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Novos (e velhos) pilares da educação

Autor: Marcus De Mario

Estamos vivendo o primeiro século do terceiro milênio da humanidade pela contagem cristã, com novas demandas, novos avanços tecnológicos, novas realidades sociais, num turbilhão de ideias e valores em tempos de comunicação instantânea e, portanto, embora muitos não tenham se dado conta disso, precisamos repensar a educação e suas duas grandes organizações: a família e a escola.

Para que estamos educando as novas gerações? O que queremos que as crianças e jovens sejam amanhã no mundo adulto? Essa é uma discussão muito importante, que tem de ir além de carreiras profissionais, formações técnicas e coisas do tipo, pois envolve um mergulho mais profundo na filosofia que rege a educação e os valores que norteiam sua prática.

Temos defendido incessantemente a superação da ensinagem pela aprendizagem, a superação do aprender conteúdos curriculares para a humanização do processo de desenvolvimento, principalmente na área do sentimento ou crescimento afetivo. Para que esse processo possa se consolidar, diante dos desafios da atualidade e do futuro, propomos que os educadores – pais, pedagogos, professores, avós e todos que têm sob seus cuidados uma criança e/ou um jovem – aprendam três novos pilares da educação: aprender a educar para a ética e a solidariedade; aprender a educar para o desenvolvimento emocional e aprender a educar para o bem coletivo.

O primeiro novo pilar é de vital importância, é a essência mesma da educação. Diante da corrupção, da violência, das falcatruas de todos os níveis, da discriminação racial, dos preconceitos de toda ordem, é urgente o esforço em preparar as novas gerações para serem honestas e solidárias, e não para a competição desenfreada e sem se importar com as consequências: aprender a educar para a ética e a solidariedade.

O segundo pilar não pode mais ser desconsiderado. Há décadas vemos os índices de suicídio, gravidez, assassinatos, drogadição aumentarem no universo infantil e juvenil. Crianças e jovens estressados, sem limites, frustrados, depressivos estão lotando os consultórios terapêuticos e colocando em desequilíbrio a sociedade, desarmonizando primeiro o ambiente familiar, e em segundo o ambiente escolar: aprender a educar para o desenvolvimento emocional.

O terceiro e também muito importante pilar combate o alto índice de egoísmo e competição predadora que caracteriza parte significativa da humanidade. Faz com que coloquemos em prática a regra de ouro de fazer ao outro somente o que gostaríamos o que ele nos fizesse, levando o educando a ter visão global da vida, e não unilateral: aprender a educar pa5ra o bem coletivo.

Esses três pilares nem são tão novos assim, na verdade não foram elaborados por nós. Educadores e pensadores distanciados no tempo histórico, com a diferença de utilizarem outras palavras, já os erigiram nas mais diversas épocas como pilares da educação, mas parece que não foram ouvidos, ou não se deu tanta importância aos mesmos, quando são essenciais, tanto que quando não colocados em prática vemos gerações se perdendo e causando confusão em todas as camadas sociais.

O mundo não está perdido. A humanidade tem jeito. O caminho para tudo melhorar passa pela educação, pela formação de seres humanos que saibam ser éticos, solidários, emocionalmente equilibrados e que pensem e ajam visando o bem coletivo.

Não esqueça desses três pilares básicos da educação, pilares essenciais e que tudo podem transformar: aprender a educar para a ética e a solidariedade, aprender a educar para o desenvolvimento emocional e aprender a educar para o bem coletivo.

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