Autor: Wil Oliveira
Um dos primeiros contatos com o mundo é com os olhos, porém, muitas vezes não compreendemos a realidade, as situações e as pessoas, porque não observamos com atenção, com “olhos de ver”. Aprendemos a observar, mesmo que limitadamente, da maneira como as pessoas nos ensinam e segundo o modo delas fazerem essa observação.
Mas dentro de nós mesmos, depois de algum tempo e maturidade espiritual, podemos começar a fazer observações e pensar por conta própria, ou seja, ir tomando as rédeas da nossa capacidade observativa e dos pensamentos advindos dela. E assim, alguns vão assumindo a responsabilidade por aquilo que pensam.
No entanto, ainda não são muitas as pessoas que se ocupam em desenvolver essa capacitação.
Você provavelmente já deve ter ouvido o seguinte: “As coisas tem que ser feitas assim…”, “Assim é o jeito certo de pensar”… Mas dentro de você não sente isso. Por essa razão vai ficar com culpa? Vai se punir? Vai ficar contra você? O que vai fazer?
A melhor maneira para solucionar questões como essa, é questionar: “Esse pensamento realmente funciona para mim ou para o assunto no qual me ocupo?”
Uma coisa é necessário saber, dentro da ética, da dignidade e do mais elevado respeito: nada é sempre o certo, nada é sempre o errado, desde que a pessoa esteja disposta a encarar o que vem depois da escolha feita, ou seja, as consequências naturais. E estas podem ser inesperadas e muito diferente do que se pensou antes.
Também, é importante saber que tudo se modifica, nós modificamos mesmo sem perceber e as circunstâncias e acontecimentos são sempre diferentes do que já foram. “Tudo que já foi não é do jeito que a gente viu há um segundo …”
O Universo criado por Deus, consta de dois elementos originais, o Espiritual e o Material, segundo os Espíritos da codificação espírita disseram a Kardec. Desse Elemento Espiritual fomos individualizados e a partir daí começamos nossa evolução, ou seja, o desenvolvimento de potenciais, e seu aperfeiçoamento. Essa evolução nos trouxe até a fase humana.
Durante nossa caminhada na humanidade, aprendemos em algum momento e por alguma razão, a levar os outros a sério, mas não a nós mesmos. E aqui está o problema: a não valorização do que somos, de quem somos, das qualidades já desenvolvidas e dos potenciais que ainda estão em desenvolvimento.
Somos individualizados, e então é preciso aprender a individualizar os próprios pensamentos! Aprender a pensar por si e a escolher pensamentos que nos libertam. Ao olhar com “os próprios olhos” e observar com atenção, onde realmente está o feio? E o mal? Onde está o belo? E o bem?
Às vezes a melhor forma é experimentar os pensamentos como se experimenta uma roupa ou um calçado, para ver se servem ou não à nossa consciência e aos nossos propósitos de vida.
A cabeça do outro é dele, e ele é livre para pensar, mas é lá, na cabeça dele, e não aqui, na sua, que se formam os pensamentos dele.
Liberte-se, dê a você mesmo o direito de pensar, pois vivemos como pensamos, com o que aceitamos, com o que sentimos e com o que fazemos. Fazer é sempre fruto do pensar!
Tudo é escolha, é o arbítrio. E cada um de nós está onde e como se põe dentro de si. Nesse mesmo teor vibram as nossas energias, sintonizando com os semelhantes e criando as consequências naturais, que não são prêmios nem castigos.
A maior parte dos nossos problemas é devida a negarmos a nós mesmos, ficando sem energias e deixando a vida fraca, opaca e desagradável. E claro que as coisas não vão como poderiam ir.
Mas a situação vai melhorando quando encontramos uma forma de irmos nos reconhecendo e diferenciando dos demais, pois vamos descobrindo nossas características pessoais e aceitando as diferenças individuais como algo natural.
Esse empenho em próprio favor, leva a começarmos a sentir como somos, com forças e fraquezas; passamos a nos aceitar sem condenações, vergonha ou medo e, lógico que acabamos, também, aceitando melhor os outros.
Cada Espírito individualizado tem o direito e o dever de ser como é. Dê esse direito a você mesmo!
O seu modo de ser funciona para você; o do outro funciona diferente. Descobrir a própria individualidade é um alívio e desmisturar-se de tudo e de todos é uma possibilidade que poderá vir a ser realidade. Trabalhe nisso voltando-se para si, pois todo o seu conhecimento, toda a sua força, é para você ser cada vez mais você!
Dividir, ajudar, doar, compartilhar, colaborar, ensinar… são grandes, respeitosos e renovados prazeres, quando nascidos de sermos nós mesmos, porque escolhemos o que nos faz bem e coopera com tudo e todos!