Em boa parte dos Centros Espíritas as reuniões da Mocidade são planejadas e dirigidas pelos próprios jovens. Se necessitarem, os jovens buscam auxílio de pessoas mais experientes, pedindo-lhes orientação ou esclarecimentos específicos.
Para um bom andamento dos estudos e atividades do grupo é importante que os jovens analisem as tarefas a serem realizadas e se organizem para realizá-las, formando comissões ou secretarias para cuidar das reuniões de estudos, para representar os jovens nas reuniões do Centro e também fora dele. (vide item 2.1.1 – Compartilhando Tarefas)
O importante é que todos tenham a possibilidade e sejam estimulados a escolher e assumir tarefas, entendendo que é no exercício das tarefas que escolhem e assumem que se qualificam para realiza-las cada vez melhor, ensejando um senso de responsabilidade mais desenvolvido em clima de fraternal aprendizado.
Essa oportunidade de aprendizado único deve ser oferecida a todos que, corajosamente, desejarem. Por isso, recomendamos que de tempos em tempos (por exemplo: de ano em ano) as funções sejam redistribuídas para que todos possam aprender e se desenvolver nos diferentes setores.
A quantidade de participantes de uma Mocidade Espírita varia muito: existem mocidades com 04, 10, 20, até 100 elementos. O número de jovens irá influir na estruturação da mocidade, e na sua reunião e determinará sua dinâmica de trabalho no Centro Espírita, mas conservará sempre sua organização, ou seja, suas reuniões conservarão sempre o respeito e aceitação entre os que a compõem e os que se juntam a ela, ou, que a procuram em seu espaço, atribuições e participação nos trabalhos do Centro Espírita.
Uma Mocidade pequena funciona, em geral, como um grupo mais intimista, onde as pessoas têm relações mais próximas entre si, mas os participantes não podem fechar-se ao ponto de afugentar novos elementos que poderiam enriquecer o grupo. Já uma Mocidade com muitos participantes precisa de certa atenção especial de seus coordenadores, a fim de evitar que o grupo se desvie do seu objetivo. Algumas dessas grandes Mocidades, subdividem-se em grupos menores para atender aos interesses e necessidades de participação de todos.
Em linhas gerais, podemos dizer que uma Mocidade Espírita é um “espaço para ser jovem” no exercício de iniciativas e desejos compartilhados com outros jovens, sob a tutela dos mais experientes que acolhem, ajudam e participam dos trabalhos.
Organização ou estrutura?
Existe muita dúvida e confusão no uso das palavras ORGANIZAÇÃO e ESTRUTURA. Segue nossa contribuição para esse entendimento.
A confusão se deve ao fato de pensarmos em “estrutura” como algo rígido, durável, resistente e confiável. Esse conceito, revisto pelas pesquisas da ciência, evidenciou que os fenômenos da vida e os sociais necessitam de estruturas flexíveis, plásticas, capazes de acompanhar as mudanças contínuas desses fenômenos. Já a “organização” específica as relações entre os elementos que os definem e lhes dão identidade. Enquanto a estrutura pode variar, a organização deve ser conservada, porque se ela mudar, muda o fenômeno.
Vamos materializar esses conceitos para um melhor entendimento.
Pensemos em uma cadeira. O que aparece em sua mente que pode ser chamado “cadeira”? Um objeto com quatro pernas, um assento, um encosto, certo? A relação entre os elementos (pernas, assentos, encosto) que definem o que chamamos cadeira é a sua “organização”. Se tirarmos o encosto, a cadeira vira banco; se pusermos apoio para os braços, vira poltrona; se diminuirmos o tamanho da perna, vira banqueta. Por isso, dizemos que a organização é invariável, ela não muda. A organização define a classe à qual pertence o objeto.
Agora essa mesma cadeira é feita do que? Plástico, madeira, madeira e tecido, madeira e couro etc. Isso é a “estrutura”, é onde a organização se materializa, se concretiza mas não muda a classe à qual o objeto pertence, ou seja, ela vai ser sempre uma cadeira.
Concluímos que a estrutura é variável, a organização não.
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