroso na adolescência e na vida adulta.
Em segundo lugar, os limites auxiliam os pais a entenderem e agirem de maneira eficiente em ataques de birra. Ao estabelecer limites, eles não cedem às crises de birra da criança e não reforçam esse comportamento como sendo eficiente.
Mas e quando ocorre a birra?
No dia a dia, e no aprendizado dos limites, a birra poderá acontecer, pois ela é o recurso máximo da criança. Os pais, no entanto, não devem ceder a ela de maneira nenhuma. A criança está testando limites e, se ultrapassá-los, vai tornar-se um adolescente imaturo, mimado, malcriado… Portanto, sem receio, seja firme e perseverante…
Em terceiro lugar, a existência em casa dos limites incentiva a independência no desenvolvimento da criança.
Na vida da criança, a oferta de limites por parte dos pais dará a ela o hábito de cumprir as regras e a experiência de observar uma rotina e, por isso, o limite não é necessariamente (apenas) uma restrição. Ou seja, é através da convivência com os limites que a criança consegue atuar no mundo de modo tranquilo e ainda sentindo-se segura e protegida.
O mais importante? Os pais, nós todos, precisamos entender e aceitar a tarefa de ensinar limites a nossos filhos como um privilégio e um ato de amor, porque é isso que os tornará pessoas seguras e cidadãos responsáveis, cientes de que não temos apenas direitos, mas também deveres.
O consolador – Ano 17 – N 839 – Cinco-marias