Autor: Wagner Ideali
“Entendo que há demasiados fenômenos mediúnicos sem filosofia. Fico bem mais interessada em fenômenos quando eles ajudam alguém a ser uma pessoa melhor.” – Anne Gehman.
Todos nós espíritas gostaríamos de ter uma mediunidade muito produtiva, para oferecer às pessoas um contato mais profundo com a espiritualidade, mas quão poucos sabem que, para esse contato ser eficaz e produtivo, em algum momento, necessariamente terá o médium que vencer dentro do seu mundo íntimo as suas mazelas; será necessária uma mudança maior que requer muita coragem, determinação e fé.
O conhecimento do nosso eu mais profundo, conhecimento dos mecanismos da mediunidade, conhecimento da Doutrina Espírita, entre outras ações, são necessários para que não sejamos joguetes dos Espíritos mal-intencionados.
Vencer nossa vaidade e prepotência, pois é necessário que entendamos que somos apenas intermediários daqueles que vêm trazer a mensagem, e para isso precisamos estar preparados para recebê-las com humildade, sinceridade e desapego.
As más tendências são um obstáculo muito grande para uma mediunidade sadia e responsável.
Caridade para com o próximo, sintonia constante, estudo e meditação são ferramentas que nos conduzirão a um final feliz no processo mediúnico. Assim vamos abrir os canais da sensibilidade em torno de energias benditas que nos proporcionarão o resultado esperado.
Nos dias de hoje a mediunidade está muito diferente do que nos tempos passados. Figura atualmente e vamos ter no futuro a mediunidade de Intuição, para então irem diminuindo gradativamente as outras mediunidades.
Assim, quanto mais desprendimento, trabalho, amor, dedicação, mais mediunidade equilibrada e atuante.
O processo mediúnico sem a menor dúvida vem mudando como mudando está a humanidade. Algumas mediunidades não se fazem quase presentes em nossa sociedade, mas não significa que não existam mais. Elas não se fazem presentes porque não há necessidade como ocorria no passado.
A mediunidade de efeitos físicos é um tipo de mediunidade muito rara nos dias de hoje. Até porque muitos que poderiam testemunhar esses efeitos, assim mesmo diriam: “isso não existe”, “isso é truque”, entre outras afirmações, e a espiritualidade superior não vai perder tempo com subjetividades nos resultados dos trabalhos práticos, mas sim ver nesses efeitos mediúnicos mais uma prova da continuidade da vida, nas múltiplas possibilidades de nosso Espírito.
A mediunidade que a cada dia tem sido desenvolvida de forma muito mais acentuada é a mediunidade de intuição, da percepção, de tudo aquilo que podemos sentir da espiritualidade dentro do nosso ser, ligado ao mundo maior. O contato com nosso mentor individual é algo a ser conquistado por nós mediante uma busca de luta interior, reflexão e mudanças comportamentais profundas.
Considerada por muitos como a mediunidade do futuro, pois ela, para se desenvolver, por assim dizer, necessita basicamente do nosso desenvolvimento pessoal, dentro dos aspectos morais e culturais.
A mudança do planeta é um fato inegável e a nossa mudança é também esperada. Temos a mediunidade como uma ferramenta poderosa de sensibilização dos nossos sentimentos que nos ajuda nessa mudança.
O fenômeno mediúnico está em toda parte, se eliminarmos a nossa vaidade, prepotência e orgulho, poderemos ver esse fenômeno em diversos instantes da vida, não somente dentro da casa Espírita.
O mais importante é que o trabalhador da nossa Doutrina esteja sempre atento com relação à mediunidade. Estar atentos, se estamos dentro da atividade mediúnica com ou sem Jesus.
Mediunidade sem Jesus é mediunismo e nos levará a sérios problemas cármicos. Mediunidade com Jesus é luz que vai abrir as portas para as nossas mais altas realizações e conquistas íntimas.
Como disse Kardec, mediunidade está intimamente ligada com o estudo da Doutrina e a nossa mudança íntima.
O trabalho mediúnico é muitas vezes lento, exige de nós uma luta interior que nos parece impossível de transpor. Pensamos em ter essa ou aquela mediunidade para falar, ouvir, ver etc.
Muitos estão vendo na mediunidade algo como um ser humano dotado de algo especial, mas é engano pensar assim. Somente dentro da humildade, sinceridade, desprendimento real é que iremos sentir esse “sexto” sentido aflorar de forma gradual em nosso íntimo.
Precisamos entender sempre que mediunidade é trabalhar com Jesus e para Jesus. Qualquer sentimento de vaidade, prepotência ou outro sentimento menos feliz vai desviar a mediunidade para algo fora da sua determinação com Jesus.
A busca de projeção usando a mediunidade é algo que só vai levar o medianeiro a um estado de perturbação muito grave.
Vamos encarar a mediunidade como fins terapêuticos dentro de nós.
Nunca esquecer as palavras de Jesus: “Dai de graça o que de graça recebestes…”
O consolador – Ano 8 – N 402
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