Autor: Felipe Gallesco
Com o objetivo de estimular a participação de jovens nos estudos e reuniões mediúnicas, este artigo compõem o segundo material (caso não tenha lido o primeiro, Clique Aqui) que apresenta a experiência de grupos de jovens em reuniões mediúnicas.
O caso ocorreu em 1964, com participantes da Casa da Paz – Vila Gustavo em São Paulo, localizada no endereço Rua Um n° 10-A. Os participantes foram os mesmos do caso 1.
Novamente ocorreu o fenômeno de materialização de espíritos. Segue ata.
Reunião:
Aos vinte e nove dias do mês de abril do ano de 1964, na sede da Casa da Paz, à rua Um nº 10-A, em Vila Gustavo, em São Paulo, realizou-se a 2ª Reunião de efeitos físicos dedicada à orientação da juventude estudiosa do Evangelho. Presentes 21 pessoas, fechou-se a porta às 20:05 horas, fez-se a leitura da ata da reunião anterior e depois foram algemados e vendados os médiuns Antônio Alves Feitosa, José Costa Lima, Geraldo de Oliveira Garcia e Pedrima Petrova.
Às 20:30 horas foram corridas as cortinas e apagadas as luzes e nos pusemos em preces, sob a direção da Sra. Maura Alves. A vitrola foi posta em funcionamento pelos Espíritos e após pouco tempo ouvimos sons do violão, com o qual se apresenta irmão Pedro Rodrigues; saiu da cabina, mostrou o instrumento, executou algumas melodias e retornou, tornando a ligar a vitrola, que fora silenciada. Mostrou-se um Espírito com bela luz vermelha, própria, à altura do tórax, andou um pouco e recuou. Voltou logo depois com flores que distribuiu à 1ª corrente. Entrou, depois mostrou-se entre as cortinas outro Espírito, portador de viva luz vermelha, ergueu as mãos à sua luz e a extinguiu. Passado algum tempo surgiu outro Espírito, trazendo luz verde, difusa; recolheu-se. Falando pela voz direta apresentou-se o Espírito de irmão Adri Caramuru, cumprimentou-nos em nome do mestre e a seguir falou: “ A paz de Jesus seja convosco. Cada um de vós esteja com os corações ligados ao Alto; possa neste momento desprender-se de todas as preocupações, ligar-se pelas suas súplicas à luminosidade fluídica do Pai e assim receber sua seiva, seu amor, à semelhança do Mestre, porque ele revive, sempre renasce, em todos os momentos dentro daquele que nele crê. Neste momento possais receber o renascimento do mestre e possa ele tirar-vos da obscuridade, banhar-vos no fluido celestial e possais assim ligar-vos ao verbo eterno, com a sua justiça, com o seu amor, porque bem-aventurado é o resignado, é o que ama, é o que sabe distribuir o seu amor, é aquele que ora, é aquele que sabe a direção de sua prece, é aquele que estende a sua mão para amparar o caído, faz com a mão direita de modo que a esquerda não saiba, é o que ajuda com os olhos abertos, para não ser como o que tem olhos mas não quer ver, é aquele que para orar se liga a Jesus, porque sabe que ele é o conforto, a luminosidade eterna, o amor celestial e está com todos aqueles que ligam a sua prece, sua vibração ao Pai misericordioso. Todos os que estão ligados aos seus mandamentos estão assim profetizando, em benefício da humanidade. Que todos vós, ligados a esse mesmo princípio, façais vossa súplica, vossa prece, esqueçais de vós mesmos em benefício dos que sofrem, dos que estão lá fora, dos que vivem nas cavernas das imperfeições, dos que vivem dominados pelo amor próprio, dos que ainda se arrastam porque não tiveram oportunidade de conviver na lei do amor e das palavras do Evangelho. Orai a Jesus, que vos chama e deposita em cada um o amor universal, para que possais multiplicar como ele multiplicou o pão e os peixes e possais elevar-vos para estar com sua sabedoria”.
Calou-se, oramos e depois voltou Adri: “Como vos encontrais? Todos estais com o mesmo sentimento de bondade, de amor? Márcia: porque, quando orais, fechais os olhos? E porque recomendais a todos que os fechem?” Esta respondeu que é para poder bem mentalizar. Continuou Adri: “A janela mais perfeita do corpo humano são os olhos. Sempre abertos, colhem bem-aventurança, quando os sabeis aplicar, mas quando ainda atraem para outras coisas é aconselhável fechá-los”.
Dirigiu-se ao Sr. Natalino: “Vós sois capaz de orar com os olhos abertos, mentalizando a imagem do Senhor Jesus?” “Sim, respondeu ele, porque é pelo pensamento que oramos, mas imagino que todos quanto assim fazem atendem ao ensinamento do próprio Jesus, para que não haja distração, mas quando nos encontramos num ambiente tal como aqui não há necessidade de se fecharem os olhos, mas firmar o pensamento”.
