Autor: Ary Brasil Marques
Na Inglaterra existem médiuns que trabalham o tempo integral no exercício da mediunidade e cobram pelos serviços que prestam aos seus assistidos. Alegam aqueles nossos confrades que isso é natural em razão de não terem eles outra atividade que lhes dê condições de sobrevivência.
A mediunidade nos é dada pelo plano divino para a utilizarmos em favor de nosso semelhante. Recebemos esse dom de graça, como uma grande oportunidade de servir e de praticar o bem. Dai de graça o que de graça recebeste é a norma que temos que seguir. Não vai aqui nenhuma crítica aos nossos irmãos ingleses. Lá as condições são diferentes e os Centros Espíritas de lá são regidos por uma série de normas e costumes muito diferentes dos nossos.
No Brasil, os Centros Espíritas se baseiam em quase sua totalidade no Evangelho de Jesus e no axioma amai-vos uns aos outros. A maioria de nossos centros espíritas realiza reuniões de tratamento espiritual, buscando levar consolo e saúde espiritual aos assistidos. A mediunidade nas terras tupiniquins serve mais para consolar e ajudar. Os médiuns que realizam curas e cirurgias espirituais dão aos pacientes todo o seu carinho, sem buscar reconhecimento pecuniário. Procuram se inspirar nos ensinamentos de Jesus, que nos instruem a amar e a ajudar o próximo, incondicionalmente.
Na Inglaterra e em alguns outros países, o movimento espírita se concentra mais na parte do fenômeno e da ciência, e menos no Evangelho. Os centros funcionam mais como as igrejas de lá, e a mediunidade é exercida para a produção do fenômeno espírita. Os médiuns agem tais como os pastores das igrejas que cobram dízimo dos fiéis, e para eles essa cobrança é natural. Em resumo, lá prevalece a ciência espírita. Aqui, o Evangelho de amor.
Vivemos em um país pobre, com milhões de pessoas miseráveis e carentes. Acredito que é necessário em nosso movimento espírita seguirmos fielmente a regra de dar de graça o que de graça recebemos. Nossos médiuns já recebem de nosso Pai o maior pagamento, que é a grande oportunidade de amar, de servir e de contribuir para a implantação, aqui, de um mundo novo, pleno de luz e de alegria.
O consolador – Ano 2 N 73