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Nossa casa planetária: Sustentabilidade e reencarnação

Autor: Marcus De Mario

Vivemos no planeta Terra, e disso não há quem duvide, portanto, podemos afirmar que a Terra é a nossa casa enquanto aqui estamos temporariamente vivendo a aventura da experiência humana. Toda casa requer cuidados na sua manutenção, limpeza, organização, pois se assim não acontecer o ambiente pode se tornar difícil para seus moradores. Sujeira, vazamentos, bagunça, retratam uma casa em más condições para habitação de uma família, podendo gerar doenças, assim como a deterioração física significa risco de incêndio, de desabamento. Diante disso, todos sabemos que o melhor é cuidar da casa e, se for o caso, fazer reformas de tempos em tempos. O uso excessivo com forte desgaste, sem a devida manutenção, arruína a casa e atinge diretamente seus moradores. Ora, o que devemos fazer com a habitação, referência de uma família, é o que devemos fazer com o planeta, referência da humanidade.

Na medida em que esgotamos os recursos naturais oferecidos pelo planeta, numa exploração sem limites, assim como poluímos os ambientes que sustentam a vida, tornamos a casa planetária lugar cada vez mais difícil de habitar, o que nos leva a um raciocínio simples, mas muito importante: temos que cuidar da nossa casa planetária, não apenas para nós, no hoje, mas igualmente para as futuras gerações, no amanhã. Saber utilizar os recursos com equilíbrio, apenas dentro das necessidades, sem prejudicar a renovação natural dos mesmos, é ação de bom senso, de responsabilidade. É aqui que entendemos a necessidade de sustentabilidade: “capacidade de uso consciente dos recursos naturais sem comprometer o bem-estar das gerações futuras, com o objetivo principal de encontrar equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e a preservação ambiental.” Em outras palavras, e para deixar bem claro: “sustentabilidade refere-se ao princípio da busca pelo equilíbrio entre a disponibilidade dos recursos naturais e a exploração deles por parte da sociedade. Ou seja, visa a equilibrar a preservação do meio ambiente e o que ele pode oferecer em consonância com a qualidade de vida da população.” (definições encontradas na internet).

Os Espíritos Superiores, em O Livro dos Espíritos, nos informam que todo supérfluo, todo excesso, é prejudicial, não apenas para o indivíduo, mas também para a coletividade e para o planeta. E a ciência corrobora esse enunciado através de pesquisas e fatos, alertando-nos para os efeitos nocivos do desmatamento das florestas, da poluição dos rios e mares, da emissão de gases tóxicos na atmosfera, da exploração irracional de minérios, e outros fatores que desequilibram a natureza e afetam os seres humanos e as outras espécies de vida que também habitam a Terra. As chuvas torrenciais provocando grandes enchentes, as altas temperaturas trazendo incêndios florestais devastadores, o derretimento das calotas polares, são alguns dos fenômenos que podemos classificar como consequentes do uso inconsciente dos recursos naturais. Preservar o meio ambiente é gerar vida. Isso não implica em se posicionar contra o desenvolvimento econômico e tecnológico, mas entender a necessidade de equilíbrio entre produção, consumo e meio ambiente.

Essa necessidade está intimamente ligada à reencarnação, cujo objetivo é dar ao espírito, que todos somos, oportunidade de aperfeiçoamento intelectual e moral para continuidade de sua caminhada rumo à perfeição, ou seja, um dia alcançar o status de espírito puro, ou perfeito, cujo modelo para nós é Jesus Cristo. A crença na reencarnação implica reconhecer que já tivemos existências anteriores, e que ainda voltaremos a ter novas existências aqui na Terra. Fizemos parte das gerações passadas e faremos parte das gerações futuras. Aqui precisamos nos perguntar: que planeta queremos encontrar quando da nossa próxima encarnação? Ou em outras palavras: como queremos encontrar a casa planetária que mais uma vez vai nos abrigar na vida física? A resposta a essa indagação está nas ações que estamos realizando hoje e que afetam a natureza, o meio ambiente, pois toda ação é acompanhada de consequências, cujos efeitos podemos não verificar de imediato, mas com certeza verificaremos ao longo do tempo, significando que vamos colher os frutos dessa ação na nossa próxima encarnação.

Sustentabilidade e reencarnação estão intimamente ligadas. Somos construtores de nós mesmos na jornada evolutiva, implicando essa constatação em saber cuidar do planeta que, na verdade, não nos pertence, sendo empréstimo divino, e do qual temos que prestar contas do uso que dele fazemos.

Se as condições de vida estão extremas ou em desequilíbrio, não reclamemos de Deus, e sim de nós mesmos. Quando a casa está alugada, a conservação do imóvel pertence ao inquilino, que pagará pesada multa se, ao final do contrato, devolver a casa em condição pior do que quando a recebeu. Assim também funciona a lei divina, que é lei de causa e efeito. Pagaremos a multa na próxima encarnação, arcando com as consequências do que fizemos nesta existência, e tendo a missão de restaurar o planeta, o que ficará na dependência do uso que fizermos do livre-arbítrio.

Por tudo isso, temos uma única conclusão: é muito melhor preservar do que destruir; é muito melhor utilizar os recursos com moderação e equilíbrio, do que sofrer por falta de recursos. Se assim procedermos, não precisaremos ficar preocupados com o futuro reencarnatório, e é muito melhor ter paz de espírito e consciência tranquila.

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