Prosseguiu Adri: “Meus filhos, todos vós sabeis que Maria da Magdala viu as chagas do mestre, junto ao sepulcro, e assim será a humanidade, quando perder totalmente a curiosidade; poderá orar conscientemente com os olhos abertos. Se o objetivo é o sentimento, ligado ao objetivo máximo que é Jesus, então agem os olhos celestiais.
Milton: “para orar é preciso fazer gestos?” Respondeu ele entender que não, devendo, sim, o pensamento estar ligado a Jesus. Disse Adri: “Tudo isso, meus filhos, é para vós, que tendes a luz, que ireis entrar um pouco no terceiro milênio. Vós ainda ireis observar muitos movimentos dolorosos, ranger de dentes, desenvolvendo-se perto de vós; chegareis ainda a estar próximos de lugares de sofrimento, vendo todo o pavor e estando com olhos abertos para orar a Jesus, pedindo misericórdia, porque tereis de estar observando todos os movimentos daqueles que não tem fé, ou não tem religião, ou não tem compreensão, ou ainda não estão ligados ao poder do Pai de amor, porque é o momento de vos depreender-vos de vós mesmos, pedindo misericórdia para que todos possam receber como vós, sentir como vós, estar preparados como vós para resistir a tudo com naturalidade, com amor, sem exagero, porque todos, ligados ao Evangelho do Mestre, sabeis que tudo pode acontecer.
Parra; quando orais, a vossa súplica é em intenção de alguém. Qual é o vosso estado, quando começais a orar, e qual é quando terminais a vossa súplica?” Respondeu o moço que tem feito tudo para condenar o pensamento e espera ter agido bem. Disse Adri: “Então não confiais em que estais agindo certo? Porque tudo é confiança, e confiança é fé”. Falou o Sr. Parra que tem fé, mas tem errado muito e se julga imperfeito. Continuou o Espírito: “Na Terra ainda é muita a imperfeição. Todos tendes de praticar. Ainda estais fazendo um estágio de aprimoramento de um curso. Todos são discípulos. Os que estão envolvidos nessa luz universal que é o evangelho deveis encontrar sempre clareza, nunca pontos duvidosos. Todos aqui se estão preparando para ser transportados para a vida eterna.
Marilda: quais são os momentos mais graciosos em que vos pondem a orar?” Respondeu que é nas dificuldades. Adri indagou quais os momentos que ela tem por difíceis, porque há ocasiões em que julgamos que tudo está difícil e perdido na imensidade. Ante a resposta de Marilda, Adri recomendou: “Ide dissipando vossas dificuldades, porque dificuldade é obscuridade. Se Adri chamar qualquer um de vós e pedir qualquer coisa posta em algum ponto deste recinto, e for achardes sem esbarrardes em nada, estará sanada toda a dificuldade, porque dificuldade é treva.
Maria: como é que podeis acender luz para afastar as dificuldades da obscuridade?” Disse Maria: “Elevando prece a Jesus”. Adri: “Estais vendo, Márcia? Tudo isso é oração. O Mestre ensinou a orar para que o atraiamos.
Valter: Quando perambulais dentro dessa falange – muitas das vezes pensais que estais sozinhos, e então passais a observar que cada falange tem uma dificuldade, uma deficiência. Então, se no momento em que vos aproximardes de uma falange ocorrer um desastre, como é que estareis?” Disse o rapaz nada ter testemunhado depois de se ter feito adulto, mas acredita que o sentimento de tais ocasiões deve ser o de ajudar. Tornou o Espírito: “Dentro do sentimento natural, não é? Porque o cristão deve ser sempre natural. Jesus, quando estava nas aflições, quando estava sendo tentado, mantinha-se natural. Não é isso que o Evangelho vos pede?” Amanhã, quando desencarnarem vossos filhos, vossa companheira, devereis ser naturais.” Disse o rapaz saber que é assim, mas não se encontrar totalmente preparado. Continuou o Espírito: “Não vos estou dando aula, mas procurando ver o sentimento profundo de cada um de vós, que tendes grandes responsabilidades, que fostes preparados nesta encarnação para todos os acontecimentos que se verificam e devereis dar sempre o testemunho, todo o amor, para que possais ser os cordeiros da paz, sem separação de classe, cor, seita religiosa, amando a todos como Jesus nos amou.
