Autora: Dra. Deusa Samú
O assunto deste artigo é masturbação. Vamos a ele: Quando nascemos trazemos conosco uma energia vital batizada de libido, a qual se distribui por todo nosso corpo e deve ser direcionada fracionadamente para as diversas áreas da vida.
O ideal seria que a direcionássemos em partes equilibradas para o campo profissional, familiar, pessoal… Mas comumente esbarramos em pessoas que só trabalham, outras que só estudam, outras que “só pensam naquilo (rs…)” etc.
A libido tende a concentrar-se mais em determinadas áreas às quais chamamos de zonas erógenas. Quem, na infância, sem querer, descobriu uma dessas zonas e não gostou de mexer/manipular e após perceber o quanto era gostoso/prazeroso passou a repetir isso com frequência? Puxa… Estaríamos nos masturbando? A resposta é NÃO, porque ainda não conhecíamos o conceito e não tínhamos entrado em contato com o significado e assim direcionarmos nossa intenção.
Era uma exploração totalmente inocente. Isso ocorre muito na primeira infância e é comum vermos mães/pais desesperados porque acham que os filhos estão fazendo “coisa feia”. Alguns professores mal informados também se apavoram ao deparar-se com os alunos deixando de fazer uma tarefa para ficar se roçando sorrateiramente na carteira e buscam o psicólogo escolar (quando tem!!) para orientar-se. Portanto, informe-se a respeito porque sua reação poderá determinar a interpretação da criança sobre tal ato, ou seja, aquele adulto que acha sexo “sujo” e “errado” pode ter começado assim.
Não há nada de errado e o adulto deverá direcionar a criança usando termos simples que a façam entender que ela está fazendo algo pessoal, só dela, comparável a tomar banho, fazer xixi e que, ao sentir vontade de fazer, deverá buscar o banheiro. Ela entenderá que não está proibida de fazer isso, mas terá limitações e, portanto não poderá fazer toda hora.
O auge dessa descoberta se dá na adolescência quando os hormônios da reprodução eclodem com toda força e ficamos muito excitados. Novamente não há nada errado! Há um processo natural que faz parte da nossa condição humana, que nunca devemos negar e que precisa ser direcionado.
Portanto o adolescente precisa ser validado nessa realidade e o nosso discurso para com ele deverá ser propiciador de identificação mais ou menos assim: “fulano isso é natural, é bom, todos passamos por isso, mas essa energia deve ser distribuída. Entendo que você gostaria de passar muitas horas e até dias só fazendo isso, porém, como tudo na vida, teremos como consequência o desequilíbrio, exaustão do sistema nervoso gerando distúrbios psíquicos.
Para os adolescentes espíritas é interessante lembrar que a energia sexual faz parte do fluido vital, porém o componente espiritual é de suma importância.
Como em tudo na vida, que tal a disciplina? Sejam todos abençoados.
Fala MEU! Edição 74, ano 2009