Autor: Augusto dos Anjos (espírito)
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Bombardeios. Canhões. Trevas. Muralhas.
E rasteja o dragão horrendo e informe,
Espalhando a miséria e o luto enorme
Em miserabilíssimas batalhas.
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Visões apocalípticas do mal,
Desenhadas por corvos vagabundos,
Gritam a dor de povos moribundos
Na sinistra hecatombe universal.
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A civilização do desconforto,
De mentira e veneno cerebrais,
Vai carpindo nos tristes funerais
Do seu fausto de sombra, amargo e morto.
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Quadros de sangue, lágrimas e horrores
Avassalam de dor o mundo inteiro,
É o triunfo terrível do coveiro,
Ossuários tremendos sob as flores.
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Enquanto a desventura chora inerme,
O homem, filosófico ou sem nome,
Morre de frio e fel, de sede e fome,
Nas vitórias fantásticas do verme.
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Ai de vós nos abismos da aflição,
Sem o raio de luz da crença amiga:
Desventurado aquele que prossiga
Sem o Cristo de Amor no coração.
Nota
A poesia acima, psicografada por Francisco Cândido Xavier, faz parte do livro Parnaso de Além-Túmulo
Obra completa: https://www.febeditora.com.br/parnaso-de-alem-tumulo