Carmen: já experimentou orar sob uma luz de 1000 watts? O que é mais fácil para vós? Orar no escuro ou no claro?” A moça disse encontrar mais facilidade para mentalizar no escuro. Falou irmão Adri: “Mas não deve. O artista, quando está preocupado com uma tela, embora tenha os olhos abertos encontra-se totalmente preso á sua arte. Assim, o engenheiro, quando está tratando do aperfeiçoamento de algo, nada o perturba, seja o ruído de máquinas ou o movimento à sua volta, porque está completamente ligado ao objetivo. Portanto, quando orardes devereis ser como o desenhista, o mecânico, ligados ao aperfeiçoamento, e nada vos deves perturbar, porque devereis estar imbuídos da vossa responsabilidade. Grande objetivo é orar com o sentimento. Observai, por exemplo, um artista, quando está empenhado em alguma coisa: chegais a falar com ele, responde mas não vos sentis bem, porque julgais que vos tratou com pouco caso, mas é que na verdade ele está totalmente aplicado à sua obra.”
Deu a palavra ao Sr. Natalino, ele disse haver bem sentido o objetivo de irmão Adri, ao se referir à prece, que deve ser algo saído do nosso íntimo, no recolhimento de nós mesmos, para atingir seu objetivo. Retrucou Adri: “Sim, porque prece é luz, é vida, é paz, é harmonia, é evolução, humildade, perseverança e assim uma série de coisas. Jesus, por exemplo, quando falava aos homens disse que nem só de pão viveriam, mas de sua fé. Ora, será que Jesus queira assim impedir os homens de comer? Não! Jesus se referia a que quando fizesse alguém alguma coisa benéfica aos seus semelhantes, não tocasse trombeta, para que só o Pai soubesse, mas não é assim que acontece, porque quando fazeis qualquer coisa alardeais, e assim já recebestes a vossa paga. Não é isso que vos ensinam os mandamentos da lei, o Evangelho de Jesus? Fazer sempre em secreto? Não é raro achardes que o quanto fizestes foi uma insignificância, mas se foi em secreto, sem maior intenção, Deus vos dará a paga. Não façais como os hipócritas, que oram nos templos, em pé, para serem vistos pelos homens. Não é o que deve acontecer convosco, que vos estais preparando: deveis fazer sem olhar a quem, pois esse é o objetivo. Estou agora para vos responder”.
Um dos jovens indagou como fazer para desenvolver continuamente o amor em nós. Adri respondeu que o modo é sempre examinar todas as obras, a fim de que não seja preciso voltar para completar as tarefas, pois o objetivo de tudo é trabalho, não invocação dos Espíritos. Estes são amigos de todos mas também o são da leitura, da intelectualidade, e assim todos devem procurar aperfeiçoar-se. Trocou palavras fraternas com outros jovens e depois informou que ia percorrer nossos lares.
Afastou-se oramos e a vitrola foi posta em funcionamento. A seguir foi a vitrola desligada, retornou Pedro Rodrigues com o violão, executou algo mais e entregou o instrumento à Sra. Maura. Também pela voz direta apresentou-se irmão Atanásio, cumprimentando-nos, desejou que encontremos a felicidade e agradeceu a colaboração de todos. Disse que ia dar um presente à professora que estava cuidando das suas crianças, ouvimos ruído de flores sendo manuseadas, Atanásio chamou Márcia e lhe deu o mimo.
Voltou irmão Adri e se pôs à disposição de todos. Tendo eu falado a respeito das tarefas sob responsabilidade do núcleo, respondeu irmão Adri que tudo quanto a Espiritualidade exige está obviamente registrado e cabe a nós procurar verificar a extensão. Mencionou, porém, que precisaremos ser mais fraternos, porque, quase sempre, nem bem terminam as reuniões já nos pomos a comentar e apontar falhas de outrem, esquecidos de que nada temos que ver com as possíveis deficiências alheias, pois não responderemos senão pelas nossas próprias.
Dirigindo-se ao Sr. Clare, mencionou que os Espíritos lhe haviam pedido que estivesse em contato constante com Uberaba e indagou porque isso não fora feito. Pediu prece, contou até 3 e chamou o médium Costa Lima, perguntando-lhe se precisava de alguma coisa. O Sr. Lima pediu amparo espiritual. Irmão Adri conversou brevemente com outras pessoas. Contou até 3 e despertou o médium Feitosa, recomendando-lhe auxiliar todos os necessitados. O Sr. Feitosa solicitou esclarecimento acerca de um do quadro que constantemente se apresenta a sua vidência, respondendo então irmão Adri que deve aguardar, pois oportunamente tudo lhe será revelado. Autorizou o andamento e despediu-se.
Orávamos quando irmão Adri voltou e recomendou à Sra. Maura que convide seis médiuns de toda a sua confiança e convide Carmen para uma reunião deste gênero, que os Espíritos precisam falar com ela. Concluídas as preces e chamados os médiuns foram acesas as luzes, verificando-se que os controles estavam inalterados. A reunião terminou às 23:15 horas. E, para constar, eu, Renaldo Stérckele, lavrei a presente ata, que vai por mim assinada, figurando as assinaturas de todos os demais no livro de presença. Renaldo Stérckele.
Observação: Foto somente ilustrativa.
Relato copiado do Blog – Médiuns de efeitos físicos: https://efeitosfisicos.blogspot.com/